Continuando os balanços do ano musical, decidi criar uma rúbrica para as "figuras" que tiveram mais destaque e importância na música portuguesa.
As minhas escolhas vão em primeiro lugar para
Henrique Amaro porque mais uma vez, continuou a sua "luta" de há muitos anos, pela música feita por portugueses e pela sua divulgação. Destaco-o juntamente com a Optimus Discos porque desde o ano passado, tem sido esta iniciativa a dar voz a muitas bandas e projectos musicais portugueses. Só este ano foram lançados 22 EP’s de download gratuito e ainda tem levado muito desses músicos a tocar ao vivo em vários festivais pelo país.
Ora quem defende assim a nossa música, merece todo o apreço de todos aqueles que, como eu, gostam da música portuguesa.
A segunda figura a merecer destaque é o "incontornável" B Fachada músico que vai despertando “amores e ódios” pelo país, mas cuja criatividade e dinâmica é inegável.
Depois do álbum homónimo ter sido aclamado pela crítica no ano passado, este ano trouxe “Há Festa na Moradia”, lançado no início do Verão em download gratuito (mais de dez mil descargas contabilizadas) e remata o ano lançando um disco – “É Pra Meninos”, desta vez em Trio.
Depois de se ouvirem com atenção estes três últimos trabalhos, só com alguma má-fé é que não se pode reconhecer, pelo menos, uma enorme capacidade de produção, de "adivinhar" aquilo que os seus fãs gostam e ao mesmo tempo conseguindo surpreendê-los, como é o caso deste disco mais recente que vêm "disfarçado" de disco infantil, mas que me parece ser mais indicado para os pais.
Eu particularmente fiquei convencido depois de ver em dois concertos na mesma semana, um a solo no St Culterra e outro em Trio no Bons Sons, o efeito de "sedução involuntária" que ele exerce sobre o público que fica completamente "na sua mão" e acaba a cantar com ele a maioria das suas canções.
A terceira figura do ano só podia ser o incansável Paulo Furtado/The Legendary Tigerman
Depois da edição do fantástico “Femina” no ano passado que já o levou a dezenas de locais no nosso País e no estrangeiro (chegou a fazer a primeira parte de uma mini tour de Jarvis Cocker dos Pulp por França e Benelux), dando concertos memoráveis, sendo algumas vezes acompanhado pelas cantoras que participam no disco em pessoa ou nos ecrans que o acompanham onde também são projectadas pequenas curtas metragens realizadas por ele e que ilustram as suas canções.
A sua edição em França este ano já o colocou no top dos melhores do ano da revista Les Inrockuptibles. No Festival Optimus Alive foi responsável pela programação de um dia, numa das tendas.
O concerto das Noites Ritual que acabou com um jovem do público a tocar bateria, vai ficar muitos anos na memória de todos.
E o ponto mais alto para este disco, vai ser atingido, merecidamente em Janeiro com os concertos nos Coliseus de Lisboa e Porto. Nada que eu não tivesse já "vaticinado e previsto" neste artigo de Fevereiro deste ano.
Ah e entretanto o próximo disco dos Wray Gunn já deve estar todo gravado e vai ser lançado provavelmente no primeiro semestre de 2011 o que nos dá a garantia de termos o Paulo como figura musical, por muitos e bons anos.
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