Estava quase a arrancar de casa para mais um dia de Bons Sons quando, ao consultar rapidamente o facebook, deparei com esta mensagem:
“Quero convidar todos os amigos e fãs e mais gente que haja para o nosso concerto de amanhã no Festival Bons Sons.
Será o nosso último concerto, o último em que estaremos os três em cima do palco juntos. Sem drama, vá!
Quero que seja motivo de festejo, do que virá, do que já foi, de tudo de bom que fizemos, quero que estejam presentes todos os que nos acompanharam e apoiaram, e os que não estiverem, levo-os no coração, mesmo, muito obrigada.
O mais que posso adiantar é que vou continuar, e conto ver-vos novamente muito em breve.
Mas antes do futuro há o amanhã, e amanhã é às 19h15 no Palco Lopes Graça, vamos lá cuidar dos fins, inventar os começos, fazer uma dança!
Um beijo e até já,
C. Sá, c'est moi”
Os Guta Naki - banda nascida em 2007 que nos deu dois belíssimos álbuns, o primeiro que levou o nome da banda e foi editado em 2010 e o segundo “Perto Como”, já deste ano - anunciavam assim o seu fim, pela voz da vocalista Cátia de Sá.
Ao deparar-me com a notícia fui imediatamente assolado por um sentimento de alguma tristeza. “Uma banda assim nunca devia de acabar, mas a ser, ao menos que seja no Bons Sons” foi a frase que usei junto de quem ia comigo para o concerto.
E que belo concerto foi, acho que de todos os concertos a que tive o prazer de assistir na minha vida, nunca tinha testemunhado tanta emoção dentro e fora do palco.
Terra de Ninguém, abriu as hostilidades, fazendo-se de imediato sentir uma enorme melancolia que iria ser o sentimento predominante durante todo o concerto.
O terceiro tema, Novo Mundo, trouxe-nos à memória o momento em que muitos de nós ficaram a conhecer esta magnífica banda, sim porque muitos dos presentes aparentavam ser seguidores apaixonados desde a primeira hora e isso sentia-se a cada momento.
O concerto foi prosseguindo com uma belíssima viagem entre os temas dos dois discos, aquela tristeza bem cantada e quase chorada ia contagiando todos os que não arredaram pé e desejaram que o concerto nunca acabasse.
A tal melancolia ia sendo disfarçada, a espaços, com alguns sorrisos e algumas frases que apontam para o que vai ser o futuro musical dos elementos da banda e o tempo foi passando docemente.
Tununca onde se diz “finge que nunca me viste” foi o tema escolhido para acabar o concerto, mas ninguém estava convencido que as coisas iam acabar assim.
Imediatamente os aplausos exigiram um merecido encore que nos trouxe Caixa e O Homem que Dança que marcaram a despedida definitiva desta banda que vai deixar muitas saudades.
Ficaremos, ao menos, dois belíssimos discos (e, no meu caso particular, com a memória de dois belíssimos concertos - este e o que vi nas Noites Ritual de 2011) que os imortalizarão para sempre na nossa memória.
E sim tal como eu disse aos meus amigos antes do concerto:
Uma banda assim nunca devia de acabar, mas a ser, ao menos que tenha sido no Bons Sons!
Podem encontrar a reportagem fotográfica completa deste concerto aqui.
Aqui deixo também o Alinhamento completo:
Terra de Ninguém
Meu Amor é Índio
Novo Mundo
Margarida
Acreditava no Nada
Blues
Zeferino
Ana
Ainda Não Sei
Onde Ela Mora
Loseyland
TuNunca
Caixa
O Homem que Dança
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