A 2ª edição dos Prémios Megafone decorreu em Cem Soldos integrada no Bons Sons, a Associação Megafone 5 não podia ter escolhido melhor local para o fazer. Atrevo-me até a dizer que o próprio João Aguardela ficaria muito agradado com essa decisão.
“Música para uma nova Tradição” é o lema destes Prémios que pretendem perpetuar e homenagear o percurso musical do João, o objectivo foi plenamente conseguido, pois os projectos musicais que foram escolhidos - Nó d’Alma, Omiri e Charanga - cumpriram em rigor este lema.
A abrir a Noite de Prémios no palco, que durante este espectáculo se chamou Aguardela, houve uma bela acção “Megafónica” a cargo da “Artelier? – Teatro de Rua” que assim fazia o chamamento para o algo de diferente e inspirado que vinha aí.
A apresentação da noite foi da responsabilidade do Tiago Gomes que, em nome da amizade que tinha pelo homenageado, não podia deixar de estar presente.
Aos Nó d’Alma, projecto de João Lima (OqueStrada) e Rui Costa que une o som da guitarra portuguesa, tocada de forma pouco ortodoxa, à electrónica mais recente, coube a honra de iniciar o “concurso”. Por vezes o João Lima acrescentava a sua voz que somava outras “nuances” à sua música. Em palco foram acompanhados por Sérgio Costa no baixo que contribuiu bem para o excelente concerto do ensemble.
Depois veio Omiri o projecto com que Vasco Ribeiro Casais (Dazkarieh) reinventa sons tradicionais e lhes acrescenta a imagens com “recolhas transformadas e manipuladas em tempo real”. Aqui o apelo à dança e à participação do público foram uma constante e, pareceu-me que caso houvesse um prémio escolha do público, seria Omiri o vencedor, tal foi a forma como o Vasco o soube conquistar.
Por fim chegaram os Charanga que foram, desde o início, arrebatadores. Entraram em palco mascarados com instrumentos musicais, usaram o humor quase como uma arma com que conseguem com chocar os mais puristas e no fim tocaram e cantaram tudo de forma magistral. As imagens que aparecem projectadas e os personagens que cada um “veste” fazem o resto. Torna-se impossível resistir à dança, bem como a sorrir com o que dizem nos intervalos das canções.
Chegam a ser “enganadores”, tal é o à vontade que mostram enquanto tocam temas de difícil execução, o seu objectivo de “subverter” o tradicional é plenamente atingido, e tudo é feito com um sorriso nos lábios como se fosse fácil tocar assim.
O Júri deliberou e entregou o prémio aos Charanga, decisão que me pareceu bastante acertada pois, embora o nível qualitativo dos outros finalistas fosse enorme, foi este o grupo que mais me “tilintou” o cérebro e o corpo.
Foto de Carlos Martins |
Pode-se dizer que, tal como na primeira edição, houve muita justiça nos prémios entregues.
A continuar a festa, vieram os Galandum Galundaina, grupo que venceu a primeira edição e aqui tocaram como padrinhos deste evento. O concerto que deram foi, como é costume, excelente. “Montou-se “ um baile trasmontano do melhor a que não faltou o Fraile Cornudo, o Senhor Galandum, Chin Glin Din, Nós Daqui e Vós Dali ou Nabos.
Este grupo esteve ao ser melhor nível e, até por isso, valeu a pena a realização dos Prémios Megafone em Cem Soldos, pois assim, pela primeira vez na história do Bons Sons, foi possível repetir uma banda.
Foto de Carlos Martins |
A festa foi tão bonita que só posso desejar que as próximas edições de Bons Sons tenham sempre Prémios Megafone integrados.
Mais Fotos em Prémios Megafone no Bons Sons.
Sem comentários:
Enviar um comentário