É como que a um raio de Sol numa semana chuvosa de Janeiro que eu recebo um convite para o Concerto de Dead Combo no Centro Cultural Vila Flor em Guimarães. Casa esta onde já vivi muitos e bons momentos e sempre com música à mistura.
À dupla, Tó Trips e Pedro Gonçalves, juntou-se Denis Stetsenko no violino, Carlos Tony Gomes no violoncelo e Bruno Silva na viola de arco (músicos que costumam acompanhar Rodrigo Leão).
É o mesmo que dizer que, ao Gato-pingado e ao Gangster se juntaram três “Almas Penadas”: “O magro violino do leste, a viola do Sul e o violoncelo do Norte”, ou seja, as “Cordas da má fama”.
Mal entravamos no grande auditório com a já anunciada lotação esgotada (nota: lotação aprox. 800 pessoas) víamos o palco com todo o cenário montado, era uma autêntica e típica tasca com referência a Lisboa.
De um lado, um balcão com canecas e copos de barro, cestos com pão e outros “acessórios”, ao centro do palco o contrabaixo de Pedro Gonçalves e as guitarras de Tó Trips e ao redor algumas mesas quadradas com toalhas avermelhadas e pequenos candeeiros que davam uma suave luminosidade à cena, não podendo esquecer o grande pano de fundo onde no centro se lia “Lisboa” rodeada por imagens da calçada portuguesa, caravelas e também alguns símbolos relacionados com a música.
O concerto começa com a dupla Dead Combo e é ao quarto tema que as Cordas da Má Fama se lhes juntam.
Todo o concerto é um rodar e quase inverter de “papéis”, os músicos que num momento tocam estão a ser observados e até “criticados” pelos que na música seguinte os acompanharão, ou então, têm o seu momento de destaque.
Os instrumentos são acústicos e a acústica daquela sala é incrível; se as músicas de Dead Combo facilmente se transformam em banda sonora da nossa vida real ou de fantasia, com este trio de cordas criam momentos apoteóticos, os aplausos são mais que muitos durante o concerto e demonstram bem como todos estamos a desfrutar daquelas notas.
Se souberem de algum concerto de Dead Combo e puderem, vão, vai valer a pena e certamente tal como eu vão sair muito felizes de cada um deles; mas se souberem de algum concerto em que mais músicos se juntam a Dead Combo, vão também, mas nesse caso temam, temam pois será uma explosão musical a entrar-vos pelos poros desde o início até à corda que rebenta bem no final da última música.
Eu vivenciei isso no sábado com as “Cordas da Má Fama” e em 2012 com Camané, Alexandre Frazão (na bateria), a Royal Orquestra das Caveiras e as Víboras do Chiado senti-me viajar.
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Para manter a adrenalina, nada como um regresso a casa debaixo de chuva e ventos muito fortes, que dificultam em muito a condução, mas cheguei sã e salva para poder partilhar o que assisti e vivi!
Texto e Fotos Maria João de Sousa que fez a reportagem para a Fenther
e a partilhou com A Certeza da Música.
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