No passado dia 02 de Março realizou-se a 1ª Edição do Festival “Música entre Paredes” na Casa da Cultura de Paredes.
O programa além de música, oferecia também uma exposição do fotógrafo Carlos Gonçalves, denominada “In concert”, e o Best Of da exposição internacional: Art on Chairs que se realizou na mesma cidade entre 14 Set. e 18 de Nov. de 2012.
Embora a música começasse às 15h00, nos jardins da Casa da Cultura, com Combo 94, seguidos de Mentor, eu só lá consegui chegar perto das 21h, hora a que estava marcado o 1º concerto da noite, mas a essa hora público praticamente não havia.
Aproveitei para ver as exposições, andei a passear e ainda sobrou tempo para outras coisas, dado o atraso no início do concerto.
Mais de 45min depois da hora marcada e já com algum público (que felizmente foi aumentando com o decorrer do concerto) começamos a ouvir música pelas mãos de André Sarbib e João Cunha que nos serviram muito bom jazz durante aproximadamente uma hora (não sei precisar, pois acabei por não estar 100% “presente” no concerto).
André Sarbib, pianista autodidacta, filho do também pianista francês Roger Sarbib, é um dos mais prestigiados músicos do panorama nacional no campo do jazz e “afins”. Já trabalhou com Joe Lovano, Ivan Lins, Carlos Benavente, Ruben Dantas, Alice Day, Jorge Rossi, Saheb Sarbib (seu irmão), Paulo de Carvalho.
Silêncio das águas foi o seu primeiro trabalho gravado em CD (1990), ao qual se seguiu Coisas da noite (1993) e This is it (2008), álbum este, em que André Sarbib também se apresenta como cantor, coisa que até então apenas chegara a acontecer ao vivo.
André Sarbib toca a solo ou em quarteto e João Cunha (baterista), é um dos músicos que o acompanha.
Baterista dos extintos Zoë, banda de Penafiel que em 2002 editou Synth.o.matic, o seu único trabalho, do qual temas como: Slow motion Picture http://youtu.be/VSsvgh98by4 e Carry On http://youtu.be/i7TNm-_QGio, serão suficientes para relembrar os que conheciam o seu trabalho ou para apresentar o mesmo a quem os desconhecia. Eu felizmente ainda sou do tempo em que existiam e tive o privilégio de os ver/ouvir em concerto.
Jesse seriam os próximos a actuar, não fossem já 23h e por isso foi dada prioridade ao concerto de a Jigsaw, agendado para essa hora (no auditório) e depois retomar-se-iam os concertos no jardim.
Passamos assim do Jazz ao folk e ao blues e para quem ainda só agora embarcou neste navio, começo com um breve resumo (com palavras não minhas):
“(…)2012 foi um ano particularmente feliz para os A Jigsaw, que levaram o seu navio «assombrado» por lendas como Nick Cave, Leonard Cohen ou Johnny Cash numa incrível volta ao mundo. Num só ano a banda de Coimbra, que foi buscar o nome à canção dos belgas dEUS, «A Jigsaw You», deu mais de 100 concertos, repartidos por 81 cidades. Além de calcorrearem os palcos nacionais, os A Jigsaw tocaram dezenas de vezes em Espanha, Suíça ou Alemanha, conquistando o carinho da imprensa de «nuestros hermanos» e sendo elogiados pelo britânico The Guardian pela versão de «Let It Snow», destinada a ajudar as crianças do Hospital Pediátrico de Coimbra.”
“Em 2013 os A Jigsaw entram com toda a confiança e várias novidades: a preparação de várias edições, aproveitando nalgumas delas os muitos inéditos saídos das gravações de Drunken Sailors & Happy Pirates, e uma nova formação da banda, com João Rui, Jorri, Guilherme Pimenta e Maria Côrte a bordo. É, pois, com ânimo redobrado que os A Jigsaw continuarão a agraciar os palcos com concertos onde passado e presente cabem num mesmo sonho, romântico e profundo.(…)”
Recém-chegados de Espanha (Santiago de Compostela), onde na véspera tocaram com os Arizona Baby, encontraram na Casa da Cultura de Paredes um auditório completamente esgotado (o público excedia mesmo o número de cadeiras existentes) com uma plateia animada e até um pouco “original” nas sequências de três palmas.
Com o João Rui, não tão contador de histórias como já me habituou, mas com muita garra e força na voz com que sempre completa o poder que a música transmite, este foi também o concerto de apresentação a nível nacional de Maria Côrte, o mais recente elemento da banda, que à variadíssima quantidade de instrumentos já existentes, vem juntar a harpa.
Para além de temas do mais recente álbum "Drunken Sailors & Happy Pirates" (2011), como "Rooftop Joe" que o público efusivamente aplaudiu, não estivéssemos nós na cidade vizinha à de origem do lendário Zé do Telhado, também fizeram parte do alinhamento temas anteriores como o My Blood e Dreams & Feathers.
Para mim os a Jigsaw fazem música daquela que quanto mais oiço, mais quero ouvir e gosto mesmo muito de saborear todas aquelas histórias mais “negras” e aquela garra vocal e instrumental que são muito mais reforçadas ao vivo.
Deixo também o alerta para o facto da agenda deles contar com algumas datas a nível nacional e em terras de nuestros hermanos.
Era agora hora de voltar aos jardins para a actuação dos Jesse, concerto ao qual não assisti e a banda que vinha actuar em substituição dos Bueno.Sair.Es, que acabaram por não o poder fazer, visto já passar da 01h da manhã e não havia licença para mais.
Lamento nestas coisas não pensarem na pontualidade, ou então se é para haver atrasos, julgo ser preferível reduzir no número de bandas, assim não correm riscos de acontecer situações deste género!
Esperamos pela próxima edição!
Texto e Fotos de Maria João de Sousa
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