Disco apreciado pelo Miguel Estima
Gosto de escrever sobre discos de jazz em dias de chuva, nem
sempre isso acontece, mas sinto que o som do disco torna-se distinto quando
ouvido em dia solarengo. Estou a escrever sobre um dos mais brilhantes
saxofonistas galegos da actualidade, o que torna, qualquer palavra pensada num
momento que partilho o que existe entre um suporte físico e aquilo que me envolve.
Sentimos ao fim de três temas duas coisas: maturidade e tempo. Maturidade
quando se lança um disco como líder. Por vezes leva tempo a cozinhar o disco, e
isso tem de ser feito devagar e preferência a serem testadas várias variáveis
para solucionar alguns detalhes do tema. E maturidade para seleccionar de tanta
pesquisa feita ao longo do tempo, ser materializada da melhor forma no disco.
Sentimos uma parte do Xose neste disco, nem sempre é fácil transpor uma parte
do músico para a escrita de canções, sentimos a Galiza e um jazz que pertence a
zona tão densa de cultura. E saber aproveitar o melhor de tantos factores leva
a que Ontology seja um disco para ter em casa para ouvir em dias como o que
estou a escrever, que está bom para me sentar no sofá e simplesmente disfrutar
do melhor jazz do Xose Miguélez.
O disco é composto por dez temas, todos originais sendo o
ultimo um tradicional da tia Amparo. O disco que saiu em Abril deste ano de
2019, teve ainda como músicos Storm Nilson na guitarra, Bem Leifer no
contrabaixo, John Kizilarmut na bateria, Peter Schlamb no vibrafone e Matt Otto
no saxofone tenor.
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