Dizem que o jazz por muito bom que seja, nunca enche uma sala. É mais difícil de entrar no ouvido, e não é um género musical comercial. Quem vai a um concerto de jazz sabe que vai ouvir boa música, bem executada e não duvida das capacidades técnicas nos elementos presentes em palco.
Poderia aqui continuar a deambular por um conjunto de factores que levaram a que o auditório estivesse com pouco público, mas quem assistiu ao concerto do Ishmael Wadada Leo Smith acompanhado ao piano por Anthony Davis no passado sábado na Casa das Artes de Famalicão, sentiu o virtuosismo do jazz.
Companheiros de longa data demonstraram uma complexidade em palco, própria de quem passa décadas a partilhar momentos em perfeita sintonia. Um jazz denso, brilhantemente executado, que levaram ao delírio a assistência. Uma hora bem passada onde foram percorridos alguns dos momentos do extenso material discográfico de Wadada.
O concerto terminou num momento de improviso, típico dos artistas do jazz. Uma bela noite em Famalicão que nos brindou com um dos trompetistas mais brilhantes da actualidade.
Texto e Fotos de Miguel Estima
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