sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Em Português I


Costuma sempre haver alguma discussão quando se fala de música portuguesa, se é melhor em português ou em Inglês. Não querendo entrar nessa discussão, pois para mim, sendo música boa, não me faz grande diferença a língua em que é feita. Apesar de achar que é provavelmente mais difícil escrever em português do que em inglês.
Quero então com esta rubrica “em português”, divulgar algumas coisas boas que andam por aí a ser feitas. Começo já por apresentar os FEROMONA, com o primeiro disco de nome “uma vida a direito” e são editados pela “catadupa!”. Consigo ouvir o disco mais que uma vez seguida, o que prova a sua qualidade, letras bem conseguidas e interessantes. A música é simplesmente rock do bom. Diverte e dá para pensar também.
É um projecto a seguir com atenção e oxalá um dia venham tocar aqui pelas redondezas.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Já Não Há Bilhetes

Às vezes a vida tem destas coisas quando finalmente decides que podes ir ver um concerto, chegas à conclusão que devias ter decidido mais cedo.
Ainda por cima é dois dias depois do meu aniversário! Para tudo é preciso ter sorte!

Músicos Que Prevêem o Futuro I


A música, não raras vezes, tem destas coisas. Estamos a ver notícias onde se fala de algum tema, quando, de repente, sem que estejamos a contar, entra-nos na cabeça uma canção conhecida.
No meu caso isso aconteceu ao ver as novas sobre a banca portuguesa. Veio-me à memória o grande Fausto que já no seu disco de 2003 – “ a ópera mágica do cantor maldito” , parecia adivinhar o que aí vinha.
Vou só citar um pequeno pedaço da letra do tema “Eis Aqui o Agiota”:
“ (…) tu provas na perfeição/ que geres com o teu cifrão/ a infelicidade dos outros/ reduzes um drama/ o do maior desemprego/ a centigramas/ à percentagem de uns poucos/ encurralados (…)”
É engraçado como a música, quando é boa fica intemporal e actual. Já ando há alguns dias com este tema a “martelar” na cabeça, só espero que entretanto aconteça algo de bom, para mudar a canção.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Quem é Quem


Esta foi a mensagem que deixei aos Xutos, no site da antena 3, por ocasião do trigésimo aniversário a treze de Janeiro.

Beijinhos e Parabéns
Um concerto vosso já é motivo para uma reunião de família!Vocês são a única banda portuguesa que me deixa rouco no fim dum concerto!Por isso, Muitos parabéns.”

Com trinta anos e com este single que mantém o nível. Venha lá o resto do álbum que a coisa promete!

As Horas



Concerto de Slimmy acústico no Centro Cultural de Ílhavo (24-01-2009, 21h 30 m.).

Foi a primeira vez que me desloquei a este local, à primeira vista parece-me que foi dinheiro bem gasto, assim Ílhavo ficou com uma boa sala de espectáculos e que serve para vários tipos de eventos.
Ainda hoje não percebo o porquê dos concertos começarem com atrasos significativos, cerca de meia hora, em relação à hora marcada. Talvez fosse boa ideia começar a por nos cartazes a frase: Jante nas calmas que o espectáculo começará quando começar!
As hospedeiras, que são bastante simpáticas, precisavam de um mini-curso de como estar num concerto rock, é que ir mandar as pessoas sentarem-se, quando o próprio artista pede que se cheguem para perto dele, não me parece boa política.
Quanto ao concerto posso dizer que gostei bastante. No segundo tema soltou-se a fita da guitarra acústica do Slimmy e ele, muito profissional, não se desmanchou e seguiu a cantar. Quando terminou ainda disse: “passam-se horas e horas a ensaiar e depois acontece isto”, gostei do Fair-Play. Aliás o que mais gostei na banda foi da honestidade e a participação do teclista Quico Serrano é uma grande mais-valia.
Não gostei muito de algumas bocas que se iam ouvindo, aqui e além, acerca do visual da banda. Infelizmente os preconceitos ainda são muitos e o que me deixa mais triste é certas frases virem de pessoas ainda bastante novas, mas que no fim se deixaram render à qualidade da banda.
Fomos brindados com um tema novo ainda não editado, com uma versão de um tema que me pareceu ser dos Beatles (posso estar enganado) e ainda um medley do tema “set me on fire” com o “Rehab” da Amy Winehouse.
É uma banda que vou voltar a ver, com muito gosto, no festival S.I.R.E.N.E.S. em Estarreja, depois darei ecos aqui sobre a sua actuação.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Três Anos e Três Dias

A coisa já estava falada há algum tempo , mas naquele dia tínhamos de decidir . Era o dia do Concerto (30 de Abril de 1990). Oportunidade única, havia dinheiro, vontade e autorização dos pais .Temos de ir para Lisboa hoje à tarde, ainda por cima a professora vai faltar. A que horas sai o expresso? A que horas chegamos ? Não há problema a Elsa está à nossa espera na Casal Ribeiro e de lá seguimos para o Coliseu. ´Bora lá.
Conseguimos chegar a tempo, a malta do Tramagal já lá estava e comprou os bilhetes. Vou comer qualquer coisa ali na tasca, têm lá um feijão -frade com atum que me está a chamar, até já . Vamos para a plateia, Coliseu cheio, grande produção, com calhambeque em palco e tudo.
Estes GNR não deixam nada ao acaso, por incrível que pareça, à hora marcada começava o concerto. Era a gravação do que iria ser famoso “In Vivo” .
Muito bom tocaram as antigas e tudo, até tocaram aquela da série de televisão, maravilha! Festa em grande, deu para ficar quase rouco e tudo.
Depois da festa tinha-mos de ocupar o tempo até à hora do comboio, a Patrícia encontrou o João Marques , dos Clandestinos, juntámos o resto do pessoal e saímos. O João disse, vamos até ao Bairro Alto que está lá o João.
O espírito era de visita de estudo, estávamos no Bairro certo com alguém que conhecia verdadeiramente a zona, conhecidos a passar nas ruas, visitas aos lugares que os Peste & Sida cantavam.
No Gingão a Elsa teve direito a declamações etílicas de Camões feitas por dois clientes habituais. A mistura de tribos neste local era gira. Seguimos para outro bar, passando pelo Avião, onde os metaleiros compravam litradas de cerveja para beber na rua.
Finalmente encontrámos o João Aguardela. Simpatia e humildade ao natural e ainda me pagou um copo, foi uma honra. Falámos de música, política, tudo. Na minha conversa com ele descobri que era mais velho que eu três anos e três dias.
Os bares foram fechando e nós seguimos a festa para as Palmeiras. O Mário tinha a chave da sede e nós íamos ficar por lá até à hora do comboio. Logicamente ninguém dormiu, com batalha de cubos de gelo e cantorias, foi uma noite muito bem passada.
Aqui foi onde ouvi a melhor versão do “Terça Feira” do Sérgio Godinho alguma vez cantada até hoje, é claro foi cantada pelo João Aguardela, conosco todos a fazer coro. Ainda hoje me arrepio a pensar nesse dia e noite.
Nunca o João ficou a saber que mais tarde iria nascer um grupo de amigos em Aveiro, auto intitulados de “Os Marinheiros” em homenagem à sua canção “Vida de Marinheiro”, mas isso é outra história…

Acompanhar esta leitura ao som de :
GNR – In Vivo, se for a 1ª edição é porque têm muita sorte
SERGIO GODINHO – Terça – Feira
SITIADOS – “A Noite” e “Sitiados”