Foto de David Sinclair |
Guimarães Jazz volta a surpreender com cartaz de excelência. David Murray, James Carter, Adrián Oropeza, Theo Bleckmann, Reut Regev, Uri Caine, Lee Konitz, Trondheim Jazz Orchestra com Eirik Hegdal e Joshua Redman são apenas alguns dos nomes que compõem a edição de 2014 do Guimarães Jazz que este ano se realiza de 06 a 15 de novembro no Centro Cultural Vila Flor em Guimarães.
O Guimarães Jazz completa em 2014 a 23ª etapa de uma longa história de divulgação do jazz ao público português, confirmando-o como um caso raro de longevidade, persistência e capacidade de implantação na muitas vezes instável e precária paisagem cultural nacional, e afirmando-o simultaneamente como um evento no qual se conseguem construir pontes temporais, estéticas e geográficas. Numa época em que as palavras “inovação” e “mudança” parecem ter-se instalado em definitivo no léxico do discurso contemporâneo, o Guimarães Jazz surge como um polo agregador de estabilidade, respeito pela história e tradição da música e convicção nos valores que nos guiaram desde o início deste trajecto. O festival é também um lugar de celebração da liberdade e que assume o risco de enfrentar a multiplicidade de caminhos e possibilidades que marcam a arte do presente.
O programa do Guimarães Jazz 2014 é o reflexo de uma identidade alicerçada e consolidada no compromisso entre tradição e vanguarda, ruptura e citação. O equilíbrio do alinhamento dificulta a escolha dos elementos em destaque, pelo que é a força e a coerência deste conjunto de propostas o elemento a reter desta edição. O festival volta novamente a apresentar um programa composto quase exclusivamente de nomes nunca antes apresentados no Guimarães Jazz – a excepção é o incontornável pianista Uri Caine, que faz a sua terceira aparição no festival (depois de um concerto com ensemble a interpretar as “Variações Goldberg” de Bach, em 1999, e um outro a solo em 2001), apresentando-se agora em trio. Teremos também a honra de ter pela primeira vez o histórico saxofonista Lee Konitz, o extraordinário Theo Bleckmann num estranho e desafiante projecto de interpretação das canções de Kate Bush, bem como os plenamente afirmados nomes no universo jazzístico de David Murray, James Carter e Joshua Redman, este último como solista da Trondheim Jazz Orchestra.
O Guimarães Jazz volta também a apresentar as já habituais atividades paralelas, entre as quais as jam sessions e as oficinas de jazz (dirigidas este ano por Reut Regev, o reputado cornetista Taylor Ho Bynum, Adam Lane e Igal Foni), e mantendo a frutuosa relação que tem vindo, nos últimos anos, a desenvolver com a ESMAE. É importante, porém, mencionar que 2014 marca o fim da colaboração com a editora TOAP e o início de uma parceria com a associação portuense Porta Jazz que vem reafirmar a vocação do festival enquanto plataforma de visibilidade e promoção do jazz português, e dos músicos mais jovens em particular.
O jazz é o ponto de partida deste grande evento cultural, mas não a sua última fronteira. O Guimarães Jazz pretende ser um espaço de acolhimento e expressão de diversas linguagens musicais e, nesse sentido, um detonador de reflexões sobre o que significa fazer música e arte no convulsivo mundo de hoje e em face do enigmático horizonte de um futuro por vir.
À semelhança das edições anteriores, a maior parte dos concertos acontece no Centro Cultural Vila Flor, estando também agendados dois espetáculos na Plataforma das Artes e da Criatividade. Os bilhetes já se encontram à venda, podendo ser adquiridos na bilheteira do Centro Cultural Vila Flor, da Plataforma das Artes e da Criatividade, bem como nas lojas Fnac, El Corte Inglês e Worten, entre outros pontos de vendas, e na internet em www.ccvf.pt e oficina.bilheteiraonline.pt.
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