segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

David Fonseca em Estarreja

Na noite de 22 de Janeiro em que a música feita por portugueses, esgotou as três maiores salas da região, eu optei por uma delas e fui até Estarreja para ver David Fonseca.
O conceito do concerto e da tournée é “Um Homem, Mil Instrumentos e Uma Polaroid”, o objectivo como o próprio explicou, é mostrar como são feitas as suas canções, na solidão da sua casa.
No palco o cenário apresentava-se cheio de luzes e alguns ecrãs que nos iria mostrar as várias fases da construção dessas canções, em que primeiro o som de vários instrumentos e voz, são gravados individualmente, para depois servirem de acompanhamento, como se de uma banda completa se tratasse. A partir daí ao David “basta” tocar viola, bateria ou piano, cantar e carregar nos pedais da “caixa” onde os sons estão gravados.
Todo este processo é engraçado de acompanhar, embora, ao fim de três ou quatro temas, a “coisa” se torne um pouco saturante pois os intervalos entre as canções tornam-se demasiado grandes e, mesmo com o cantor a animar o público mostrando a sua veia de contador de histórias, em jeito de “stand up” musical, chegamos a um ponto que já só queremos é ouvir mais canções.
Acredito que os fãs mais acérrimos achem tudo o máximo, até porque algumas das histórias contadas em palco são bastante divertidas, mas para mim e algumas pessoas com quem falei, ouvir só treze canções em quase duas horas “é dose”.
Sei que a minha opinião é discutível e pode não agradar a todos os que estiveram em Estarreja, mas creio que o espectáculo não perdia nada se depois das primeiras demonstrações, se passasse a usar alguns sons pré gravados de forma a minimizar o intervalo entre as canções.
O concerto, propriamente dito, foi uma viagem por toda a discografia do músico e começou com “Kiss Me”, seguido de “Someone That Cannot Love”, teve passagens por alguns dos seus ídolos, dos quais se ouviu “Craw Fish” de Elvis Presley, “Promises” de Badly Drawn Boy e “Drove All Night” de Roy Orbinson, versão esta que, nos dizeres do próprio foi ”resgatada” de Celine Dion. No momento que antecede “My Sunshine and My Rain” é usada a Polaroid para fotografar toda a audiência para a sua colecção privativa.
A canção “U Know Who I Am” que serviu de inspiração a esta digressão, ficou excelente nestas “roupagens”, mas outras houve que perderam um bocado das suas qualidades e talvez tivessem ficado melhor com um simples “unplugged” e isso foi mais notório em “Superstars”.
O tema de Roy Orbinson acabou o concerto, depois veio o momento que seria de encore, e em que o músico declarou que “em vez de sair, receber palmas e voltar a entrar”, ia tocar esse encore já de imediato e assim, foi “Who Are U?” que rematou a noite que agradou, mas que ficou a saber a pouco.
Na página de facebook do blogue encontrarão mais algumas fotos.
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