quinta-feira, 29 de julho de 2010

Curiosidade

Estou cada vez mais curioso para ver como são estes Diabo a Sete ao vivo, depois conto tudo aqui e no Clip da próxima quinta-feira.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

A Olhar Para O Sol

Encontrei o tema indicado para acompanhar esta foto (tirada no primeiro dia de Marés Vivas).

Agenda

Quem estiver por Abrantes no sábado, faça o favor de aparecer e dar uma ajuda.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Agenda

É já sexta feira que se inicia o 11º Festival Intercéltico de Sendim, com mais uma excelente amostra da boa música de raízes tradicionais que se vai fazendo por aí.
No dia 30 temos:
Mercedes Peón da Galiza, Xarnege do País Basco e da Gasconha e os nossos Diabo a Sete.
No dia 31 a Festa fica entregue a:
Oysterband de Inglaterra, Gama da Cantábria e Uxu Kalhos de Portugal.
Já não vou a Sendim há alguns anos, mas estou curiosíssimo para ver o novo recinto e para rever a simpatia costumeira das gentes de Sendim.
Apareçam por lá que seguramente não se vão arrepender.
Como aperitivo, deixo um video de Mercedes Peón com um conjunto de belas imagens da Galiza.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Festival Marés Vivas - Alinhamentos (Set List's)

Para aqueles fãs mais interessados, aqui deixo os alinhamentos completos que consegui arranjar. Espero que gostem.
Morcheeba
GNR
A Silent Film

David Fonseca
Placebo
Peaches
Editors
Nota: não foram tocados os temas: "Smokers Outside The Hospital Doors", "No Sound But The Wind" e "Fingers In The Factories".

Festival Marés Vivas - Dia III

A noite de sábado era, sem dúvida, a mais esperada de todo o Marés Vivas que bateu todos os recordes de assistência nesta noite, um cartaz com dEUS, Editors e Ben Harper e os seus Relentless 7, já assim o faziam prever.
A abertura deste palco foi sempre acompanhada por um magnífico Pôr-do-sol, cuja beleza foi sempre referida por todos os artistas que vieram ao local. Nikolaj Grandjean, não foi excepção, do seu concerto ficou na memória as suas palavras simpáticas e pouco mais.A noite a sério começou com os dEUS, banda que já nos visitou várias vezes, mas que é sempre bem vinda. A banda belga também não deixa os seus créditos por mãos alheias e dá início ao concerto com as palavras – boa noite Porto, somos dEUS da Bélgica – assim, em português correcto, durante todo o concerto mostraram sempre esse cuidado, ao ponto de o vocalista e guitarrista Tom Barman, ter chegado a começar uma frase, sobre o futuro álbum, em inglês, parando imediatamente para dizer, num português bastante perceptível: trabalhamos para o novo disco, para sair em Fevereiro, talvez. São pormenores destes que ajudam a que a banda seja tão querida em Portugal, isso e o facto de eles não saberem dar maus concertos.
Abriram com “Bad Timing” e fecharam com o magnífico “Suds and Soda”, pelo meio ouviu-se “Smokers Reflect”, “Instant Street”, “The Architect”, entre outros.Agora resta esperar que voltem a Portugal no próximo ano, para apresentarem o tal disco que há-de sair em Fevereiro.
Depois vieram os Editors que eram responsáveis por grande parte das 25.000 pessoas presentes.Abriram com “In this light and on this evening”, logo seguido de “An end has a start”, tudo apontava para que este fosse o melhor concerto da noite, todo o público vibrava com o desfile de canções, não faltou o “Munich” e o “Racing Rats”. Quando ia começar o grande tema “Smokers outside the Hospital doors”, o vocalista acabou por abandonar o palco, após uma sequência de choques eléctricos e seguido de duas novas tentativas de cantar sem por em risco a sua vida.Cerca de 15 minutos depois a banda regressou ao palco e ainda tocou “Bricks and Mortar” e rematou um concerto que poderia ter sido excelente com o primeiro single do último álbum “Papillon”.
Foi pena toda a situação que deixou todos com água na boca, mas não se pode condenar uma pessoa por ter tido receio de se magoar seriamente em palco, não é a primeira vez que problemas eléctricos originais situações bem graves.
Pode ser que os Editors voltem em breve para apagar este mau momento da memória dos fãs que foram ao marés vivas para os ver.O encerramento do Festival ficou entregue a Bem Harper and The Relentless 7 que começou logo por pedir desculpa por não falar em português, mas a dizer que adorava estará tocar naquele sítio lindíssimo e, sem mais demoras arrancou com “Diamonds on the inside” logo seguido do single do último álbum “Shimer and Shine” depois foi um desfilar de virtuosismo na guitarra que muito agradou aos presentes, claro que “Ámen Omen” não faltou, nem o “Burn one down”.Os solos de guitarra não precisavam de ser tão longos, mas provavelmente gostou à mesma.
O concerto da noite acabou por ser o de Bem Harper, mas apenas por causa dos acidentes que envolveram a actuação de Editors.
Agora que venha o próximo e que seja tão bom ou melhor que este.

domingo, 25 de julho de 2010

Auxiliares de Memória XXXIII

A propósito do aniversário de um amigo, lembrei-me dos Marillion, banda que, enquanto teve o Fish como vocalista, serviu de banda sonora para a nossa adolescência.
Em memória desses tempos deixo um video dessa época.

sábado, 24 de julho de 2010

Festival Marés Vivas - Dia II

Foi com um “Nós somos A Silent Film” em português correcto que os britânicos abriram o segundo dia de Festival, a banda que já se deslocou várias vezes ao nosso país, não deixou de espalhar simpatia e a sua música bastante agradável.A sua actuação terminou com o já bastante conhecido “You Will Leave a Mark” que arrancou o maior aplauso de todo o concerto e que deixou o público bastante satisfeito com o que viu, escusado será dizer que não deve faltar muito tempo para eles regressarem até cá.Depois veio o nosso David Fonseca que conseguiu por todos os presentes “ao rubro” com a sua viagem que vai desde os clássicos dos anos oitenta como “I Want to Break Free” que serviu de introdução para mais de uma hora de festa.Tivemos versões de “Learn Sometimes” dos The Korgis, “Girls Just Wanna Ave Fun” de Cindy Lauper que foi tocado em medley com o seu tema “The 80’s” e “The Roof is on Fire” que antecedeu o novo single do último disco – “Stop 4 a Minute”, mais os seus outros originais, como “Kiss Me, Oh Kiss Me”, “Superstars”, o fantástico “Raging Light” numa versão super acelerada e o “rasgado” “Silent Void” que encerrou o concerto numa explosão de fogo e luz, mostrando que neste momento em Portugal ninguém dá melhor espectáculo que ele.Por fim veio o concerto mais esperado da noite, a cargo dos Placebo, que vieram apresentar o seu mais recente “Battle of The Sun”.
A abertura foi feita com “Nancy Boy” e não faltaram temas como “Special Needs”, o fantástico “Every You, Every Me”, “Bitter End” e uma surpreendente versão de “All Apologies” dos Nirvana. No encore que abriu com um instrumental de Mendelssohn, foram tocados quatro temas em que “Taste In Men” rematou o concerto que creio ter sido do agrado dos milhares de fãs presentes. Depois deste concerto houve uma ligeira debandada que deixou o recinto com mais espaço para circular.
Quem ficou e ainda foram ainda bastantes, teve a sorte de ver uma das actuações mais “loucas” e surpreendentes de todo o festival – Peaches – que trouxe o seu show cheio de adereços e ritmos alucinantes de um electro-rock que não deixou ninguém indiferente.Ao terceiro tema já ela dizia “Jesus walked over water and now Peaches walks over you”, se bem o disse, melhor o fez. A cantora e performer pôs a responsabilidade da continuação do concerto, literalmente nas mãos do público, e ameaçou que caso a deixassem cair, a festa acabava ali.
Esse foi só um dos momentos que fizeram com que este fosse o concerto da noite, ouviu-se um “Talk to me”, cheio de garra, o dançável “I feel Cream” e até tivemos um dueto entre ela e um substituto de Iggy Pop em “Kick It”.Depois disto e se dúvidas houvesse, Peaches coloca um colar com o seu nome para que não esquecessem o seu nome, como se isso fosse possível. “Set it Of” e “Rock’n’Roll” encerraram com chave d’ouro o segundo dia de Festival, mesmo a combinar com o rio ali ao lado.

Agenda

Para quem andar por terras galegas, não se esqueçam de comemorar o dia da Pátria Galega - 25 de Julho - passando pelo Festigal, até os O'Questrada vão lá estar a reforçar a ligação entre Portugal e Galiza.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Festival Marés Vivas - Dia I

O Marés Vivas de 2010, único festival urbano a norte de Lisboa, teve início na quinta-feira(dia 15de Julho).
O cartaz, não sendo arrojado, tinha a vantagem de agradar a várias “tribos” musicais e de cativar aqueles que já não têm possibilidades ou disposição de ir para aqueles festivais “modernaços” que decorrem noutros locais, onde só vai quem gosta muito de acampar e de não ter grandes condições de higiene durante dois ou três dias. Aqui pode-se ir sempre dormir a casa e desfrutar de outra maneira.
Morcheeba que contaram com a regressada Skye que com a frase: Good evening are you ready to dance, abriu as “hostilidades” para um concerto que serviu para apresentar o novo álbum da banda – “Blood Like Lemonade” – e para recordar o passado do grupo que não é nada de deitar fora.
Entre referências à beleza do local do concerto e agradecimentos por os terem convidado, o desfilar de temas foi percorrendo a discografia da banda, temas como “Otherwise”, precedido de um brinde com tequila, segundo referiu a cantora, The Sea”, “Part of the Process” ou “Rome”, não faltaram, as canções antigas foram sempre recebidas com mais agrado que as novas, mas em resumo, foi um concerto bem suave e ideal para iniciar um festival assim. (Fotos de Morcheeba gentilmente cedidas por Ângelo Fernandes)
Sem grandes atrasos, seguiram-se os Goldfrapp, com uma actuação bem mais mexida e que pôs muitos dos milhares presentes a dançar, o destaque vai para temas como “Strict Machine”, “Ooh La La” e “Believer”.
Pode-se dizer que onde antes se “batia o pezinho”, agora a animação era maior e já se viam uns saltinhos.
A encerrar o primeiro dia vieram do outro lado do rio, os GNR, para apresentar o novo “Retropolitana” e tocar também alguns temas de outros tempos do já vasto historial da banda.
O sentido de humor e os trocadilhos de Rui Reininho estiveram sempre presentes, embora algumas piadas sobre Gaia não tivessem caído bem em muitos dos elementos do público.
O concerto foi um best of entremeado com os novos temas ainda pouco conhecidos e que suscitaram pouco entusiasmo.
Em suma, pode-se dizer que os “vencedores da noite”, para o público, terão sido os Goldfrapp, as para mim foram os Morcheeba, muito por conta das boas recordações que me trouxeram.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Entrevista aos D3ö

Uma longa conversa à distância, por mail, resultou na entrevista que vão poder ler agora. A idéia inicial era falar apenas dos D3ö, mas achei que não podia perder a oportunidade de ter o Toni Fortuna ao meu "alcance" e aproveitei para contextualizar o percurso que o levou até aqui.
Assim dividi a entrevista em três partes, sendo as duas primeiras um pequeno lamiré, sobre o passado artístico do vocalista do grupo.
1. É M’as Foice
- A tua primeira ligação a uma banda foi com os “É M’as Foice” – Como é que foi a tua participação nessa banda “mítica”
42na: Todo o processo dos mas foice foi sempre pura diversão, éramos um grupo de amigos que nos divertíamos juntos, e acordámos que quando a diversão acabasse, seria a melhor altura para acabarmos com a banda. E isso foi o que aconteceu, de uma forma bastante simples e sem “remorsos”.
- Ainda te sentes como um Rockabilly de poupinha no ar?
42na: Nem por isso, aliás essa letra era “dedicada” ao que nós víamos à nossa volta, não era propriamente um retrato pessoal...eu acho que nunca me considerei um rockabilly, mas de qualquer forma foi uma boa altura, essa, do Moçambique bar em Coimbra.
- Aquilo era muita “loucura” dentro e fora do palco, as imagens que vão aparecendo via youtube mostram-no bem. Nota-se que havia muita interactividade com o público. Tens alguma história desses tempos que possas partilhar?
42na: As histórias aconteciam em quase todos os concertos, era sempre uma grande confusão e houve muitos mal entendidos, sabes, era uma outra época em Portugal, não havia nem metade das “facilidades” que agora há, era fácil haver mal entendidos e sermos mal interpretados, as pessoas em si também eram mais fechadas a novas experiências, e os mas foice tocavam em qualquer sítio para que fossem convidados, alguns deles quem nos convidava nem sabiam o que estavam a levar lá.
2. Tédio Boys - Depois dos “M’as” vieram os Tédio Boys, banda que gerou algum culto, mas que me parece ter mais adeptos actualmente do que na altura. Com essa banda chegaram a ir ao Estados Unidos. Como é que foi toda essa vivência, o que pensavas na altura?
42na
: Na altura pensava que poderia viver da música, que Portugal era bastante pequeno, e claro que pensava em várias possibilidades de começar a minha vida noutro(s) pais(es).
- A ideia de um grupo de cinco rapazes de Coimbra ir à “conquista” daquele país imenso não te assustava?
42na: Antes pelo contrário, nós fazíamos lá o mesmo que em qualquer outro lado, era a nossa maneira de nos expressarmos. Claro, que em certos sítios tivemos melhor aceitação que noutros(tal como cá em Portugal também variava), mas isso nunca nos “assustou”.
- E como é que vias as coisas em Portugal? Tinham muita gente nos concertos, havia espaço para a música dos Tédio?
42na: Tivemos salas muito boas, muito más, fomos “adorados” e “odiados”, acho que ao longo dos 10 anos tivemos muita gente que nos foi fiel, pessoas que cresceram connosco, nunca obrigámos ninguém a gostar do que fazíamos. Sinto que depois de termos acabado como banda todo o projecto cresceu brutalmente.
- O facto de terem surgido tantos projectos com “raiz” nos Tédio, significa que vocês são eternamente insatisfeitos? Ou simplesmente – vou usar uma palavra que está na “moda” – são "empreendedores" da busca da música perfeita?
42na: Eu acho isso só mostra o quanto, cada um de nós, queria e continua a querer produzir. Acho que o processo criativo funciona mesmo dessa maneira, depois de feito e acabado, tudo poderia ter sido feito de forma diferente. Acho que é isso que nos faz querer fazer mais, um misto de insatisfação e de querer fazer melhor ou diferente.
3. D3O - Depois do fim dos Tédio nasceram os D3O. Como e quando é que decidiram formar a banda?
Miguel: Não decidimos propriamente em formar “uma banda”, nem tão pouco com o nome d3o. Tudo surgiu naturalmente. Em 2001/02 tanto eu como o Toni, estávamos “libertos”, e nestas coisas, quando se tem vontade as coisas Acontecem. Assim, o Toni pediu uma guitarra emprestada, e resolvemos tentar puxar pelos dotes (até então desconhecidos) de guitarrista do Toni. Tudo começou como que por brincadeira. Sem querer, em pouco tempo, tínhamos 3 ou 4 temas prontos!
O aparecimento do Tó Rui, surge também naturalmente.. Somos amigos desde sempre, e certo dia, o Tó Rui juntou-se a nós, dando o que faltava ás músicas que tínhamos, e dando também um impulso enorme a outras tantas que estavam por completar. A química, penso que foi o elemento crucial para que quase 10 anos depois, ainda estejamos juntos!
Tó Rui: Foi um processo natural, todos nós estávamos parados, pois tínhamos acabado de sair de projectos recentemente extintos no caso “Garbage Catz” e “Tédio Boys”, mas com uma vontade enorme de fazer música. Como já nos conhecíamos á bastante tempo e tínhamos a vontade conjunta de fazer algo novo, decidimos juntar-nos e ver como as coisas funcionavam, estas primeiras fases são sempre engraçadas, pois é fase da criação sem preconceitos, sem barreiras sem limites e por outro lado descobrimo-nos como músicos e como cada um desenvolve o seu método criativo. È de facto gratificante sentir como se conjugam personalidades e gostos musicais por vezes diferentes num mesmo projecto.
- E Como é que tem corrido esta “aventura”?
Miguel
: “Aventura” será uma qualificação/adjectivação para algo passageiro. Os d3ö são um projecto sério, alicerçado em muita dedicação e entrega por parte de todos os que estão envolvidos.
Já tivemos o privilégio de subir a alguns dos melhores palcos em Portugal, com passagens por Espanha e Inglaterra. Desde o Coliseu dos Recreios em Lisboa ao Teatro Sá da Bandeira no Porto, bares míticos como o Deslize em Braga e/ou Barco no Porto, partilhando-os com nomes como Danko Jones, The Kills, Speed Ball Baby, The Fleshtones, MudHoney e tantos outros.
Para “Aventura”, temos 3 ep´s, um Álbum, um CD Single com dois temas que acompanham a Box (Subotnick Entreprises), um 7 polegadas com edição Inglesa para todo o Mundo (Dirty Water Records), enfim.
Viemos para ficar! Quando surgimos, o Rock tinha morrido (diziam!), entretanto ressuscitou (e nós continuávamos), agora é foleiro cantar em Inglês (e nós continuamos).
- Preferem tocar ao vivo ou em estúdio?
42na: Ao vivo.
Tó Rui: Ao vivo e com o público junto de nós.
- Como é que vocês ensaiam e preparam os espectáculos, com o Miguel radicado em Lisboa?
42na
: Com muito carinho, força de vontade e planificação.
Tó Rui: Por vezes não é fácil, mas como todos temos a mesma paixão pela música e continuamos com vontade de fazer coisas novas, ultrapassamos esses obstáculos com muita força de vontade e respeito entre nós.
- E o processo criativo como funciona?
42na
: Depende
Tó Rui: É um processo natural, tudo começa numa batida que aparece, num riff de guitarra apelativo, numa frase influente em suma quase sempre duma jam-session. Outra questão é o de aproveitar ao máximo as escassas oportunidades que estamos juntos para criar e libertar os pensamentos que nos inundam a alma em forma de música.
- Letras antes da música ou a música primeiro?
Miguel
: O Toni, é liricamente, nato! Nisto, é meio caminho andado. Já vimos temas surgirem a partir de um refrão, como de um “riff” de guitarra ou de uma sequência de bateria.
Nós quando estamos juntos, seja na nossa sala de ensaios, seja num soundcheck qualquer, surge sempre algo que se vai mutando, e adaptando aos mais diversos estados de espírito que vamos sentindo a cada momento. Penso que é isso que torna tão especial o nosso processo criativo. Porque não temos uma formula, para nós é super entusiasmante e estimulante cada vez que coisas Bonitas ou feias acontecem!
- O que é que serve de inspiração para a vossa música?
Miguel: Talvez seja vago, mas.. penso que a Vida.
Tó Rui: A vida e suas aventuras e desventuras.
- Tendo em conta que se vendem cada vez menos discos como é que vocês têm feito para se manter como banda?
Miguel: Tal como te disse á pouco, os d3ö têm como alicerce as pessoas que estão envolvidas, que se dedicam e entregam ao projecto, não por causa dos discos, mas sim porque não querem estar paradas! É óbvio que o registo é muito importante, pois marca um período, e possibilita seguir em frente, fazer melhor. Mas não é determinante na existência da banda, o nosso combustível é o palco!
Tó Rui: Para nos manter-mos como banda o que interessa é tocar ao vivo, e sentir que nos estamos a divertir e a divertir o público que nos vai ver, os discos são registos das várias fases do projecto, o mais importante é sentir que ainda estamos e podemos fazer algo pela música.
- A internet tem sido um amigo – porque os faz chegar a mais pessoas, ou um inimigo – na medida em que contribui para o diminuir vendas?
Miguel
: Está muito claro que a Internet (como em tudo na vida) tem coisas positivas e negativas. Mas penso que o principal problema da crise na industria discográfica, deve-se mais á incapacidade de adaptação por parte da industria, do que propriamente por culpa dos “internautas”. Vemos ainda hoje, projectos Mundiais a terem lucros colossais, e vendas de discos proporcionais. Isto deve-se á Inteligência dos promotores e editoras envolvidas, que sabem aproveitar a existência do melhor meio de comunicação que alguma vez existiu.
Nas décadas de 40, 50 e 60, o single era o mote para o top, tempos idos… O mercado, entretanto, descobriu que para ganhar mais dinheiro, o single não chegava. «Tens de ter um álbum, senão não passas na rádio!», pois, tempos idos... o mercado (composto por pessoas cada vez mais exigentes), têm agora forma de “sacar” as faixas que lhes interessam (singles)... voltámos atrás!? A Internet tem sido nossa Amiga!
Tó Rui: A Internet é o presente e o futuro, tanto os músicos como as editoras é que tem que encontrar a melhor forma de lidar com o que está instituído. Eu continuo a gostar do objecto, se gosto compro o disco, posso ouvi-lo, mexer-lhe e cheira-lo.
- E as rádios e imprensa em geral? Têm ajudado?
Miguel
: Hoje em dia, ninguém ajuda ninguém! Ou têm interesse em ti, ou não tens hipótese. Em todo o caso, e porque a imprensa da especialidade é efectivamente muito incerta (mercado/ tendências), quem depende “dela”, tanto aparece com desaparece.
De resto, é obvio que gostávamos que a nossa música passasse mais na rádio, mas se não querem pôr o disco de d3ö a tocar, que podemos nós fazer!? Não esmorecemos por causa disso. As playlists, são o que são à já muitos anos..
Tó Rui: Costumo dizer “Quanto maior a altura maior a queda”, enerva-me bastante a criação de “Next Big Things”. Acredito em projectos com alicerces sólidos e não pré-fabricados e creio que os D3o já têm provas dadas suficientes para se afirmarem no panorama musical português. - Tenho sempre ouvido dizer que não dá para viver da música em Portugal. Daí cada um de vós ter a sua profissão. Como é que vocês conseguem conjugar a música com o trabalho?
Miguel
: Agenda, e organização
Tó Rui: É uma questão de dedicação e organização. Se é fácil – Não, se queremos continuar – Sim.
- Sentem algum “entrave” pelo facto de cantarem em Inglês?
Miguel
: Penso que é entrave para alguns “promotores” portugueses. Mas não o é para o resto do Mundo. Há que respeitar as opiniões de todos... a resposta a esta pergunta “dava pano para mangas” :)
Tó Rui: Cantar em inglês saiu naturalmente, achamos ser a melhor maneira de interpretar o nosso tipo de som, que não tem raízes propriamente portuguesas, quanto ao sentir entraves – por vezes.
- Como é que vêm a situação da música portuguesa actual e os D3O como parte dela? (em termos de espaços para tocar, fãs, mercado, etc.)
Miguel
: Tenho ideia que a música em Portugal, está de boa Saúde! Vêm-se projectos novos (todos ou quase todos) cantados em Português. É muito bom!
Espaços existem, e prescrevem-se, inclusivamente, sentimos que as condições técnicas têm melhorado de ano para ano, também devido á sensibilidade das pessoas que gerem esses espaços. Relativamente às pessoas (fãs como lhes chamaste), penso que por serem cada vez mais exigentes, só se deixam enganar uma vez. Nem as rádios fazem milagres.
Nós nesse campo, continuamos a tocar ao vivo, como disse mais atrás, á quase 10 anos. Penso que responde á tua questão!
Tó Rui: Creio que existem muitos bons projectos em Portugal, pena que ainda muita gente pense que para ter um bom cartaz de festival tenha que se ir buscar na sua maioria bandas além fronteiras, ou que não se pague às bandas nacionais para tocar nesses grandes eventos (desabafo).
- Já se encontram a preparar um novo disco para suceder ao “Exposed” ou para já o vosso objectivo é rodar este ao vivo?
Miguel
: O Objectivo, é rodar sempre ao vivo! Vontade de continuar a registar os períodos da nossa evolução, é uma consequência. veremos o que poderá estar para vir.
Tó Rui: Para já estamos a rodar o “Exposed”, mas já há coisas novas em curso, aguardem!
- A hipótese de internacionalização passa-vos pela cabeça?
Miguel
: A Internacionalização, penso que já é um dado adquirido. A internet, proporcionou isso mesmo. As nossas idas a Espanha e Inglaterra, serão para repetir sempre que possível! O desejo de ir ainda mais longe, também é um facto. Utilizando uma frase já gasta - "The Sky is the Limit!"
Tó Rui
: Passa e já aconteceu com datas em Inglaterra e Espanha, inclusive a edição de um single por uma editora estrangeira (Dirty Water Records),não acho que seja nada utópico sonhar com a internacionalização.

Da minha parte quero agradecer aos elementos do grupo a disponibilidade e desejar-lhes um futuro cheio de boa música e muitos concertos.

Agenda

Logo à noite, integrado no programa da Semana Jovem de Ílhavo, no parque exterior do Cemtro Cultural de Ílhavo, teremos The Legendary Tigerman. Espera-se mais um excelente concerto!
Depois na sexta-Feira, integrado na FARAV - Feira de Artesanato da Região de Aveiro, no Rossio, teremos Melech Mechaya, outro concerto a não perder!
Passem pelo myspace dos Melech Mechaya e descarreguem gratuita e legalmente o primeiro EP do grupo. Entre outros temas está a fantástica versão do "Miserlou", assim já podem "treinar" para o concerto.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

"Novas Ideias"

Anda para aí um sr. político que ganhou as eleições para liderar o maior partido da oposição, até aqui tudo bem. O problema é quando ele apresenta as suas "novas idéias" para o País.
Aí, só me sai um palavra : MEDO!
Dar a ideia de querer mexer na constituição para acabar com a justa causa, ou acabar com as frases que falam de ensino e saúde "tendencialmente gratuitos", não é resolver o problema do País, é agravá-lo.
O que vale é que ainda há pessoas, naquele partido, com quem eu até nunca costumo concordar, mas que desta vez até pensam como eu.
Enfim, a propósito disto tudo lembrei-me da canção "Srs. Políticos", incluída no álbum - Censurados, da banda com o mesmo nome, e que no ano de 1990, já cantavam com esta actualidade:

É triste ver que uma canção com esta letra, escrita há vinte anos atrás, continua "na ordem" do dia.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Emily Jane White - Mercado Negro Aveiro

Na noite em que Aveiro tinha todos os concertos, desloquei-me até ao Mercado Negro para ver Emily Jane White. Não sabia bem ao que ia, mas fiquei imediatamente cativado ao ouvir a sua voz de anjo.
A beleza das suas canções ia desfilando, ora com viola ora ao piano, Emily não deixava de encantar. A sua permanente simpatia também ajudou, mais perto do final do concerto chegou a haver uma espécie de "discos pedidos", a que ela acedeu com agrado.
Emily é sem dúvida um concerto a rever, de preferência com banda a acompanhar.
É que a ver por este video que encontrei, com um dos temas cantado por ela nesta noite, no caso "Frozen Heart", a sua música fica ainda mais bonita.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

The Underdogs - Rossio de Aveiro

Já andava para ver os The Underdogs há algum tempo finalmente, no passado dia 9 consegui fazê-lo, mesmo lutando contra o cansaço, já que a ida ao Alive me tinha deixado quase de "rastos", mas ainda com forças para um bom concerto de rock'n'roll.
E que bom é o Rock dos Underdogs, ainda por cima são excelentes executantes. O grupo apresentou nove temas e qualquer um deles já podia certamente fazer parte de um disco.
A maturidade apresentada pelo grupo é surpreendente, claro que os anos que o Alexandre Mano já tem "disto" ajudam, mas os restantes membros, em palco, não deixam perceber a pouca idade que têm.
Enquanto os estava a ver e ouvir, deu-me a sensação que estava a ver um grupo já maduro e não um grupo ainda com uma história tão recente.
Temas bem construidos, bem tocados e sem falhas, uma segurança em palco que não é habitual e tudo "temperado" com muita garra.
Fiquei contente por ver que em Aveiro há um grupo que toca um excelente blues - rock e tem "pernas para andar".
É mais uma banda que mostra que não é preciso estar em Lisboa para fazer boa música, oxalá eles consigam dar "o salto" para maiores vôos, eles bem o merecem. Pelo menos a mim já me conquistaram.
O alinhamento do concerto a que tive o prazer de assistir foi:
1. Cigarretes, cheese and wine
2. Going down
3. Rolling woman
4. It is not plain to see
5. Thousand kisses
6. If you want me to stay (original dos Sly and The Family Stone)
7. She is la
8. Ode for queens
9. The Stonewalkers
Quem não os conseguiu ver no passado dia 9, não perca a oportunidade de ver, já no próximo dia 30, na Praça do Peixe.
Não percam e comprovem aquilo que eu disse deles, não há nada como ver "in loco" as qualidades dos The Underdogs.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Agenda

Se não fosse ao Marés Vivas, ia de certeza tentar ir a Caldas de Reis, perto de Pontevedra na Galiza, para ver este Cultura Quente 2010.
O cartaz está muito interessante, as entradas são gratuitas e quase que só pelo Tricky, já valia a pena lá ir...