O Curvo abriu na quita-feira, com o visionamento do documentário "All Tomorrow's Parties" que atraíu uma plateia bastante interessada e que mostrou uma grande parte do que é o Festival com este nome que decorre em Camber Sands no Sussex desde 1999 , de certeza que bastantes dos presentes ficaram com vontade de um dia poder assistir in loco a este evento.
Segui-se a "after party" em que fomos brindados com um grande DJ Set de Rui Maia que mostrou um grande profissionalismo e valor, foi pena ainda ser um dia de semana e não ter ficado muita gente para assistir, seja como for, eram poucos mas muito bons.
Dia 2
Foi com Rita Braga e a sua linda voz que abriu o segundo dia de Curvo. A sua actuação remeteu-nos para várias paisagens, desde o Havai até à Grécia, com passagem pelos Açores de onde veio a canção "Lira", também deu para lembrar a Marilyn Monroe e o seu "River of no Return". Rita ainda nos brindou com um tema de Lee Hazzelwood que parece ser uma das suas influências.Resta agora esperar para ver até onde a "yellow brick road" vai levar a Rita.
Segui-se o britânico Matt Elliot, dono de um vozeirão que nada tinha a ver com a doce voz de Rita.
Nos primeiros temas a sua voz fez-me vir à memória a voz de Leonard Cohen, embora mais virado para cantar solidão.
A música de Matt tanto nos embala, como logo a seguir nos desperta para ritmos quase alucinantes, a sua técnica de ir gravando pedaços do que vai tocando e que durante as canções são reproduzidos, chega a dar-nos a ideia que estão várias pessoas em palco.
O desdobramento da sua voz gravada dá-nos a ilusão de termos um coro à nossa frente, em "something about ghosts" quase que éramos mesmo assombrados pelos seus fantasmas.
Foi um espectáculo surpreendente que terminou com uma grande "desbunda" sonora - depois de ele anunciar que tinha de descansar a voz - que fez lembrar os sons Trip Hop de outros seus conterrâneos de Bristol.
A terminar o primeiro dia de concertos, vieram as americanas Warpaint que além excelentes executantes, são donas de belas vozes que souberam encantar todos os presentes, como se de canto de sereias se tratasse.
Elas souberam distribuir simpatia e boa música desde o primeiro tema, por vezes faziam lembrar os instrumentais dos The Cure, como no tema "Stars", mas depois demonstravam uma harmonia de vozes que lhes dá alguma originalidade.
Elas souberam distribuir simpatia e boa música desde o primeiro tema, por vezes faziam lembrar os instrumentais dos The Cure, como no tema "Stars", mas depois demonstravam uma harmonia de vozes que lhes dá alguma originalidade.
Quase desde o início que elas pediram ao público para abandonar as cadeiras e juntar-se a elas na frente do palco.
Para romper a timidez inicial, Emily Kokal, uma das cantoras e guitarristas, desceu do palco e veio cantar para o meio do público.
O final do concerto foi em apoteose com o tema "Elephants" e com grande parte do público a dançar em cima do palco a convite delas.
No encore, em que ninguém saiu do palco, o concerto terminou em festa como uma jam-session frenética, a fazer lembrar alguma imagens do documentário do dia anterior.
A banda que rematou no Curvo a sua tourné europeia, deixou-nos água na boca para o que aí vem, que passa por um novo álbum a editar pela Rough Trade.
Ora isso faz-me prever que para a próxima, já só as poderemos ver num desses Festivais de Verão que vamos ter por aí.