sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Feliz 2011

Hoje que o ano acaba quero apenas desejar para mim e para todos que o próximo seja muito melhor.
Para todos aqueles que profissionalmente estão a passar um mau bocado, o que eu desejo é que esta seja a banda sonora, assim que arranjarem emprego!

Os Melhores Discos do Ano - 2010

Num ano em que mais uma vez a música portuguesa mostrou uma enorme vitalidade, variedade e qualidade de propostas a escolha dos melhores do ano fica dificultada.
A minha escolha de 25 discos é esta:
Orelha Negra – Orelha Negra
Pop Dell’Arte – Contra Mundum
Noiserv – A Day in the Day of Days
Balla – Equilibrio
Carlos do Carmo e Bernardo Sassetti – Carlos do Carmo e Bernardo Sassetti
Feromona – Desoliúde
At Freddy’s House – Lock Full Version
B Fachada – Há Festa na Moradia
Márcia – Dá
Os Golpes – G
Lula Pena – Troubador
B Fachada – É P’ra Meninos
Nuno Prata – Deve Haver
Frankie Chavez – Frankie Chavez EP
Mazgani – Song of Distance
Expensive Soul – Utopia
Rita Redshoes – Lights & Darks
Tiago Bettencourt & Mantha – Em Fuga
Blind Zero – Luna Park
Vitorino – Viva a República Viva!
Pé Na Terra – 13
Anaquim – A Vida dos Outros
Deolinda – Dois Selos e Um Carimbo
Bunnyranch – If You Missed the Last Train…
Vários - Novos Talentos Fnac 2010
Quero também destacar quatro discos do ano passado que só este ano é que chegaram à minha mão e que pela sua qualidade não posso deixar de fora.
São eles:
Galandum Galundaina – Senhor Galandum
Danças Ocultas – Tarab
Melech Mechaya – Budja Ba
A Jigsaw – Like the Wolf

Se 2011 for tão bom musicalmente como foi 2010 estamos bem!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Figuras Musicais do Ano

Continuando os balanços do ano musical, decidi criar uma rúbrica para as "figuras" que tiveram mais destaque e importância na música portuguesa.
As minhas escolhas vão em primeiro lugar para
Henrique Amaro porque mais uma vez, continuou a sua "luta" de há muitos anos, pela música feita por portugueses e pela sua divulgação. Destaco-o juntamente com a Optimus Discos porque desde o ano passado, tem sido esta iniciativa a dar voz a muitas bandas e projectos musicais portugueses. Só este ano foram lançados 22 EP’s de download gratuito e ainda tem levado muito desses músicos a tocar ao vivo em vários festivais pelo país.
Ora quem defende assim a nossa música, merece todo o apreço de todos aqueles que, como eu, gostam da música portuguesa.

A segunda figura a merecer destaque é o "incontornável" B Fachada músico que vai despertando “amores e ódios” pelo país, mas cuja criatividade e dinâmica é inegável.
Depois do álbum homónimo ter sido aclamado pela crítica no ano passado, este ano trouxe “Há Festa na Moradia”, lançado no início do Verão em download gratuito (mais de dez mil descargas contabilizadas) e remata o ano lançando um disco – “É Pra Meninos”, desta vez em Trio.
Depois de se ouvirem com atenção estes três últimos trabalhos, só com alguma má-fé é que não se pode reconhecer, pelo menos, uma enorme capacidade de produção, de "adivinhar" aquilo que os seus fãs gostam e ao mesmo tempo conseguindo surpreendê-los, como é o caso deste disco mais recente que vêm "disfarçado" de disco infantil, mas que me parece ser mais indicado para os pais.
Eu particularmente fiquei convencido depois de ver em dois concertos na mesma semana, um a solo no St Culterra e outro em Trio no Bons Sons, o efeito de "sedução involuntária" que ele exerce sobre o público que fica completamente "na sua mão" e acaba a cantar com ele a maioria das suas canções.
A terceira figura do ano só podia ser o incansável Paulo Furtado/The Legendary Tigerman
Depois da edição do fantástico “Femina” no ano passado que já o levou a dezenas de locais no nosso País e no estrangeiro (chegou a fazer a primeira parte de uma mini tour de Jarvis Cocker dos Pulp por França e Benelux), dando concertos memoráveis, sendo algumas vezes acompanhado pelas cantoras que participam no disco em pessoa ou nos ecrans que o acompanham onde também são projectadas pequenas curtas metragens realizadas por ele e que ilustram as suas canções.
A sua edição em França este ano já o colocou no top dos melhores do ano da revista Les Inrockuptibles. No Festival Optimus Alive foi responsável pela programação de um dia, numa das tendas.
O concerto das Noites Ritual que acabou com um jovem do público a tocar bateria, vai ficar muitos anos na memória de todos.
E o ponto mais alto para este disco, vai ser atingido, merecidamente em Janeiro com os concertos nos Coliseus de Lisboa e Porto. Nada que eu não tivesse já "vaticinado e previsto" neste artigo de Fevereiro deste ano.
Ah e entretanto o próximo disco dos Wray Gunn já deve estar todo gravado e vai ser lançado provavelmente no primeiro semestre de 2011 o que nos dá a garantia de termos o Paulo como figura musical, por muitos e bons anos.

Os Melhores Concertos do Ano

Foram muitos e bons os concertos que tive o prazer de ver este ano e como estamos em época de listas, decidi fazer uma lista curta (tarefa nada fácil!) daqueles que mais gostei. Cada concerto tem o link para a reportagem que fiz na altura.
Portugueses (15):
Orelha Negra – St Culterra em Santo Tirso
A Naifa – Teatro Aveirense
Dead Combo – Festival Bons Sons em Cem Soldos
Lula Pena – Teatro Aveirense
Danças Ocultas – Cine Teatro de Estarreja
Os Tornados – Rock VFR em Santa Maria da Feira
B Fachada – St Culterra
The Legendary Tigerman – Noites Ritual no Porto
Noiserv – St Culterra
Pop Dell’Arte – Teatro Aveirense
Os Golpes – Hard Club no Porto
Diabo a Sete – Festival Bons Sons
Sean Riley & The Slowriders – Centro Cultural de Ílhavo
Diabo na Cruz – Noites Ritual
Tiguana Bibles – Mercado Negro em Aveiro

Estrangeiros (10):
Arcade Fire – Santiago de Compostela
The XX – Optimus Alive
James – Pavilhão Rosa Mota
Loyd Cole and Small Ensemble – Cine Teatro de Estarreja
Warpaint – Teatro Aveirense
Editors – Festival Marés Vivas
dEUS – Festival Marés Vivas
Peaches – Festival Marés Vivas
U2 – Estádio Municipal de Coimbra
Faith No More – Optimus Alive

Se 2011 for tão bom em termos de concertos como foi este ano, já não é nada mau!

Lula Pena no Teatro Aveirense

O último concerto a que assisti ao vivo este ano, vai ficar seguramente na minha lista de “Melhores do Ano
Foi a 9 de Dezembro, num Teatro Aveirense de plateia cheia, que Lula Pena “enfeitiçou” todos os presentes com a beleza da sua música.
O pretexto foi a apresentação do magnífico disco deste ano – “Troubador”, a cantora, dona de uma excelente voz, e guitarrista que toca como poucos, foi muito bem recebida.
O “enamoramento” e encantamento, entre o público e Lula, começou com os primeiros acordes e nunca mais teve fim.
Isso deveu-se, não só, à beleza das canções apresentadas, os sete cantos do disco foram tocados na totalidade e ainda houve tempo para algumas visitas a “Phados” (disco do ido ano de 1998 que apresentou esta virtuosa ao mundo), mas também à sua simplicidade, com agradecimentos sinceros no fim de cada tema e simpatia quando chegou a expressar que se sentia como se estivesse em sua casa.
As canções de Lula Pena são pequenas viagens que nos levam das raízes da tradição musical portuguesa mais popular (Zeca incluído) até ao fado, passando pelo Brasil de Buarque e Caetano, por África, pelas línguas castelhana e anglo-saxónica, chegando a França e à sua chanson, tudo muito bem enleado pelos sons obtidos das cordas e pela percussão, algumas vezes simultânea, feita na caixa da guitarra.
Nunca tinha visto ninguém a tocar desta maneira, ainda por cima com uma tão linda voz. Normalmente os grandes guitarristas não cantam, mas esta mulher nega qualquer ideia pré definida que exista sobre esse tema.
O “à-vontade” permitiu uma referência à beleza do fumo de um cigarro como acompanhamento de certas canções, a certa altura também falou da beleza da cidade e da simpatia do público deixavam-na feliz e a falar como raras vezes acontece em concerto.
Essa harmonia e alegria “deram direito” a dois encores que coroaram um concerto fantástico que ficará na memória de todos por muitos anos.
Encontram mais fotos deste e doutros concertos, na página de facebook deste blog.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Rui Veloso - 30 Anos

Eu não podia deixar acabar o ano sem falar de Rui Veloso, um homem que faz trinta anos de carreira discográfica e que, principalmente com os seus primeiros discos, abriu as portas e os ouvidos dos senhores das editoras para a música feita por portugueses.
É um pouco exagerado chamarem-lhe pai do rock português, até porque, entre outras razões, ele tocava mais Blues que Rock, mas não se pode negar a importância que teve – a par dos UHF – haver alguém a cantar em português (que “reza a lenda”, até foi por imposição da editora) e ao mesmo tempo vender discos.
Depois dele as oportunidades para outros grupos e projectos aumentaram exponencialmente. Se não for por mais nada, pelo menos por isso ele merece um agradecimento de todos aqueles que passarem a ser ouvidos depois do lançamento do “Ar de Rock” em 1980.
Eu deixo aqui um vídeo de “Rapariguinha do Shopping”, o tema que abre este disco que foi tão importante para a música portuguesa.

Aproveito e deixo também o vídeo da canção dele que para mim é a nº 1, foi inevitavelmente escrita pelo parceiro que o acompanha desde a primeira hora – Carlos Tê – e que, na minha humilde opinião, é outro dos grandes responsáveis pelo sucesso do Rui, que nunca seria tão grande, sem as letras do Tê – chama-se “A Ilha”, faz parte do terceiro álbum “Guardador de Margens” de 1983 e é lindíssima.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Caridadezinha na TV

Aproveito a mira técnica para representar todos os canais de televisão portugueses que nos inundam diáriamente com a moda dos "Pobrezinhos".
Na TVI temos a "Santa Fátima das Tardes" a pagar as contas de quem se presta às figuras mais ridículas.
Nos notíciários dos três canais e nos seus respectivos canais de informação, temos pobrezinhos, até de espírito, a toda a hora.
Empresas ricas que despedem centenas e depois fazem campanhas de "arredondas", ofertas de 1 euro na compra de um produto de três, etc.
Também há bancos contra a fome que não precisavam de existir se de um Pais Justo se tratasse.
Enfim "caridadezinhas" para descarga de consciências bem pesadas!
Para completar o "ramalhete", alguns dos candidatos a Presidente da República dedicaram-se ao concurso do "quem conhece mais pobres", ao ponto do actual Presidente ter ido (sem fazer campanha eleitoral) ao casamento de um ex-sem abrigo.
Todas esta situações de exploração indigna, da pobreza cada vez maior deste País, fez-me lembrar uma canção de 1977, cantada por José Barata Moura, cuja actualidade podem constatar "ouvendo" e lendo:


Vamos brincar à caridadezinha
Festa, canasta e boa comidinha
Vamos brincar à caridadezinha

A senhora de não sei quem
Que é de todos e de mais alguém
Passa a tarde descansada
Mastigando a torrada
Com muita pena do pobre
Coitada

Vamos brincar à caridadezinha
Festa, canasta e boa comidinha
Vamos brincar à caridadezinha

Neste mundo de instituição
Cataloga-se até o coração
Paga botas e merenda
Rouba muito mas dá prenda
E ao peito terá
Uma comenda

Vamos brincar à caridadezinha
Festa, canasta e boa comidinha
Vamos brincar à caridadezinha

O pobre no seu penar
Habitua-se a rastejar
E no campo ou na cidade
Faz da sua infelicidade
Alvo para os desportistas
Da caridade

Vamos brincar à caridadezinha
Festa, canasta e boa comidinha
Vamos brincar à caridadezinha

E nós que queremos ser irmãos
Mas nunca sujamos as mãos
É uma vida decente
Não passeio ou aguardente
O que é justo
E há-que dar a toda a gente

Não vamos brincar à caridadezinha
Festa, canasta é falsa intençãozinha
Não vamos brincar à caridadezinha
Não vamos brincar à caridadezinha
Não vamos brincar à caridadezinha

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

DoisMileOito - Bife de Natal

Não há tradição de grupos portugueses fazerem canções originais dedicadas ao Natal, também não há tradição de comer bife no Natal.
Como diz o anúncio: "A Tradição já não é o que era!"
Assim temos os doismileoito, antes de lançarem o segundo álbum que sairá no próximo ano, a criarem uma canção original de Natal que fala de um "Bife de Natal" que nos deixa com "água na boca" para as canções que hão-de vir.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal

É com uma foto da minha cidade no Natal que desejo a todos um Feliz Natal com a melhor Canção de Natal de Todos os Tempos!
Numa versão diferente da do ano passado.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Auxiliares de Memória XXXVIII

Sendo eu o "fiel depositário" dos exemplares pertencentes a um amigo, da revista
que animou os "espíritos rockeiros" dos jovens portugueses, durante os anos de 1978/79 e depois de já ter digitalizado metade desse "espólio", durante o dia de hoje.
Era de mau tom não publicar este artigo que encontrei na revista nº5 de Julho de 1978. É nada mais, nada menos que a reportagem, com alinhamento incluído, do primeiro concerto dos Faíscas, considerados a primeira banda punk portuguesa, escrita por António Sérgio.

Dado o valor histórico desta reportagem, eu não podia deixar de a partilhar, acho que nem ia conseguir dormir descansado.
Já agora, tentem reconhecer o "Jovem Punk", com alfinete na boca e tudo, que está no lado esquerdo da foto. Podem deixar o palpite nos comentários.

James ao Vivo no Porto

A lotação esgotada uma semana antes, já fazia prever uma grande noite, a expectativa era enorme e os James não deixaram os seus créditos por mãos alheias.
O concerto começou, com a última canção tocada no concerto do “interregno” em 2001, “Sit Down” anunciada pelo característico trompete de Andy Diagram, foi tocada numa versão acústica com Tim Booth a cantar a partir de uma das bancadas laterais do Pavilhão Rosa Mota e com Larry Gott a tocar guitarra a partir do palco.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Melhores de 2010 para os Leitores

É nesta altura do ano que se fazem os balanços e as listas dos melhores do ano.
Este ano, antes de apresentar as minhas escolhas, decidi tornar "a coisa" mais interactiva e pedir a colaboração dos leitores do Blog para um top só deles.
Agradeço desde já a todos os que participaram e deixo aqui então o resultado das suas votações.
Portugueses:
1.   Linda Martini - Casa Ocupada
Deste ábum deixo também o video do primeiro single "Mulher a Dias":


2.   Noiserv - A Day I The Day of the Days
3.   B Fachada - Há Festa na Moradia
4.   Os Golpes - G
5.   Paus - É Muita Água
6.   Orelha Negra - Orelha Negra
7.   Os Pontos Negros - Pequeno Almoço Continental
8.   Peixe Avião - Madrugada
9.   Pop Dell'Arte - Contra Mundum
10. Blind Zero - Luna Park

Quanto a Estrangeiros a votação ficou assim:
1. The National - High Violet
Do qual deixo o video de Anyone's Ghost:


2. Vampire Weekend - Contra
3. Black Keys - Brothers
4. Broken Social Scene - Forgiveness Rock Record
5. Beach House - Norway

Na próxima semana apresentarei as minhas escolhas de 2010, os dez mais de portugueses, devem aparecer amanhã no suplemento cultural do Diário de Aveiro - Clip.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A Freddy's House - Lock Full Version

Depois de no ano passado ter surpreendido com o EP “Lock” (editado pela Optimus Discos apenas para download), eis que Fred (Frederico Cristiano) decidiu alargar a oferta e apresentar um álbum completo a que deu o nome de “Lock Full Version”, como edição da Cobra Discos.
Com esta edição são acrescentadas oito canções às cinco já conhecidas, o que faz com que, depois de um excelente EP, passemos a ter um excelente álbum.
Não sei como descrever a magia que vem desta casa do Fred que desde Braga espalha boa música para o mundo. Música cheia de boas influências – Dylan, Cohen, Springsteen e Veder – que nunca são negadas (Como poderão ler nesta entrevista ao IOL Música) e que valorizam ainda mais o seu disco que começou por ser um trabalho solitário de composição e produção, mas que conta com o “cimento” fornecido pelas belíssimas letrasque pena não vir um livrinho com elas dentro do cd – de Susana Noronha, companheira de há alguns anos, que consegue sublimar a beleza da música.
Dizia-se de António Variações que a sua música estava entre Braga e Nova Iorque, a de Fred parte da mesma cidade, mas leva-nos até ao Nebraska e às suas planícies do Midwest americano.
Este disco tanto dá para ouvir no recato da casa, como em viagem, as músicas que vêm nele conseguem abrir-nos os horizontes, mesmo que os dias sejam cinzentos. A sua audição torna-se um vício, mas dos bons, por exemplo, é impossível resistir à slide guitar que abre de “Prelude: The Hunter’s Song” e nos deixa imediatamente “caçados” à primeira audição, com “The Knot” vêm o amor que não esquecemos e nunca queremos largar, o acordeão de “Box With Dancing Dolls” ou o piano lindíssimo de “Tempest Girl” deixam-nos a “planar” e a pedir canções maiores só para manter o prazer da audição.
As sensações que eu descrevo e outras mais, podem ser descobertas por vocês ouvindo este “Lock Full Version” que é sem dúvida um dos discos fundamentais de 2010.
Aqui fica o vídeo de outro grande tema do disco, neste caso o inspirador “Road to Rebellion

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Vitorino - Viva a República Viva!

Antes de acabar o ano em que se comemora o Centenário da Implantação da República, Vitorino - acompanhado do seu irmão Janita, Filipa Pais, Sam The Kid e de um excelente "naipe" de músicos - totalmente inspirado naqueles que combateram a Monarquia, apresenta um excelente disco.
O seu nome é "Viva a República Viva!" e traz seis temas que já não são totalmente desconhecidos, pois alguns deles faziam parte de "O Segredo de Miguel Zuzarte", um dos filmes em dois episódios que foram recentemente apresentados na RTP.
Com uma qualidade de som irrepreensível, letra e músicas do próprio excepto no "Fado Republicano" que é da autoria de Reynaldo Varella e "Vermelho e Verde" que tem letra de José Jorge Letria, este disco só peca por ter apenas seis temas.
A música é muito "cinematográfica", cheia de sopros poderosos e engrandecedores, é um som "à Antiga", tipo banda filarmónica, mas que surpreende pela modernidade. Por exemplo, na "Carta de Um Soldado da Armada", a participação de Sam the Kid, dá um toque invulgar e muito contemporâneo.
É um disco bem balanceado e ritmado, onde até os fados são alegres, é mesmo uma alegria ouvir fados que cantam  a "aurora de um novo dia" e do "momento de lutar pela igualdade". Só é pena que não venha um livrinho de letras a acompanhar esta edição, é que cada canção é uma pequena "lição de história" que vale a pena acompanhar lendo, ao mesmo tempo que se ouve.
Este disco provavelmente vai passar pouco na rádio, o que é pena, daí a minha urgência em divulgá-lo.
Aqui fica o video da canção que o abre, é a "Marcha dos Combatentes da Rotunda":

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Auxiliares de Memória XXXVII

James Ao Vivo em Portugal
A relação de amor entre os fãs portugueses e os James já tem mais de vinte anos, vem pelo menos de 1988 com o álbum "Strip-Mine" de onde saiu o single “What For” que passou com alguma regularidade nas rádios da época.
No início de noventa com o álbum “Gold Mother” e tema “Sit Down” que de início não fazia parte do disco e que saiu posteriormente na sua reedição, esse amor tornou-se incondicional.
Se não estou em erro, foi a partir de “Seven” de 1992 ou de “Laid” de 1993 que eles começaram a vir regularmente até cá, sempre com grande sucesso e milhares de seguidores.
Por exemplo em 93, eles vieram a Coimbra ao Pavilhão da Académica (Reportagem do Sete na foto) para tocar no Festival Energia que marcava a inauguração da rádio com esse nome naquela região, para infelicidade minha, eu não pude ir a esse concerto que contou ainda com Sitiados e Xutos a abrir a noite, mas alguns colegas meus foram e adoraram, claro.
Para vos dar ainda uma melhor ideia do que já era a força dos James na altura, relembro que em Novembro eles voltaram para tocar nos Coliseus de Lisboa e Porto, com “uns tais” de Radiohead a fazer a primeira parte.
Entretanto já perdi a conta às vezes que eles vieram tocar ao nosso país, mas o que é certo é que eles são sempre bem-vindos e têm sempre muita gente à sua espera.
Eu vi-os pela primeira vez na tournée de “Hey Ma” – disco que marcou o seu regresso, depois do interregno que durou de 2001 a 2007 – em 2008 em Coimbra, para mim foi uma coisa “mística” que serviu para compensar o facto de não os ter visto na mesma cidade, uns anos antes.
Quando chegou a esta canção, que me acompanha desde pouco tempo antes de entrar na Universidade, a emoção que senti fez-me viajar no tempo, até aquela noite em que não pude estar presente…

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Pé Na Terra - "13"

Esta é a belíssima capa (excelente trabalho de design) do mais recente disco dos Pé Na Terra chama-se "13" que já está à venda nas lojas e do qual já falei, a propósito do concerto de apresentação no Hard Club.
O artigo de hoje é apenas para apresentar o belo video de "Escadas de Luar" tema que abre o disco e que não me canso de ouvir.

Balla - Equilíbrio

Equilíbrio é o nome do mais recente disco de Balla, lançado oficialmente na passada sexta-feira, este é provavelmente o disco mais equilibrado de Armando Teixeira.
Este disco está cheio de cumplicidades musicais e de escrita.
Na música colaboram: João Rato nas guitarras, Nuno Espírito Santo no baixo e guitarras, Liliana Carvalho na voz, Vasco Duarte nas guitarras, Luís Varatojo com a sua guitarra portuguesa, Samuel Úria na voz, Paulo Souza nas guitarras, Ricardo Vasconcelos nos teclados, Joana Dinis Fonseca na voz, João Portelas nas guitarras.
A escrita traz ilustres como Pedro Mexia, José Luís Peixoto e o regressado às bonitas canções, Miguel Esteves Cardoso.
Desde o primeiro tema “Montra” que “subverte” o "Rapaz do Caleidoscópio" dos UHF que o apelo à dança é quase imediato.

Em “Queda “ e “Tempestade”, ambas com letra e musica de Armando Teixeira, a linha mantém-se, batidas fortes e guitarras sempre presentes a “embrulhar” as letras ritmadas e de refrão cativante, por vezes esta mistura de sons faz recordar um pouco os Depeche Mode, o que é sempre agradável.
Com “Lixo” aparece pela primeira vez a guitarra portuguesa de Varatojo, que acrescenta um toque de melancolia a esta “balada negra” que relata o fim de uma relação – “tu não cabes nesta cama”/e agora é verdade – escrita por Pedro Mexia.
Da mão de José Luís Peixoto vem “Noite em Creta” que descreve a procura de um caminho para encontrar outro alguém como ninguém – …Quero mapas para te ver, /um caminho para te encontrar… – e que conta novamente com a guitarra portuguesa que aparece aqui bem mais enrolada na electrónica de Armando Teixeira que escreveu e musicou o “Misteriosa Velocidade” e “Equilíbrio?” que conta com a colaboração de Samuel Úria nas vozes.
O instrumental “Modular” não me agradou particularmente, mas faz uma espécie de intervalo nas canções, como a querer dar um espaço para respirar antes das três canções que encerram o disco. E estas são: “Fogo Exemplar” que tem um balanço quase funky, “Ao Deus – Dará” aquela que marca o regresso de M.E.C. à escrita de canções e que serviu de primeiro avanço do álbum.

E por fim temos “Estranhos” que traz novamente José Luís Peixoto em que já temos o encontro final entre duas personagens, enquadradas por sons misteriosos e quase fantasmagóricos, que encerram o disco que seguramente vai entrar na minha lista de melhores do ano.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Da Weasel - O Fim

Começaram a banda em 1993 com Pacman, Jay Jay, Armando Teixeira (Balla) e Yen Sung e no ano seguinte lançaram o EP em inglês de nome "More Than 30 Motherfuckers" de onde saiu o tema "God Bless Johnny" que era dedicado ao saudoso bar Johnny Guitar, mas que eu gostava de pensar que era dedicado a mim, cheguei mesmo a usar este tema para encerrar os meus "dj sets" noutro bar saudoso, neste caso para as "gentes aveirenses", que era o B.A.
Em 1995 lançam, em português e com Quaresma na guitarra e Guilherme na bateria - reeditado em 96 com um cd extra ao vivo na Antena 3, já sem a Yen, mas com o Virgul - "Dou-lhes Com a Alma" que imediatamente os pôs no radar de quem acompanhava a música portuguesa. Ali havia algo de fresco para a maioria das pessoas, a força das letras e das batidas mexia com as pessoas, com eles o Hip Hop deixou de ser um som desconhecido.
Depois veio o "3º Capítulo" que os fez subir ainda mais um pouco na popularidade e de onde saiu este "Todagente" que pôs toda a gente a bater o pézinho e a cantar em coro, por esse país fora.
Gosto de destacar este tema por ser uma daquelas canções que conseguia manter a crítica social em alta, mas acompanhada por ritmos alegres, indo um pouco contra aquela coisa do Hip Hop sá falar de coisas sérias num ambiente carregado.
Depois vieram mais quatro álbuns: "Iniciação a Uma Vida Banal - O Manual", último com a participação de Armando Teixeira, de 1999, "Podes Fugir Mas Não Te Podes Esconder" de 2001 - as fotos que apresento aqui são dessa Tour e foram tiradas na Semana da Juventude de Ílhavo desse ano ou do seguinte, já não me lembro bem.
Quaresma, Virgul, Pacman, Guilherme e Jay Jay
O "Re-Definições" em 2004 em que DJ Glue vem completar a formação que passa a sexteto e, o último, "Amor, Escárnio e Maldizer" de 2007. Ainda editaram dois discos ao vivo, um no Coliseu e outro no Atlântico.
Desde o ano passado que não paravam de aparecer projectos paralelos com membros da banda, o Virgul com os Nu Soul Family, o Jay Jay e o Quaresma com Teratron e o Pacman nos Dias de Raiva, o que me fez desconfiar do futuro da banda.
Quem atinge a dimensão e a popularidade que eles atingiram em Portugal, fica sem muito mais para conquistar, talvez seja por isso que eles tenha decidido acabar com o grupo.
Ontem foi anunciado oficialmente o fim da banda, o seu legado musical é enorme e deixa saudades. Só espero que, caso regressem, não seja por dinheiro.
Eu ainda conto que voltem ao som de um "Adivinha Quem Voltou" dos anos "00".

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Pé Na Terra no Hard Club

Na passada quinta-feira 2 de Dezembro, vieram os Pé Na Terra ao Hard Club para apresentarem o seu novo álbum “13” que inclusive já vem rotulado de disco antena 1, o que lhe deixa alguma responsabilidade nos ombros.
A ver pelo esmero colocado nesta apresentação, esta responsabilidade não lhes pesa e é até recebida de bom grado, o que é sempre de salientar, tendo em conta que é apenas o segundo álbum de uma banda ainda recente.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Márcia - Dá


Aquando do concerto de apresentação do disco já falei um pouco desta pequena maravilha que se dá pelo nome de “”.
Mas a propósito do lançamento do vídeo oficial feito para o single “Pra quem quer”, volto à carga, pois este é um disco que quanto mais se ouve mais se gosta.
Nota-se o “salto” das canções do primeiro EP que era tocado e cantado solitariamente, para o álbum que traz uma banda competentíssima e que dá uma maior amplitude às canções da Márcia.
Canções que falam de amores secretos, de encontros e desencontros, de um quotidiano à espera de dias melhores ou relações que vão perdendo a luz do sol, do amadurecimento que a vida nos vai trazendo, da falta de sono e da ânsia por paz, da saudade de amores antigos, do medo do futuro, do tempo que não anda para trás, do fim das ilusões que se rematam a ver o mar, da descoberta de novos amores e por fim do assumir desses novos amores.
Isto foi o que eu entendi ao ouvir – “O Segredo”, “Cabra-Cega” (com potencial de futuro single), “Céu Aberto”, “O Novelo”, “Pra Quem Quer”, “A Insónia”, “O Mais Humano Sentimento São”, “Pudera Eu”, “A Espera”, “Sem Nome”, “Misturas” e “Vem” – a dúzia de canções que tornam “Dá” um disco que pede para ser ouvido muitas vezes e que está na minha lista de Melhores do Ano.
Aqui fica então o vídeo de “Pra Quem Quer”, digam lá se não está bem feito.

Agenda - Lula Pena

Foto de Claúdia Varejão
É já na próxima quinta feira que vamos ter no Teatro Aveirense o concerto de Lula Pena que vem até nós para apresentar o seu, muito aclamado, mais recente disco: "Troubador".
Aqui fica um exemplo de uma das maravilhas que vamos poder ouvir:

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Tiago Bettencourt & Mantha em Aveiro

Em noite de feriado cheio de chuva, veio o Tiago Bettencourt com os Mantha, até ao Centro Cultural e de Congressos de Aveiro, aquecer-nos a “Alma”.
Foi para uma sala cheia de gente interessada que ele começou sozinho, ao piano, a tocar “Chaga”, trazendo assim a lembrança dos grandes Ornatos Violeta.
Imediatamente deu para perceber que o músico estava a “jogar em casa” e isso foi referido pelo próprio quando ia dizendo que era sempre “muito bem recebido em Aveiro” ao mesmo tempo que ia agradecendo os aplausos que o acompanharam sempre ao longo do concerto.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Agenda - James

Hoje tocam em Lisboa e amanhã no Pavilhão Rosa Mota no Porto, sou eu e mais uns milhares (lotação quase esgotada) que vamos ter o prazer de os ver.
Para os mais distraidos eles este ano lançaram dois EP's, o "The Night Before" e o "The Morning After".
O concerto vai ter alguns temas deles, mas, inevitavelmente, vai ter também uma componente grande de canções mais antigas que os tornaram mais conhecidos. Aliás, é provavelmente disso que a maioria das pessoas está à espera.
Pelo que consegui apurar, a abertura desta tour é feita com a canção que acabou a tour de 2001, só falta saber se vai ser tocada em versão acústica ou eléctrica.
Essa canção é a lindíssima "Sit Down":

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Agenda - Pé na Terra

Amanhã no Hard Club, no Porto e dia 7, no Museu do Oriente em Lisboa, os Pé Na Terra vão apresentar o seu novo disco "13".
Aqui deixo o video da actuação deles no programa Viva a Música da Antena 1, que serviu para apresentar alguns dos temas novos:

Dia Mundial da Luta Contra a S.I.D.A.

Hoje A Certeza da Música volta a juntar-se às comemorações do Dia Mundial da Luta Contra a S.I.D.A., segundo os últimos dados, em Portugal ainda existem 42000 infectados que, além da doença, ainda sofrem muito com a ignorância sobre a mesma, o que, muitas vezes, acaba por os ostracizar e condenar à solidão.
Em 1986, Matt Johnson e os seus The The, lançaram um álbum de nome “Infected, onde na canção que dá nome ao disco, e em género de “murro no estômago”, já se diz que amar não mata – “So infect me with your love” – e isso, particularmente hoje, nunca é demais lembrar