Com a relva bem regadinha, a tarde do último dia do evento contava no palco história com duas bandas de Caminha e uma do Porto.
Começando pelos Brantner que tiveram a honra de abrir o palco, deram um concerto minimalista, com temas originais do último registo.
Seguiram-se os The Lazy Faithful banda do Porto que primou a aparência do vocalista que se apresentou de roupão em palco.
Mas o final de tarde estava incumbido aos Búfalo, com uma verdadeira legião de fãs, o verdejante campo de futebol converteu-se em verdadeiro campo do rock.
Honra de abertura do palco principal deste dia para o The Legendary Tigerman. E foi um belo início de concertos no palco principal a continuar a vibração que se sentia, vinda do palco secundário.
A sonoridade arrebatadora do blues-rock deste Senhor, música lendária do panorama Europeu. Reconhecido e aclamado pela crítica internacional, Vilar de Mouros sentiu o que de melhor este rapaz de Coimbra anda a fazer pela estrada fora. Irreverente, o movimento próprio de um festival mainstream, este concerto primou pela excelência de sinergias entre festivaleiros e artista.
Seguiram-se em palco os Deolinda, com a voz arrebatadora de Ana Bacalhau, o fado desconstruído, vira canção de festa ou festival. Aclamados por um público transversal, agradando tanto aos jovens e ao de uma juventude mais sedimentada, os Deolinda fizeram bela uma ponte entre o blues de Tigerman, que chegou a vir ao palco tocar com eles, e o rock dos Xutos.
Apesar de andarem em todo o lado os Xutos e Pontapés foram a banda que levou mais gente ao recinto do festival. Foi visivelmente o grupo que criou a maior massa festivaleira dos quatro dias do festival. Além de temas do álbum “Puro”, lançado em Fevereiro deste ano, o concerto foi também uma celebração dos 35 anos de carreira da banda. Claro está, que o público reagiu em massa a entoar temas como “Contentores”, “Vida Malvada”, “Remar Remar” ou “Homem do Leme” e fecharam com o mais emblemático “A minha casinha”.
A edição deste ano estava cheia de reincidentes no festival, como era caso do concerto seguinte com o Tricky, o músico e produtor inglês regressou a Vilar de Mouros para encher o recinto com o trip-hop que tanto o caracteriza. Foi um concerto denso e obscuro, numa ambivalência boa para um bom início de tarde.
A fechar a edição deste ano estavam os alemães Guano Apes, outra banda que também havia estado em Vilar de Mouros e da mesma época do Tricky. Foi um relembrar de juventude para alguns, com os temas que fizeram furor dos anos noventa, mas que por lá ficaram envolvidos numa mística de saudosismo.
Foi um feliz regresso do Festival de Vilar de Mouros que tem já agendada a edição de 2015 para os dias 30, 31 de Julho e 1 de Agosto.
Agora é só esperar que este Festival continue a crescer para a dimensão que já teve e merece.
Texto e Fotos de Miguel Estima
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