quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Lloyd Cole no Teatro Aveirense - Report


Já perdi a conta às vezes que Lloyd Cole nos veio visitar a Portugal, creio que ele também. Sempre acarinhado - desde o tempo em que partilhava o palco com os seus “The Commotions” - pelos portugueses, parece-me que não é exagero classificar as suas vindas como visitas de um amigo que vive noutro país.
A abertura desta tour mais recente, pelo nosso país, calhou em sorte, no passado dia 14, ao Teatro Aveirense que soube responder com uma sala praticamente esgotada.



A média de idades dos admiradores presentes, andaria ali pelos “entas”, mas o brilho nos olhos, com que acompanharam o inglês ao longo das 29 canções com que nos brindou, era de tal ordem que arrisco a dizer que durante as quase duas horas de concerto, estavam todos entre os 18 e os 25 anos de idade.
Sentiu-se uma enorme alegria no ar e para isso também contribuiu o Loyd que, muito bem-disposto, enquanto afinava a guitarra nos intervalos entre canções, ia contando algumas histórias divertidas e dizendo uns apartes que iam espalhando sorrisos pelo público.
 Disse-nos que, apesar dos muitos anos de visitas a Portugal, quase só sabe dizer Super Bock e Sagres e pediu desculpa por falar em Inglês, pedindo a quem o percebesse que traduzisse ao colega do lado, as coisas que ele ia dizendo. A certa altura comentou que nem todas as suas canções eram deprimentes. Piadas sobre a sua “cegueira” não faltaram, é que de cada vez que precisava de olhar para o afinador que tinha aos pés, lá vinham os óculos. Nem faltou referir que “não era divertido ficar velho, mas vocês também não estão a ficar novos”. Sentiu-se “Um bocado estúpido por estar a afinar e a falar em simultâneo, eu sou um homem, logo incapaz de praticar Multitasking” e “já tenho um pouco mais de 20 anos” rematou, enquanto agradecia todos percebermos o que ele ia dizendo em inglês.

Depois de tocar “algumas canções que não toco há muito tempo” e ao apresentar “Jennifer She Said” ainda comentou que se acabasse a próxima canção a cantar sozinho, era porque estava realmente velho. Claro que ninguém o deixou só e foi devidamente acompanhado em coro por todos, esta será, provavelmente, a canção escrita por ele que teve mais sucesso e que mais notoriedade lhe deu.

Após um intervalo que serviu para cigarros e rever velhos amigos, regressou ao palco com um convidado que já antes tinha avisado que ia ter. Tratava-se do seu filho William Cole, que com um visual capilar a sugerir Jesus and Mary Chain ou Echo and th Bunnymen, mostrou um enorme virtuosismo a solar em quase todos os temas que tocaram juntos durante toda a segunda parte. A certa altura dou por mim a pensar que, sendo esta a tour das canções da careira de Lloyd feitas até 1996, muitas delas terão sido feitas e ouvidas por todos, antes do rapaz nascer.
A escolha de canções foi irrepreensível e, sendo parte de uma era em que em vez de singles, se ouviam álbuns, desconfio que não faltou nenhuma daquelas que todos considerarão fundamentais para perceber o impacto que LLoyd Cole teve e ainda tem nas nossas vidas.
Foi sem dúvida mais uma noite que entra, facilmente, para o patamar das noites inesquecíveis, que venha mais assim!

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ALINHAMENTO
1-Patience 
2-Perfect Blue 
3-Rattlesnakes 
4-My Bag 
5-Lonely Mile 
6-I Didn’t Know That You Cared 
7-Love Ruins Everything 
8-Loveless 
9-Pay For It 
10-Pretty Gone 
11-Butterfly 
12-Downtown 
13-So You’d Like To Save the World 
14-Jennifer She Said 
INTERVALO
15-Don’t Look Back 
16-Mr. Malcontent 
17-Like Lovers Do 
18-Are You Ready To Be Heartbroken? 
19-Cut Me Down 
20-Charlotte Street 
21-Perfect Skin 
22-2CV 
23-Undressed 
24-No Blue Skies 
25-No More Love Songs 
26-Hey Rusty 
27-Brand New Friend 
ENCORE
28-Lost Weekend 
29-Forest Fire

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