segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Crónicas do Verão - Parte II


O FolkCelta, Sinsal e outras coisas que não vi

A minha segunda crónica vai ter a incidência no turbulento fim-de-semana de 24, 25 e 26 de Julho de 2015. Estou a classifica-lo de ‘turbulento’ por acontecerem dois festivais que considero mais interessantes do ponto de vista programático e de identidade, com uma distancia geográfica relativamente curta: o Folkcelta em Ponte da Barca e o Sinsal San Simon em Vigo.


O Folkcelta, aconteceu nos dias 24 e 25. No primeiro dia o grande destaque era para o Júlio Pereira no palco principal, e no palco Bricelta os Karrossel do Porto.

Com um começo ameno a festa ganhou dimensão desejada já os Karrosel estavam no palco, isto após o concerto do mítico Júlio Pereira. Sobre o Folkcelta existe sempre muito a dizer, como a coerência da programação, ou a romaria certeira dos fãs de música tradicional e celta, que acontece neste festival.
Com festivais e concertos a acontecer por todos os lados, o festival de Ponte da Barca vinga por uma identidade que o identifica. Pelo fantástico ambiente e sinergia que existe entre público e pelas bandas. Este é um festival onde a cultura folk de Portugal e da Galiza se juntam e contaram com uma pitadinha internacional que, este ano, esteve a cargo dos Marran.
Com tempo curto para dormir, saí a meio do concerto do Anxo Lorenzo e despedi-me assim da edição deste ano. Esperando eu, que as energias para o próximo ano, ou a conjuntura, seja mais favorável para viver a experiência dos dois dias de concertos.
Acordar cedo é habitual para desfrutar do festival da ilha. Isto porque o Sinsal acontece na Ilha de San Simón na ria de Vigo e é necessário embarcar às 12h (hora espanhola), foi um dormir rápido…
O festival não revela o cartaz do evento, nunca se sabe muito antecipadamente quais a bandas que vão actuar. O conceito é simples: uma ilha, uma envolvência natural, concertos de dia e novos valores da música.

Tinha as minhas previsões em relação aos concertos deste ano, mas All We Are e The Paradise Bangkok Molam Internacional Band, não eram bem previsões, já que estes “furaram o bloqueio” e anunciaram a presença nas suas páginas de facebook.
Previsão mesmo eram os Thee Satisfaction (banda que actuou sim, mas só no Domingo) e Deerhoof que também veio a confirmar-se. Pelas pistas que iam dando na página do Sinsal, a presença de Owen Pallett também se tornou previsível.
A edição deste ano era Sexta, Sábado e Domingo, mas é sobre o dia de sábado que vou falar:
- Champs - bom começo do festival, com uma sonoridade indie-folk
- Owen Pallett - como perdi o concerto de Aveiro, mas estava à espera de qualquer coisa Top e a minha expectativa não se gorou. Foi um concerto brilhante!
- The Paradise Bangkok Molam International Band - valeu pela experiência alternativa de instrumentos diferentes, com um ritmo a pedir a dana, o que acabou por acontecer, mas só para alguns já que o calor que se fazia sentir junto ao palco não dava para grandes festas…
- All We Are - estava à espera deste concerto desde Março, foi uma das primeiras bandas confirmadas para o Milhões de Festa e como habitualmente algumas das bandas tocam também no Sinsal. Muito bom concerto, um indie-pop muito fresquinho talvez pelos membros da banda serem de vários países gera uma fusão de culturas que resulta muito bem em palco e dá o verdadeiro festão.

- Deerhoof - banda de punk rock que fotografei para registo. Os berros da rapariga estavam lá. O resto do concerto foi a ouvir os DJ’s na outra parte da ilha que estavam a passar reggae entre outras coisas.
- Astro - “ainda falta muito para a hora do barco?”, foi a única formação deste ano a cantar em Castelhano, nesta que foi a edição mais internacional de sempre.
De destacar que este ano faltaram as “músicas escondidas” ou melhor os músicos de Vigo e da região a mostrar os seus projetos. Vi grandes concertos em edições anteriores nesta rubrica. Ponto muitíssimo positivo à comida do festival com uma paelha vegetariana que ainda hoje me recordo de tão boa que era e da frutinha distribuída gratuitamente, como é habitual, a todos os assistentes no festival.
 Como seria previsível após a jornada “sinsaleira”, a rota cultural desse fim-de-semana levou um brusco stop. O segundo dia do Folkcelta foi uma miragem (pelas fotos do facebook), e os concertos previstos para Domingo em Valença (Pedro Burmester) e em Tui do Wilfred Wilde Quintet também ficaram pelo caminho. Mês e meio depois, considero ter feito esta opção foi a escolha acertada.

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