Pela primeira vez na sua carreira, A Naifa visitou o Cine Teatro de Estarreja e o público respondeu da melhor forma, enchendo a plateia e ainda ocupando alguns lugares no 1º balcão. A este carinho o grupo respondeu com uma belíssimo concerto que passou por todos os discos da carreira, dando mais enfoque ao mais recente - As Canções d’A Naifa – um disco feito com canções de outros, mais ou menos conhecidas de todos, e que são, brilhantemente, transformadas em canções do grupo.
Com um fundo maioritariamente vermelho e negro, a combinar com as cores que a Mitó trazia vestidas, o concerto abriu ao som de Sentidos Pêsames que também abre As Canções d’A Naifa, passando logo de seguida, para Gosto da Cidade de Não se Deitam Comigo Corações Obedientes. Deste disco, que foi o mais rodado na última digressão, ainda foi tocado o tema Émulos.
Após aqueles dois temas, o desfile de canções continuou e foi quando tocaram A Tourada e o público ajudou a cantar. Aqui o casaco vermelho, por momentos, quase se transforma em capote de toureiro e é a partir daqui, que a aparente contenção inicial dos presentes, passou a rendição absoluta.
Depois deste tema houve uma pequena pausa e a Mitó regressou ao palco para tocar, sozinha à guitarra, o tema Apenas Durmo Mal. Neste momento mudam as cores no painel do palco e começam a aparecer desenhos e formas que ajudam a contextualizar os temas seguintes que contaram já com toda a formação de volta ao palco.
Além destas novidades cénicas e musicais, tivemos mais um factor de surpresa, pois os temas Aula de Dança e Ferro de Engomar foram acompanhados pelo Luís Varatojo à guitarra e com a Sandra de regresso ao acordeão, instrumento com que a maioria de nós a conheceu, no tempo dos Sitiados. Uma boa banda não se deixa adormecer e não tem medo de inovar, mantendo o respeito pelo seu espólio musical, este é claramente o caso d’A Naifa.
Bairro Velho e Hécuba trazem-nos ao primeiro álbum – Canções Subterrâneas. A que se seguiu Alfama, um original dos Mler Ife Dada, Señoritas e para terminar A Desfolhada Portuguesa que contou, novamente, com a ajuda do público que acompanhou o refrão de plenos pulmões.
Um enorme aplauso, trouxe o grupo para um primeiro encore que começou com Rapaz a Arder e rematou com A Verdade Apanha-se com Enganos, tema em que, mais uma vez, o público colaborou, cantando o refrão e brindou o grupo com uma ovação final, já com todos de pé.
Assim, tivemos direito a um segundo encore que trouxe Libertação e rematou com Música, o primeiro grande single que apresentou a banda “às massas”, no ido ano de 2004. Foi durante este tema que iam aparecendo no painel, os nomes de todos os poetas que A Naifa musicou magnificamente, ao longo desta carreira de 10 Anos a Rasgar a Vida.
Depois de mais uma ovação e já durante os sinceros agradecimentos, fomos ainda brindados novamente, com o tema A Tourada que, desta vez, foi ainda mais saudado e cantado por mais vozes.
Foi assim que acabou uma noite de excelente música que vai, seguramente, ficar para sempre na memória de todos os tiveram a felicidade de assistir. Eu só desejo que o Luis, a Mitó, a Sandra e o Samuel continuem por, pelo menos, mais dez anos!
Eis aqui o alinhamento completo:
Sentidos Pêsames
Gosto da Cidade
Subida aos Céus
Antena
Imenso
Inquietação
Bolero do Coronel Sensível que fez amor em Monsanto
A Tourada
Apenas Durmo Mal
Émulos
Monotone
Esta Depressão que me Anima
Aula de Dança
O Ferro de Engomar
Bairro Velho
Hécuba
Alfama
Señoritas
Desfolhada Portuguesa
Encore 1:
Rapaz a Arder
Todo o Amor do Mundo não foi Suficiente
A Verdade Apanha-se com Enganos
Encore 2:
Libertação
Música
(A Tourada)
2 comentários:
Bom artigo sobre uma das melhores bandas portuguesas. só um reparo, chama-se guitarra e não viola, o instrumento tocado pela Mitó e pelo Luís.
Obrigado Paulo, vou já alterar os nomes dos instrumentos.
A minha ideia era distinguir da guitarra portuguesa, por isso chamei viola.
Mas realmente faz mais sentido dar-lhe o nome correcto.
Abraço
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