Em 90 veio a Portugal com os saudosos Mano Negra para uma série de concertos partilhados com os Xutos & Pontapés, em 2001 foram as Festas de Lisboa que o receberam acompanhado pela Radio Bemba Soundsystem, em 2002 foi o Festival de Vilar de Mouros, concerto a que tive o prazer de assistir, em 2007 foi a vez do Festival Sudoeste e finalmente no passado dia 14 de Julho veio até ao Festival Marés Vivas em Vila Nova de Gaia.
Desta vez Manu Chao veio acompanhado de La Ventura, banda competentíssima, composta por Madjid Fahem na guitarra, Gambeat no baixo, ambos Radio Bemba e Philippe “Garbancito” Teboul na bateria que colabora no “Best Of” dos Mano Negra.
É claro que eu e mais 24999 almas não podíamos faltar, nem que fosse só para mostrar o quanto gostamos da sua música.
Já passava da uma e meia quando subiram ao palco, mas a espera compensou, desde os primeiros acordes deu para ver que nem nós nem eles, íamos ter descanso, eles eram as cabeças de cartaz e provaram-no. O ritmo foi imparável, as canções era conhecidas de todos e o apelo à dança, aos saltos e aos aplausos ritmados foi uma constante.
As canções mais conhecidas da carreira a solo de Manu não faltaram, “El Oyo”, “Politik Kills”, “Clandestino”, ovacionada e cantada por todos em coro, “La Primavera”, “Por El Suelo”, “La Vida Tombola”, dedicada a Diego Armando Maradona, “Lo Peor de La Rumba”, “Me Gustas Tu” não podia faltar. Ouviu-se também um pouco de "La Cosa" que veio acompanhado de uma dedicatória ao grande Tonino Carotone, também não faltou a referência ao enorme Bob Marley, com uma versão “esgalhadíssima” de “Iron, Lion, Zion”, ouviram-se também temas de Mano Negra como “Que Paso o Que Paso”, “King Kong Five" e "King of the Bongo”, as canções foram tantas e tão cadenciadas que não deu para decorar tudo.
A mensagem política é uma constante, embora me pareça que nem todos a percebam e embarquem só na parte da marijuana, esquecendo-se que se fala de fome, injustiça, emigração e guerra, mas sempre a acreditar que na próxima estação está a “Esperanza”.
A certa altura Manu avista uma Bandeira Galega (uma daquelas que têm uma risca azul celeste com uma estrela vermelha no meio) e grita a plenos pulmões “Galicia Presente!”, passado um bocado aparece a bandeira do México e lá sai um “México Presente!”, é depois disto que pergunta “e Portugal?”, foi quando a maioria dos vinte e cinco mil gritaram a mostrar que o nosso País estava presente, se é que houvesse dúvidas.
A terminar a actuação vai agradecendo a todos e batendo com o microfone no coração, como se fossem os seus batimentos e a mostrar que estávamos no seu coração. Ele também ficou no nosso.
Claro que o concerto não ia ficar por aí, ele e a sua banda ainda voltariam mais três ou quatro vezes ao palco.
Num dos encores foi cantado um tema em francês, dos tempos dos Mano Negra em que o público substituiu o trompete na perfeição, gritando um “Lolo, lolo, lolo, lolo, lololo” de plenos pulmões que serviu para mais um encore só com o publico a fazer aquele som e a banda a acompanhar.
A banda “deixou tudo” em palco e marcou para sempre todos os que estiveram naquele recinto. Eu só espero que o Manu Chao volte em breve para nos dar Esperança com a sua música…
Deixo um agradecimento especial à Imagem do Som e ao Hugo Sousa, pela cedência das fotos.
Sem comentários:
Enviar um comentário