quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Crónicas de Verão - Parte III

Festival de Jazz e Blues de Pontevedra 

Nesta minha terceira prosa/crónica vou abordar a temática do bom e barato. Ou nem tanto assim…
Ir a Pontevedra para quem mora perto da fronteira de Valença é relativamente perto (cerca de 60km) que podem ser feitos por estrada nacional ou por autoestrada com um custo relativamente “leve”. Se em anos anteriores este festival coincidia com os festivais referidos na última crónica (Sinsal e Folkcelta) este ano o evento antecipou-se, tendo acontecido entre 14 e 19 de Julho, e para bem da minha saúde auditiva espero que assim se mantenha.
Pontevedra tem tradição no Jazz, conta com uma escola de forte implantação na Galiza (Seminário Permanente de Jazz) e não seria de estranhar que este festival que já vai na 23ª edição, fosse tão bem acolhido pelo público.


Todos os concertos são de entrada livre e acontecem em duas das principais praças da cidade. Nas duas primeiras noites os concertos aconteceram na Praza do Teucro, uma pracinha “pequenina” muito maneirinha para um bom arranque do festival. Felipe Vilar abriu esta edição em formação quarteto e no dia seguinte as honras foram para Nani Garcia.

Depois do arranque com estes dois concertos, o evento continuou na Praza da Ferraria que, na terceira noite contava com Janiva Magness, para uma noite mágica de blues.
Não descrevi mais sobre estes concertos, porque só fui na quarta noite do evento, para ver a baterista americana Terri Lyne Carrington. Com uma praça cheiinha de gente a rapariga de Massachusetts, brindou a assistência com um set de homenagem ao grande Duke Ellington.




Foi uma actuação exemplar com excelentes músicos a acompanhar: ao piano Aaron Parks, Zach Brown no contrabaixo e Mark Shim no saxo tenor. Foram quase duas horas de um concerto brilhante! Continuando nos Estados Unidos mas desta vez vinda do Texas – Ruthie Foster foi a estrela que subiu ao palco na quinta noite de concertos. A festa era mais de Blues para esta jornada de sábado. Se tinha comentado que na noite anterior a praça estava cheinha, o sábado ainda foi maior, com gente em todos os cantos…

O memorável concerto, e começo por memorável porque esteve quase para não acontecer, pois toda a bagagem incluindo os instrumentos dos artistas não tinha chegado ao destino, e em pouquíssimo tempo arranjaram-se instrumentos para que o concerto pudesse acontecer.

Se no youtube não encanta assim muito, ao vivo a experiência é diferente. Foi um concerto com uma boa batida e com uma dinâmica fantástica entre todos os músicos, que somados à fantástica voz da Ruthie, não podia ser melhor.
Depois de mais de uma hora em palco onde tocaram temas do mais recente “Promise of a Brand New Day”. Abriram o concerto com o tema “Brand New Day” e no primeiro encore ouviu-se o reggae do Bob Marley com “No Woman no Cry”, sedenta de mais música Ruthie teve mesmo de subir ao palco para o segundo encore onde mostrou a fibra com um tema em versão “à capela”.

Para fechar o evento, a ultima noite de concertos estava encarregue ao Galego Virxilio da Silva com uma formação de quinteto. Infelizmente e por questões logísticas, não pude assistir a este concerto. Mas terá sido um dos momentos mais marcantes na carreira do jovem de Portonovo (perto de Sanxenxo) que fechou esta edição no palco principal do festival com amigos e companheiros do seu curto mas denso percurso musical.

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