Foi com um autêntico dia de Verão que Outubro começou e com ele a primeira edição do Festival Frenesi Garage & Stage que decorreu no jardim do espaço Breyner 85 no Porto.
Para esta edição de estreia estavam previstos concertos de oito bandas que passaram a sete devido ao cancelamento involuntário de parte de uma delas.
A abrir as hostilidades vieram os The Afternon, banda do Porto que apresentou um som inspirado num Rock Alternativo com “uns toques” de Punk já muito bem tocado. Um set de nove temas de onde se destacam “Egocentric”, “Set the Pony on Fire” e uma cover de “Song 2” dos Blur, bastante interessante. Fiquei com a ideia que com mais concertos perderão alguma da timidez que mostraram em palco, vamos aguardar pela evolução desta banda que parece ter “pernas para andar”.
Cumprindo quase religiosamente os horários, o que é sempre um excelente sinal para uma organização que começa a dar os primeiros passos, vieram os Tea Time Mother Juice, banda também do Porto que mostrou estar já noutro estádio de maturidade, apresentaram uma música não tão directa e com mais variedade instrumental. Por vezes fizeram-me lembrar o som grunge e outros roques que influenciaram esse movimento musical, o que não é nada mau, pois as boas influências são sempre bem vindas.
Nagoya foi a banda que se seguiu, tocam um género musical mais pesado que não me agrada particularmente, mas que dentro do seu género me pareceram já bastante competentes e enérgicos, creio que não terão grandes dificuldades em singrar na área musical em que se movem.
Depois destas três actuações a animação continuava no palco Acústico com a actuação de Francisco Rua, logo seguido de Cão da Morte.
Francisco Rua foi para mim e sem qualquer tipo de dúvida, a grande surpresa de todo o Frenesi.
Um homem sozinho em palco com a sua guitarra, tímido e quase a pedir desculpa por tanto virtuosismo, começou a espalhar magia e a tocar a banda sonora ideal para aquele por do sol.
Apesar dessa timidez inicial, rapidamente Francisco pôs a sua guitarra a falar, deixando todos encantados com a qualidade do seu som.
Para conhecerem melhor a sua música, podem fazer o descarregar legal e gratuitamente sete dos seus temas de “Pontes” o seu primeiro EP, aqui: http://franciscorua.bandcamp.com/, assim poderão atestar se o que eu digo é ou não verdade.
Cão da Morte subiu ao palco acompanhado de Coelho Radioactivo, um dos cúmplices da sua criação musical. Mais tarde ainda vieram mais dois rapazes acompanhá-los na sua actuação corajosa e interessante.
Pode-se gostar ou não do género, mas uma coisa tem de ser dita, é de louvar a originalidade e a honestidade de quem faz aquilo que gosta e se está “nas tintas” para estéticas mais ou menos formatadas. Respeito muito os músicos que conseguem ter esta atitude, em qualquer palco onde toquem.
Devido ao tempo que demorei no jantar e ao facto de os horários estarem a ser cumpridos, só cheguei a tempo de ouvir o último tema dos Touro, o primeiro, excelente e muito poderoso single, do EP de edição de autor “Náusea”, de nome “Estar Como Estiver”. Fiquei com pena de não ter visto mais desta actuação, mas este final deixou-me com vontade de os rever.
A fechar a noite veio a banda que me fez ir à descoberta deste Festival, eram nada mais nada menos que os Feromona, a banda do Diego Armés, do Marco Armés, do Bernardo Barata e do João Gil, veio até ao Porto mostrar o seu grande rock.
Com um início um pouco acidentado, pois o bombo a começou a desandar a cada batida de “Film Noir” provocando o pedido do Marco para reiniciar o tema após a resolução do problema, o concerto lá arrancou. “Selvagem Tosco”, single do seu segundo álbum “Desoliúde”, foi o tema que se seguiu e apesar de se notar que algo não estava bem, parecia que íamos ter um excelente concerto.
Tal não aconteceu apenas porque, como mais tarde fiquei a saber, o som de retorno em palco estava péssimo, ou seja os músicos não se conseguiam ouvir uns aos outros em cima do palco, o que além de tornar as coisas extremamente difíceis, faz com que todos se desconcentrem e andem a tentar adivinhar o que cada um está a tocar de forma a poderem tocar no tempo certo.
Apesar dessas vicissitudes a festa seguiu em grande, sem que cá fora nos apercebêssemos do que se estava a passar lá em cima.
“Mulher em Gomos”, “Manif” tema bem a propósito pois sábado também era dia de Manifestação no Porto, o belíssimo “Psicologia”, “Assassina” e “Courtney Love” não faltaram.
Deu ainda para a estreia de três inéditos, “Che Guevara”, “1991” e “Sábado à Tarde”, é bom ver esta banda que tanto gosto a mostrar que já tem mais música boa para o futuro.
“Vodka”, “Mustang” e “Animal” com uma “não dedicatória” especial para o vizinho do espaço Breyner 85 que fez com que as coisas acabassem mais cedo.
Para ter sido um concerto perfeito faltou (ERRO CRASSO!!!) o “Conversa de Cama”, canção que me introduziu a mim e a muitos outros, ao universo “Feromónico”e faltaram melhores condições de som para a banda.
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