Disco apreciado por Miguel Estima
Ainda faltam quatro meses para o final de 2018 e começo por
dizer que talvez seja o melhor disco de jazz que me chegou às mãos este ano. O
Mário, moço de Viana do Castelo, que toca com gente graúda do jazz
internacional, gravou na edição de 2017 no Festival Jazz na Praça da Erva em
formato residência artística o seu primeiro disco de originais. A ele juntou-se
o brilhante e cristalino guitarrista Marc Ducret e não menos talentoso e
profícuo pianista Benoît Delbecq.
Nesta jornada de experimentação e fusão de ideias entre uma
linha que poderia ser imaginada entre dois polos tão semelhantes e não menos
ambíguos. Com o toque doce como uma bola de Berlim do Zé Natário ou a briza do
Lima que por esses dias de Verão estaria calmo e ameno, tornando-se Viana uma
fonte inegável de inspiração para toda a profusão de sonoridades que abundam no
disco.
Daqueles discos que apetece ouvir, que se sente cada segundo
como um momento único que vale por si, de uma forma única. Prevê-se uma longa e
profícua jornada para o Mário que tão bem compôs este primeiro disco como
leader.