quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

17º Aniversário dos Blind Zero

Não estive presente neste aniversário, mas a Maria João de Sousa esteve e escreveu esta reportagem, bem como o resumo da história da banda.
As fotos que acompanham o texto, foram gentilmente cedidas por Ana Pereira, fotógrafa que acompanha os Blind Zero há alguns anos.
Da minha parte agradeço às duas pelo belo trabalho que ajuda a engrandecer este blog.
A festa apenas para convidados/ amigos da banda, começou às 23h00 de 6ª feira, no club Maus Hábitos no Porto e prolongou-se pela madrugada de dia 29, dia em que os Blind Zero comemoravam 17 anos de carreira!
Desta vez a música foi outra e até se cantaram os parabéns.Após partirem e repartirem o bolo (mais precisamente, os bolos) e ao contrário do habitual, foram os aniversariantes, que presentearam os convidados com um mini concerto.
17 Anos é muito tempo e é um somar de histórias, momentos e recordações, mas também um reafirmar que estão aí e que estão com força!
Sucederam-se vários temas, como que, numa pequena revista por estes anos de carreira, a energia em palco era bem visível e o público acompanhava, mesmo que nem sempre o fizesse no tom mais afinado.
Entre muitos momentos de alegria e a presença de imensos sentimentos, pois se alguns dos presentes conhecem recentemente o trabalho dos Blind Zero, muitos eram os que os acompanham há muitos anos e sentíamos que a festa era nossa, estávamos unidos com o mesmo propósito, comemorar e viver ao máximo aquele momento.
A banda agradecia várias vezes ao longo da noite, quando quem deveria agradecer, éramos nós que ali estávamos a convite dos próprios, por todos os bons momentos que nos proporcionaram e pela sua música, que nos acompanhou ao longo de várias fases da nossa vida.
Pois se os começamos a ouvir, quando éramos teenagers, ou pouco além isso, 17 anos depois, já vivemos muita coisa, mas a música esteve sempre lá.
Sim, os Blind Zero são aquela banda que nasceu 1994 e que em 1995, edita o seu primeiro EP - "Recognize" - que esgotou em apenas nove dias e se tornou numa peça de colecção.
Nesse mesmo ano editaram o primeiro trabalho de originais, produzido por Ronnie S. Champagne, o álbum "Trigger", sendo o primeiro disco de Rock de uma banda portuguesa a cantar em inglês, a atingir o disco de ouro.
Em 1996 o EP "Flexogravity" com muito de experimental e de fusão, partilhado com a banda de Hip-Hop Mind da Gap, Rock, Hip-Hop, Industrial, Trip-Hop, Cabaret, foi reconhecido como o EP do ano.
Surge também "Transradio", gravado ao vivo na antena 3, num formato mais acústico que nos mostra o lado mais introspectivo dos Blind Zero, conjuntamente com muito material interactivo.
 Tocaram nos prémios Blitz, onde proferiram a famosa frase: “Boa noite, nós somos os Pearl Jam!”, em sinal de protesto pela comparação que os marcou no início da carreira.
Ainda neste ano foram convidados para participarem no SCYPE ("Song Contest for Youth Programs in Europe"), festival que reúne bandas de todo o continente europeu, gravaram um novo original - "My House" - e ganharam o concurso.
Em 1997, começaram as sessões que resultariam em "Redcoast", que é mais do que Rock; é uma mistura de ambientes, sons, emoções e, mais importante que tudo, boas canções.
Em 1999, passam grande parte do tempo a escrever novas canções para o seu terceiro trabalho de longa duração e em 2000, entraram em estúdio para gravar "One Silent Accident".
Em 2002, gravam um dos mais emblemáticos temas de David Bowie: “Heroes”.Neste registo, reflectem a sua visão pessoal sobre duas pessoas separadas pelo Muro de Berlim que juram encontrar-se no topo deste assumindo o risco.
Este tema foi também lançado no “Mundial 2002 – CD Não oficial” que juntava várias bandas com canções de apoio à Selecção Nacional de Futebol.
Em Janeiro de 2003 iniciam as sessões de gravação do seu novo disco de originais. “A Way to Bleed Your Lover”, num outro mapa sonoro, que substitui a aridez do anterior registo por ambientes mais planantes e trilhos sonoros mais densos e complexos, onde as emoções e as personagens estão, mais do que nunca, no limite, no reflexo da pele, entre o negro e as estrelas.
Tem produção de Mário Barreiros (Clã, Ornatos Violeta, Pedro Abrunhosa, entre outros) e é de destacar também a entrada de um novo elemento para a banda, Miguel Ferreira.
Em Maio, são convidados pela MTV para realizar, em Milão, um “MTV Live”. A transmissão deste concerto teve honras de abertura no lançamento da MTV Portugal.
Encetam a “Tour de Force”, uma Tour em pequenos espaços pelas dezoito capitais de distrito do País, tocando olhos nos olhos, em concertos íntimos e absolutamente únicos.
Quase no fim do ano, na cerimónia de entrega de prémios da MTV Europe Music Awards 2003, realizada em Edimburgo, os Blind Zero vencem a categoria “Best Portuguese Act”. Foi a primeira vez que a MTV atribuiu um prémio a uma banda portuguesa.
Em Dezembro, “A Way to Bleed your Lover” foi considerado o disco do ano por parte da imprensa especializada. Os Blind Zero foram, também, eleitos a melhor Banda ao vivo do ano.
Em 2004, os Blind Zero comemoraram os seus 10 anos de percurso, celebrando o acontecimento, no mês de Março, com um “Concerto especial 10 anos”, no antigo Hard Club no Cais de Gaia, onde para além de uma envolvência única e de diversos convidados especiais (Xana dos Rádio Macau, Old Jerusalem, …) se ouviram temas nunca ou raramente tocados pela Banda, num espectáculo irrepetível.
Em 2005, “The Night Before and a New Day”. As críticas aproximam-se da unanimidade: um dos melhores discos do ano, o melhor disco de sempre dos Blind Zero. Houve um concerto de apresentação do disco, ao vivo num comboio em andamento, “Shine On” foi escolhido pela marca Playstation para publicitar o seu novo jogo “Tekken 5” (a primeira vez para uma banda portuguesa).
A banda resolveu fazer algo diferente: era altura de voltar a tocar em auditórios, em ambientes mais intimistas. A electricidade é substituída pela intimidade: pedal steel, contrabaixo e guitarras acústicas. Numa versão do clássico dos anos 80 “Drive” (dos The Cars), Blind Zero exorcizaram e revisitaram as suas canções rock, country e alternative folk, do deserto para as estrelas, entre o destempero e a solidão.
Em 2007, algumas gravações destes concertos acústicos foram lançadas no disco “Time Machine – Memory's Undone”. Neste ano fizeram também uma inédita tour relâmpago, comemorativa do 13º Aniversário, que os levou a tocar no Porto, em Coimbra e em Lisboa, no mesmo dia, com o palco montado em cima de um camião TIR.

Em 2009 extraem o primeiro single” Slow Time Love” do álbum “Luna Park “, álbum que só chega a ser editado em 2010 e é extraído o segundo single”Snow Girl”.
Este álbum é caracterizado por uma sonoridade diferente e classificado como um parque de diversões para adultos.
Todos os temas funcionam muito bem ao vivo e foram devidamente “testados” pelos inúmeros concertos durante 2010 e pelas habituais iniciativas originais a que nos têm habituado.
Eu dou principal destaque para o concerto de S.João no porto, precedido e procedido, por uma viagem pelas ruas da cidade Invicta, num autocarro panorâmico, para o regresso ao Hard Club, que embora com novas instalações e local, era sem dúvida um local de referência e para o concerto suspenso, no GranPlaza, uma prenda de natal antecipada.

Os Blind Zero continuam a surpreender e é com muito orgulho e felicidade que me sinto um membro desta família! Muito obrigada por tudo!

Maria João de Sousa_29 de Janeiro’11

Sem comentários: