Nas ruínas da
Igreja da Pena, iniciaram os
leirienses Brainderstörm, o segundo
dia do festival. Esta é uma banda com claras influências da dark-folk de bandas
como Death In June e Current 93, entre outras e mostraram que sabiam bem a
lição. Ficamos à espera que editem o primeiro álbum, pois mostraram qualidades
superiores a muitos dos projectos que aparecem de todo o lado com estas
sonoridades.
Sieben é o projecto de Matt Howden,
colaborador de inúmeros projectos, dos quais se destaca o saudosos Raindogs.
Sózinho em palco, deu um dos mais energéticos e brilhante concerto deste
festival. Tendo como instrumento um violino, vai gravando, em loop, construindo
as suas músicas juntando as diferentes camadas da “cebola” até esta se
apresentar completa. Pelo meio o arco do violino vai rodando entre os dedos a
grande velocidade, a barba por fazer ajuda a criar sons ao roçar no violino e a
sua voz é, por vezes, direccionada para o interior do violino criando efeitos
sonoros únicos. Momento alto foi quando, do seu violino extrai os acordes para
uma versão magistral de “Transmission” da Joy Division, o qual foi acompanhado
em coro por todo o público.
A estreia mais
aguardada veio seguidamente. Os franceses ROSA CRVX, eram segundo as palavras do mentor da Fade In, Carlos
Matos, uma velha ambição. E valeu a pena esperar para assistir a este já
mítico espectáculo dos Rosa Crvx.
Não faltou nada daquilo que torna este
espectáculo (o mais gótico de todos os apresentados): A precursão robótica, o
latim, o carrilhão com dez sinos e “La Danse de la Terre”. Um autêntico ritual,
espécie de missa negra dividida em vários actos, capaz de suscitar sensações
únicas de deslumbre e de estupefacção.
Este foi sem qualquer dúvida, o concerto
do festival e esta foi a sua grande noite.
Para a finalizar o segundo
dia, um contratempo. Os agendados Suicide Commando
cancelaram o concerto por doença do seu vocalista. Em sua substituição, o palco Corpo recebeu o projecto leiriense ESC - Eden Synthetic Corps. Depois de recentemente
terem sido muito bem recebidos pelo público do Festival Treffen de Leipzig,
este foi um momento em que os ESC, de G.
Diesel e IDK (Vocais), Chainheart e Hypecrash (Teclados), puderam confirmar-se como um dos projectos
com mais potencial. A ver pela reacção dos presentes esta é uma música que
impede qualquer um de estar quieto, talvez "o mal", na forma de doença para o belga Johan van Roy, até
tenha vindo por "bem".
Texto e Fotografias Gentilmente Cedidas por Ângelo Fernandes
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