quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Lloyd Cole Small Ensemble em Estarreja

Há cientistas que seguramente andam a estudar formas de viajar no tempo, mas no que diz respeito a viagens pelo passado, a máquina do tempo já existe e chama-se música. Neste caso a foi a música do inglês Lloyd Cole que acompanhado pelos americanos Mark Schwaber e Matthew Cullen, forma o Small Ensemble. Grupo que veio até ao nosso país fazer uma mini-tourné de apresentação do seu mais recente disco “Broken Record” e, no passado sábado, levou todos os que encheram o Cine-Teatro de Estarreja para os ver a viajar pelas memórias de adolescência e princípio de idade adulta.
Não foi só de passado que viveu o concerto, pois uma parte da actuação passou também pelos mais recentes álbuns. Mas era quando se ouviam os temas da carreira com os Commotions (1984-1989) que se ouviam os aplausos mais efusivos.
Isso é perfeitamente compreensível pois a maioria dos presentes conhecia a obra de Lloyd desde essa altura e é na juventude que ficam mais memórias daquilo que ouvimos.
A temática das suas canções passou sempre pelo amor e como ele referiu, com algum humor antes de cantar “Don’t look back” – “Dantes escrevia canções sobre envelhecer, agora, escrevo canções sobre ser velho”.
A comunicação com o público foi muita e bem-humorada, os anos de “estrada” fizeram-se notar quando ele teve de interromper uma música para espirrar e depois reiniciaram exactamente onde tinham parado, é o que dá estar rodeado de excelentes músicos.
Assim se passou uma excelente noite de boas canções que nos fez andar pelas memórias de finais de 80, princípios de 90, até aos dias de hoje, com o músico a falar também de crises de meia idade, referindo que no caso dele, já teve a dos 35 anos e outra aos 45, antes de cantar “Old Enough to Know Better”.
Para os encores veio “Lost Weekend” seguido da pergunta o que é que falta cantar, a que o público respondeu “Jennifer” e foi com todos a cantar em coro que o concerto rematou com “Jennifer She Said”.
Pouco tempo depois, conforme tinha prometido, lá estava ele no hall do Cine Teatro a “autografar tudo o que quiserem” e a espalhar simpatia.
Com crises ou sem crises, de meia idade ou de outras, Lloyd Cole mostra que é possível ficar mais velho sem envelhecer, ele está – como eu tive oportunidade de lhe dizer durante a sessão de autógrafos – “como vinho do porto”, frase que o deixou bem disposto e agradecido.
Aqui deixo o alinhamento completo, com o nome dos álbuns de onde vêm as canções.
Não ponho a data dos álbuns para ninguém ficar “deprimido”…
No Blue Skies (Lloyd Cole)
Why do I Love Country Music (Easy Peaces)
Perfect Skin (Rattlesnakes)
Like a Broken Record (Broken Record)
Don’t Look Back (Lloyd Cole)
Woman in a Bar (Antidepressant)
My Other Life (Music in a foreign language)
Margo’s Waltz (Don’t get weird on me baby)
Writers Retreat! (Broken Record)
Trigger Happy (Love Story)
So You’d Like to Save the World (Bad Vibes)
Why in the World? (Broken Record)
I’m Gone (The Negatives)
Intervalo
Are You Ready to be Heartbroken? (Rattlesnakes)
Impossible Girl (The Negatives)
If I Were a Song (Broken Record)
My Alibi (Music in a foreign language)
Lady Came from Baltimore – Versão de original de Tim Hardin
Undressed (Lloyd Cole)
2 Cv (Rattlesnakes)
Rattlesnakes (Rattlesnakes)
Old Enough to Know Better (Etc)
Late Night, Early Town (Music in a foreign language)
Like Lovers Do (Love Story)
Forest Fire (Rattlesnakes)
Encore
Lost Weekend (Easy Pieces)
Jennifer She Said (Mainstream)
Podem encontrar mais fotos na página de facebook do blog.

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