Às vezes penso que não há mais nada para inventar, no que à música de inspiração tradicional diz respeito, depois aparecem-me discos como este "No Sótão da Vela", do talentosíssimo Quiné Teles e mudo logo a forma de pensar.
Sozinho no dito sótão, mas rodeado de excelentes colaborações, ele transforma o "velho" em novo e com uma criatividade inexcedível, dá uma nova e muito agradável roupagem a canções que já fizeram parte da vida de muita gente por este país fora.
Este disco é uma mostra de amor, amor pela história e tradição, amor pela inovação, enfim, amor pela música e pela vontade de surpreender.
"No Sótão da Velha" tem tudo para não agradar os "puristas", mas tem tudo para trazer para a descoberta da música tradicional, qualquer millenial que pense que pense que a vida nasceu depois do computador.
Tenho de agradecer ao Quiné, esta maravilhosa viagem por esta cultura que, mesmo muitas vezes menosprezada, é nossa.
Deixo aqui só um pequeno exemplo:
quinta-feira, 20 de junho de 2019
Quiné Teles - No Sótão da Velha
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João Berhan - Roupa Nova
Tive o prazer de ver o João Berhan, a tocar ao vivo, há pouco mais de uma semana no Festival Rádio Faneca.
Em cima do palco, ora com guitarra acústica, ora com teclados, com alguma timidez mal disfarçada, foi-me cativando a cada desfilar de canções.
De início parecia uma soma de Luis Severo com B Fachada, influências não escondidas, a certa altura, somei-lhe o Sérgio Godinho, o Zeca Afonso e o Fausto, mas acabei por chegar à conclusão que o João Berhan, é o João Berhan.
O João é um verdadeiro mestre da arte de bem escrever nesta nossa, riquíssima, língua e este disco - "Roupa Nova" - é o seu melhor exemplo.
Em estúdio a sua música preenche-se com mais instrumentos, mas nem assim nos tiram o foco das magníficas palavras que entram nas suas canções.
Dá gosto ouvir discos assim, feitos com cuidado e tratados como filigrana. Dá ainda mais gosto ver a maneira como ele "descalça a bota", encaixando as palavras na música ou embrulhando a música com palavras.
No disco não se encontra referência à data da publicação, não sei se foi propositado, mas o facto é que as canções que lá vêm, são intemporais.
Daqui a muitos anos, poderemos continuar a ouvi-lo e não se vai encontrar nada que o faça datado.
Desafio todos os amantes de música e ouvi-lo e a deixarem-se conquistar, como eu fiquei conquistado.
A classificação que lhe dou é um Muito Bom, a caminho da excelência.
Venham mais maravilhas assim.
Deixo-vos com um dos temas que mais me agradou:
Em cima do palco, ora com guitarra acústica, ora com teclados, com alguma timidez mal disfarçada, foi-me cativando a cada desfilar de canções.
De início parecia uma soma de Luis Severo com B Fachada, influências não escondidas, a certa altura, somei-lhe o Sérgio Godinho, o Zeca Afonso e o Fausto, mas acabei por chegar à conclusão que o João Berhan, é o João Berhan.
O João é um verdadeiro mestre da arte de bem escrever nesta nossa, riquíssima, língua e este disco - "Roupa Nova" - é o seu melhor exemplo.
Em estúdio a sua música preenche-se com mais instrumentos, mas nem assim nos tiram o foco das magníficas palavras que entram nas suas canções.
Dá gosto ouvir discos assim, feitos com cuidado e tratados como filigrana. Dá ainda mais gosto ver a maneira como ele "descalça a bota", encaixando as palavras na música ou embrulhando a música com palavras.
No disco não se encontra referência à data da publicação, não sei se foi propositado, mas o facto é que as canções que lá vêm, são intemporais.
Daqui a muitos anos, poderemos continuar a ouvi-lo e não se vai encontrar nada que o faça datado.
Desafio todos os amantes de música e ouvi-lo e a deixarem-se conquistar, como eu fiquei conquistado.
A classificação que lhe dou é um Muito Bom, a caminho da excelência.
Venham mais maravilhas assim.
Deixo-vos com um dos temas que mais me agradou:
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João Berhan
Um Corpo Estranho - Homem Delírio
Nestes dias em que pegar num disco, colocá-lo no leitor de CD's e ouvir até ao fim, é quase um acto de rebeldia, têm, felizmente, surgido alguns projectos ou bandas que nos obrigam a cometer esse "quase crime".
"Homem Delírio" dos Um Corpo Estranho, é uma dessas obras. Como já disse noutros locais, isto é um álbum, no verdadeiro sentido do termo. Ele tem princípio meio e fim e conta uma história musical que agarra qualquer amante de boa música.
João Mota e Pedro Franco, continuam a surpreender com uma postura na música, muito pouco alinhada com os padrões actuais e fazem um disco que, quase me atrevo a dizer, atinge a perfeição.
A cada audição descobrimos uma nova teia de sons que nos enleia o coração e o cérebro e faz sentir, em crescendo, o prazer de ouvir um disco mesmo.
Os dedilhados de guitarra, e lapsteel, do Sérgio Mendes, o piano do Paulo Cavaco e o acordeão da Celina da Piedade (já cúmplice de trabalhos anteriores) que "acaba com o resto", enriquecem as paisagens sonoras que encantam e embrulham as letras de pura poesia. Pelos sons, somos levados a uma miríade de locais distantes e paradisíacos.
Enfim, acho que não preciso de dizer mais, este disco é Imprescindível e leva uma classificação de Excelente!
Se ainda não ouviram, façam-vos o favor de não perder mais tempo e vão imediatamente ouvir.
Aqui fica o primeiro single, para entrarem em força neste "Homem Delírio":
"Homem Delírio" dos Um Corpo Estranho, é uma dessas obras. Como já disse noutros locais, isto é um álbum, no verdadeiro sentido do termo. Ele tem princípio meio e fim e conta uma história musical que agarra qualquer amante de boa música.
João Mota e Pedro Franco, continuam a surpreender com uma postura na música, muito pouco alinhada com os padrões actuais e fazem um disco que, quase me atrevo a dizer, atinge a perfeição.
A cada audição descobrimos uma nova teia de sons que nos enleia o coração e o cérebro e faz sentir, em crescendo, o prazer de ouvir um disco mesmo.
Os dedilhados de guitarra, e lapsteel, do Sérgio Mendes, o piano do Paulo Cavaco e o acordeão da Celina da Piedade (já cúmplice de trabalhos anteriores) que "acaba com o resto", enriquecem as paisagens sonoras que encantam e embrulham as letras de pura poesia. Pelos sons, somos levados a uma miríade de locais distantes e paradisíacos.
Enfim, acho que não preciso de dizer mais, este disco é Imprescindível e leva uma classificação de Excelente!
Se ainda não ouviram, façam-vos o favor de não perder mais tempo e vão imediatamente ouvir.
Aqui fica o primeiro single, para entrarem em força neste "Homem Delírio":
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Um Corpo Estranho
The Manchesters - Seven Days
Têm nome de cidade estrangeira, mas são bem portugueses, em conjunto já têm muitos anos de música, passados por bandas como Cello, Corsage, Raindogs, K4 Quadrado Azul, DW Void, The Fishtails, etc.
Dando seguimento a um convite para participarem num disco de tributo a Joy Division em que fizeram uma versão de "Atmosphere", Francisco Florentino na voz, Pedro Temporão no baixo, e Luis Ferreira na guitarra, aproveitaram o balanço e decidiram continuar.
Para completar o "ensemble", convidaram o histórico Manuel Ramalho (Faíscas, Corpo Diplomático, Rádio Macau,entre outros) para a bateria, tornando-se oficialmente The Manchesters.
Com um som claramente inspirado nas sonoridades dos finais de 80, inícios de 90 do século anterior, depois de "Camouflage Hellicopters" de 2018, lançaram, já em Fevereiro, "Seven Days" o seu segundo E.P.
Seven Days, Fooling Around, Heart of The city e Golden Pill, são os temas que o constituem. Não escondem as referências adquiridas, e em cada canção mostram-no com maestria.
Um baixo pujante e os ritmos bem "swingados" são uma constante e fazem deste, um disco de audição obrigatória e uma óptima companhia para momentos mais de festa.
Fiquem com o vídeo de "Seven Days" e lancem-se, sem medos, no mundo dos The Manchesters.
Dando seguimento a um convite para participarem num disco de tributo a Joy Division em que fizeram uma versão de "Atmosphere", Francisco Florentino na voz, Pedro Temporão no baixo, e Luis Ferreira na guitarra, aproveitaram o balanço e decidiram continuar.
Para completar o "ensemble", convidaram o histórico Manuel Ramalho (Faíscas, Corpo Diplomático, Rádio Macau,entre outros) para a bateria, tornando-se oficialmente The Manchesters.
Com um som claramente inspirado nas sonoridades dos finais de 80, inícios de 90 do século anterior, depois de "Camouflage Hellicopters" de 2018, lançaram, já em Fevereiro, "Seven Days" o seu segundo E.P.
Seven Days, Fooling Around, Heart of The city e Golden Pill, são os temas que o constituem. Não escondem as referências adquiridas, e em cada canção mostram-no com maestria.
Um baixo pujante e os ritmos bem "swingados" são uma constante e fazem deste, um disco de audição obrigatória e uma óptima companhia para momentos mais de festa.
Fiquem com o vídeo de "Seven Days" e lancem-se, sem medos, no mundo dos The Manchesters.
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Tricycles - Tricycles
O disco já saiu em Março, mas qualquer altura é boa para lhe dar visibilidade.
Este disco de estreia é quase uma "colectânea" de clássicos imediatos a que vale a pena dar ouvidos.
O disco abre com All The Mornings que também foi o primeiro single:
e, de imediato nos leva por uma viagem de sonoridades familiares, mas que nunca deixam de surpreender e agradar.
Ao todo são 12 temas que a cada audição vão cativando e nos colocam do lado da banda. Harmonias diversas e inventivas e, por vezes, umas malhas de piano que fazem toda a diferença.
Além de manhãs, noites e sóis, há também lugar para o alerta político que surge claro em "Humble Hym", um tema que, com outros arranjos, facilmente se podia transformar em hino punk.
Vale a pena dar atenção aos Tricycles e, se possível, vê-los ao vivo.
O disco leva a classificação de Para Além de Bom, mas isso, é a minha opinião, vale o que vale. Oiça-nos, porque vale a pena ouvir e tirem as vossas próprias ilações.
(cliquem e ler mais, para saberem mais pormenores sobre a banda).
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quarta-feira, 5 de junho de 2019
Agenda - Rádio Faneca 2019
Vão ser três maravilhosos dias de Alegria, a "emissão" da Rádio Faneca, começa na sexta-feira e só acaba domingo.
Para minha enorme Felicidade e Honra, fui convidado para fazer uma hora de programa, vai-se chamar As Certezas do Meu Mais Brilhante Amor e, evidentemente, vai ser uma viagem pela "minha" música portuguesa.
Antes e depois disso, vou desfrutar da cidade de Ílhavo que, particularmente nestes dias, fica ainda mais bonita.
Vou ver quase todos os concertos e assistir a quase todos os programas, espero que façam o mesmo.
Aqui fica a totalidade do programa para os três dias, com horários e tudo:
Para minha enorme Felicidade e Honra, fui convidado para fazer uma hora de programa, vai-se chamar As Certezas do Meu Mais Brilhante Amor e, evidentemente, vai ser uma viagem pela "minha" música portuguesa.
Antes e depois disso, vou desfrutar da cidade de Ílhavo que, particularmente nestes dias, fica ainda mais bonita.
Vou ver quase todos os concertos e assistir a quase todos os programas, espero que façam o mesmo.
Aqui fica a totalidade do programa para os três dias, com horários e tudo:
Por Estas Bandas 2019 - Report
8º Por Estas Bandas
Sede do SCOCS - Cem Soldos
6 de Abril de 2019
Cem Soldos não é só Bons Sons, a aldeia Medio Tejana é também a casa do SCOCS - Sport Clube Operário Cem Soldense, a organização responsável por mostrar ao mundo que a aldeia é coisa da cabeça das pessoas.
Pela oitava vez organizaram o Por Estas Bandas, um Festival que cresce cada vez mais e que ajuda a mexer com a cultura da região.
Em jeito de concurso, esta edição deu-nos um "embate" entre bandas do Medio Tejo e bandas de Aveiro.
Wipeout Beat nas Quintas da (in)Certeza - Report
Wipeout Beat - Quintas da (in)Certeza - 2ª Edição
Convés da Fábrica das Ideias
28 de Março de 2019
Atitude Punk, vários teclados, três vozes e uma guitarra, é assim que os Wipeout Beat espalham a sua magia.
Carlos Dias, Miguel Padilha e Pedro "Calhau" Antunes forma os Wipeout Beat e sem "peneiras" vieram ao Convés na Fábrica das ideias, mostrar a sua refrescante proposta sonora.
Mostra OuTonalidades 2019 - Report
Mostra OuTonalidades 2019
23 de Março de 2019
Espaço d'Orfeu
Afazeres profissionais não me permitiram assistir ao primeiro dia da 2ª edição da Mostra OuTonalidades, mas no segundo dia estive presente.
Em boa hora o fiz, pois tive a oportunidade de ver in loco, algumas das excelentes propostas que este OuTonalidades tem para que os programadores de todo o país, possam escolher.
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