Em Casa é o nome
que Celina da Piedade escolheu para
o seu álbum a solo.
A solo, mas não
sozinha, é que na sua casa coube muita gente, só convidados são mais de vinte e
todos ajudaram a enriquecer este disco que acabou por ser duplo, com a vantagem
de ser vendido ao preço de um.
No disco há de tudo um pouco, temas para dançar e temas mais
calmos, para ouvir e sentir. Por lá encontramos duas letras originais, uma de
Samuel Úria – Rua da Amargura – que fala das diferenças entre um casal ao ritmo
de Mazurca, e uma da própria Celina – Assim Me Explico – em que se explica
muito bem ao ritmo de um lindíssimo Rondeau.
Depois há várias adaptações de tradicionais que “caem que
nem ginjas”, logo a abrir o disco o Calimero e a Pera Verde é um encanto,
Pombinha Branca leva-nos ao Alentejo só com voz e acordeão e até ”arrepia”.
Dentro dos temas que vêm do tradicional e me arrebataram, está sem dúvida o
açoriano Lira que aqui conta com a cumplicidade da voz da Galega Uxía e em que
tudo bate certo, chegando a roçar a perfeição. Outra colaboração feliz está no
corridinho Rebola a Bola, cantado a meias com Carlos Guerreiro dos Gaiteiro de
Lisboa que chega a parecer um “trava-línguas” divertido.
O encontro do acordeão da Celina com a trikitixa do Kepa Junkera
é outro dos grandes momentos do disco, tal como a composição de Rodrigo Leão
com Celina para a letra de Almeida Garret em Adeus, ou o fado Disse-te Adeus de
Manuela de Freitas.
Deste tema, foi feito este belíssimo vídeo:
Eu só estou aqui a destacar algumas coisas, mas este disco é
de ouvir, e ouvir, e ouvir, porque não cansa, a cada audição vão-se descobrindo
novos pormenores.
Aliás é assim que um bom disco deve ser e este disco, como
diz um amigo meu quando quer classificar algo que gosta muito, “É Para Além de
Bom!”
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