Por Miguel Estima
Por vezes cozinhar um disco leva bastante tempo, em lume
brando, com tempo e vai ganhando forma. Nota-se no disco do Wilfried essa
procura por um som, que fique logo nos primeiros momentos, único, aos nossos
ouvidos.
Um disco com nove temas, a que eu chamaria momentos que se
cruzam, seja pela volúpia da guitarra do Wilfred, que juntamente com quatro
músicos, sendo Xan Campos no piano, Iago Fernández na bateria, Demian Cabaud no
contrabaixo e Charley Rose no saxofone. Numa dinâmica muito bem apurada, de uma
harmonia rara, que se destaca em relação aos últimos lançamentos de jazz que me
tem chegado às mãos.
É nesta simplicidade, neste carinho, nesta leveza colocada a
cada tema do disco, que nos envolve a cada segundo, como um instante que nos
toca. Um disco que tem uma marca muito própria, onde claramente demonstra e
transpassa a mera audição, e nos engrandece numa viagem num território
verdejantemente vasto.
Para ouvir repetidamente, sem pressa, em qualquer lugar.
Os concertos de apresentação vão decorrer na Galiza entre 6
e 9 de Agosto de 2017
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