sábado, 25 de agosto de 2012

Batida em Ílhavo

O concerto que se seguiu no Festival Radio Faneca, foi o de Batida, confesso que de início estava um pouco de “pé atrás”, pois só conhecia o tema Bazuka (Quem me Rusgou) e até comentei “bem eles vão montar a discoteca, eu tiro duas ou três fotos e bazo”. Quando comecei a ver o cenário a ser montado, comecei logo a mudar de opinião e assim que começou o concerto o grupo conquistou logo a minha atenção, afinal Batida é bem mais que “só” música de dança, tem muito mais “sumo” para além disso.
Começa logo pela mensagem das canções cuja temática é tudo menos fútil, nelas fala-se do resultado dos muitos anos de guerra civil que Angola (País de onde são originários alguns dos membros do grupo) sofreu. Fala-se do flagelo do álcool, como em Cuka (isso é o que eles querem!) a cerveja que é tão barata como água e cujo vício impede as pessoas de pensar e as põe a votar sem questionar, daí continuarem com o ditador eleito José Eduardo dos Santos que tem direito a uma imagem especial em palco. Tudo embrulhado em ritmos dançáveis claro, mas onde a mistura entre os instrumentos tradicionais e a electrónica também está muito bem conseguida.

Também há sempre imagens a ser projectadas em palco que vão complementando o que ouvimos. Depois ainda há a dança, os dançarinos e cantores vão-se sucedendo, enriquecendo um espectáculo que se torna único.
Resumindo está um espectáculo muito bem montado, cheio de estímulos para a dança, mas que ao mesmo tempo dá que pensar.
A certa altura já eu estava completamente “contagiado”, não dancei, mas bati muito o pezinho e abanei a cabeça, quem me conhece sabe que isso está bem próximo da dança para mim. Adorei temas como os que antes referi e ainda Ka Heueh,Yumbala, Alegria e a sua mensagem super-positiva, gostei de tudo pronto.
No fim ainda fizeram um encore totalmente acústico e com dança e eu fiquei ainda a gostar mais deles.
Gostei tanto que só não comprei o disco porque eles não tinham trazido nenhum para vender.

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