Para o fim deixei os que, para mim, foram os melhores concertos do dia: The XX e Faith No More. Os The XX mostraram porque é que são tão queridos em Portugal. Uma tenda que tinha quase tanta gente dentro, como fora, com os de dentro a serem contemplados com melhor qualidade de som que os permitiu cantar em conjunto com a banda desde os primeiros temas.
Quem só pôde assistir de fora, mesmo assim não arredou pé e ia acompanhando conforme podia, o que atesta do interesse que os The XX despertaram no público presente. Mesmo com os temas mais intimistas a sintonia com o público foi total, não sei se o grupo foi apanhado de surpresa com tamanha adesão. Pelo menos uma ou outra troca de olhares e sorrisos entre Oliver, Jamie e Romy, que consegui ver via ecran gigante, deu-me a ideia que eles estavam muito agradados com a reacção do público.
Os The XX são um daqueles grupos que mesmo que não façam mais nenhum disco, vão ter sempre uma legião de fãs do lado deles em Portugal.
Pode até haver quem não tenha gostado da sua actuação, eu adorei e quero repetir, mas noutro tipo de espaço. Para encerrar o primeiro dia do Festival, no palco principal, vieram os Faith No More. Banda que não precisa de apresentação e que veio cá pela segunda vez em menos de um ano.
Essa vinda é plenamente justificada, pois parece-me que a maioria dos 38 mil espectadores estavam lá para os ver. Eles, como é lógico não deixaram os seus créditos por mão alheias e "atacaram" forte e feio.
Um grupo que tem como mestre de cerimónias um homem como Mike Patton está sempre bem. A capacidade vocal e de comunicação deste homem é enorme, aqui passou a maior parte do tempo a falar português como sotaque do Brasil e a fazer várias piadas e trocadilhos com o público, brincando com os restantes membros da banda, pelo facto de eles não perceberem a nossa língua. Os momentos altos fora seguramente quando se cantaram os temas "Easy", "Midlife Crisis" e claro o "Evidence" - cantado quase na sua totalidade em português, ainda estou com o "não sentchi nada" no ouvido - em qualquer um destes temas o público cantou sempre a par de Patton que por vezes parecia um maestro a orientar toda aquela massa de gente.
O "stage diving" também não faltou, mas quase que descambava quando alguém do público, descalçou o sapato ao homem e ele fez uma espécie de birra, ora chamando-os de mal educados, ora sorrindo como se nada fosse, fiquei sem saber se era a brincar ou a sério.
O final do concerto estendeu-se demasiado e, com muita pena minha, não foi tocado o tema "We care a lot" que foi trocado por quase 20 minutos de "experimentalismo à la Mr. Bungle" que a mim não me agradou particularmente, mas que talvez tenha agradado aos indefectíveis. Para ser um dia perfeito faltou um maior cuidado com o som da tenda clubbing que muitas vezes interferia com o que se ouvia no palco principal e na tenda do palco alternativo, penso que a organização devia rever a localização deste terceiro palco.
Em resumo, posso dizer que foi um grande dia de Alive e só espero que o próximo ano seja tão bom ou melhor que este.
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