sábado, 20 de abril de 2013

Não é Um, São Dois no Teatro Aveirense - Report

Não É Um, São Dois é uma ideia de Fernando Alvim que - à semelhança do que eu já tinha feito em Janeiro na comemoração do 4º Aniversário deste blog, no meu caso com três grupos - em co-produção com a Aveiro Expo, trouxe, no passado dia 5 de Abril, até ao Teatro Aveirense, dois belíssimos exemplos, da boa música que se faz em Portugal – Samuel Úria e Minta and The Brook Trout.
Como o próprio Fernando disse, ao fazer as honras de abertura da noite, “estes têm ainda a particularidade de serem seus amigos”.
O público aderiu e bem à proposta musical e encheu a plateia do Teatro para ajudar, o som da sala estava muito bom e os músicos estiveram excelentes.


Logo a abrir veio Samuel Úria que após a frase: “Olá sou o Samuel Úria e sou uma banda Punk!”, deu imediatamente o mote para o que ia ser o seu concerto que apresentava o seu belíssimo disco mais recente (que provavelmente será um dos melhores do ano) “O Grande Medo do Pequeno Mundo”, música do melhor, intercalado por momentos de humor que até ao mais sorumbático consegue arrancar um sorriso.
Foi um concerto surpreendente que mostrou a pujança com que está o Úria, começou com uma versão fantástica de Ao Tom Dela, o tema que encerra o disco anterior “Nem Lhe Tocava”, que foi dedicado aos amigos de Tondela (sua terra natal) que se encontravam na plateia e que foi tocado apenas com um martelo e um paralelo daqueles que se encontram na calçada. Os outros temas já foram tocados por instrumentos menos originais - viola, banjo e guitarra eléctrica - mas sempre com muito bem.
Logo a seguir “atirou-se” para uma versão de Mulher, Eu Sei de Chico César, esta seria a primeira da noite, a outra foi Luto e Lábios Pintados de Tiago Guillul, agora Tiago Cavaco. Com Forasteiro iniciou a sequência de cinco temas do novo disco, à qual não faltou Pequeno Mundo, tema que terá inspirado o nome do disco dos Deolinda e pelo qual eles terão “de pagar direitos de autor”, nem o Lenço Enxuto com o Samuel “a fazer de Manuel Cruz” - Já vos disse que é um excelente disco? Oiçam-no e comprovem! (as citações são piadas do próprio, ok?)
 Ainda passou pelos imprescindíveis Teimoso e Não Arrastes o Meu Caixão do “Nem Lhe Tocava” que foram intercalados pela tal canção do Tiago Cavaco, para rematar Barbarella e Barba-Rala um tema lindíssimo do "Em Bruto" de 2008.
Depois deste concerto acho que podíamos tentar contratar o Samuel para vir cá uma vez por mês, intercalando concertos a solo, com concertos com banda. Agora a sério, se este, com ele sozinho em palco foi tão bom, imagino o que será com a banda e todos os convidados que participam no disco…
O Alinhamento completo foi:
01 - Ao Tom Dela 
02 - Mulher, Eu Sei (cover de Chico César) 
03 - Forasteiro 
04 - Essa Voz 
05 - Espalha-Brasas 
06 - Pequeno Mundo 
07 - Lenço Enxuto 
08 - Teimoso 
09 - Luto e Lábios Pintados (cover de Tiago Guillul) 
10 - Não Arrastes o Meu Caixão 
11 - Barbarella E Barba-Rala 

Como não era um mas sim dois, depois de um breve intervalo, subiram ao palco os Minta & the Brook Trout que desta vez regressaram a Aveiro com a sua formação completa. Assim à Francisca Cortesão (voz e guitarra) e à Mariana Ricardo (baixo, voz e algumas percussões) juntou-se o Nuno Pessoa (bateria e voz) e o Manuel Dordio (guitarra).
Abriram o concerto da mesma forma que abre o mais recente disco, e muito bom, Olympia, com Eggshells, para logo passarem para o anterior que tem o mesmo nome do grupo, de onde veio To Disappear, onde voltariam mais vezes. Mesmo assentando o concerto, maioritariamente no novo disco, os temas mais “antigos” não foram esquecidos, assim tivemos A Song to Celebrate Our Love e Search Skin Deep do primeiro EP de 2008.
Grande parte do concerto teve um registo calmo e intimista, como é normal nas canções do grupo, a reacção foi um pouco fria, provavelmente por algum desconhecimento dos temas por parte da maioria do público, mas, a partir de Falcon, o genial single de Olympia, “acabou o descanso”, pois conforme iam aparecendo temas com mais air-play o reconhecimento era maior e os aplausos mais “quentes”.
At Your Will, abanou com tudo, pois a slide guitar forte, dá um toque especial à canção, parece-me que estamos perante um segundo single que me estava a passar despercebido, é que a forma como se ouve música hoje em dia, remete as pessoas mais para o formato single ou para o vídeo partilhado nas redes sociais, não dando tempo para ouvir um disco por inteiro e esta canção que está no final, é uma autêntica pérola. Depois veio Family e seguido de uma prenda para o público Aveirense, dando um “cheirinho” do recente concerto no Lux onde tocaram na íntegra o álbum Pet Sounds dos Beach Boys, veio uma excelente versão de Wouldn’t it Be Nice, foi com esta bela surpresa que nem sequer estava prevista no alinhamento inicial, que rematou o concerto.
Para o exigido encore foram tocados The Devil We Know e o magnífico Large Amounts, que muitos talvez conheçam pela versão que Sérgio Godinho fez com o nome de Mútuo Consentimento, fechou esta grande noite de boa música que espero que se venha a repetir mais vezes.

O Alinhamento completo foi:
Eggshells 
To Disappear 
Blood & Bones 
Future Me 
The Right Boulevards 
A Song to Celebrate Our Love 
From The Ground 
Search Skin Deep 
On Lust 
Falcon 
At Your Will 
Family 
Wouldn’t it be Nice – The Beach Boys 
Encore: 
Devil We Know 
Large Amounts 

Encontram mais fotos do evento, na página de facebook deste blog.

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