Independentemente da idade é bom mantermos a criança que há em nós e, no dia do meu aniversário, senti-me como uma a quem roubaram o chupa e a seguir o devolveram.
Tive quem me oferecesse das coisas que mais gosto, ou seja: Música, mas não sem antes me fazer sofrer ao me dizer que já não tinha conseguido bilhete para o dia seguinte.
Adoro música ao vivo e no dia 20 de Fevereiro os Tara Perdida iam ao Canecas Bar para o seu penúltimo concerto da “Club Tour 2016”, havia melhor forma de continuar a comemorar!?
Se calhar até havia, mas não para mim.
Os Tara Perdida têm mais de 20 anos, perderam o líder e vocalista João Ribas em Março de 2014, mais um que morreu cedo demais…
Regressaram em 2015 com o novo vocalista Tiago Afonso (ex-Easyway) e novo baixista. Nuno Espírito Santo saiu e entrou Alexandre Morais e editaram o álbum “Luto” em Homenagem a João Ribas. “… o punk rock de sempre contínua lá, adaptado aos tempos que correm, e o álbum que destas transformações resultou deve ser entendido como um álbum de luto, mas do verbo lutar. A mensagem dos Tara Perdida é positiva e motivadora, e este novo disco marca o renascimento da banda de sempre de João Ribas." In, Antena 3
A mudança de vocalista numa banda não é certamente tarefa fácil, afinal a voz é como que uma grande imagem de marca e por isso as expectativas ficam ainda mais altas para este concerto.
O Canecas estava cheio e para abrir a noite subiram ao palco os Boca Doce, com um alinhamento repleto de covers de clássicos dos anos 80/90 com uma roupagem bem mais rock que os originais, aliás, alguns originais nem rock são.
Com o aquecimento bem feito, foi a vez dos Tara Perdida subirem ao palco, aí tive a sensação que o público já tinha aumentado. O concerto começa em formato acústico com “Jogar de novo e arriscar” e é após “Lisboa” com a voz carismática do guitarrista Rui Costa em destaque que o “cenário” muda. No Canecas já é habitual respiramos e transpirarmos música e este concerto não ficou atrás, para mim foi muito emotivo, tenho sempre a sensação que as bandas me conhecem e compõem pelo menos uma música a pensar em mim, sei que não é verdade, mas encontro sempre alguma (algumas) com a qual me identifico na plenitude.
Pareceu-me um concerto curto demais, apesar do alinhamento até parecer “normal”, fiquei com fome/ sede de mais e tive oportunidade de o dizer durante as breves palavras que troquei com os elementos da banda enquanto satisfazia o meu habitual vício de pedir autógrafos.
Deste concerto não tenho fotos, além de me ter esquecido da máquina, não me atrevi a pegar no telemóvel no meio de tanto movimento, mas fica registado nas minhas memórias!
“…Mas sou assim, quem aceitar
Estendo-lhe a mão, para ajudar
Eu sou assim, pouco normal
Venda nos olhos, é o golpe final
Por isso agora eu sou…”
in Desalinhado_Tara Perdida
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