“e eis que, sem contar, em Sever do Vouga demos um dos melhores concertos do ano…”
É assim que vem descrito, pelos próprios Mão Morta, na sua página de facebook, o concerto que deram no passado dia 5 de Agosto na Ficavouga.
Eu só posso concordar, quando cheguei ainda havia pouca gente no recinto, talvez porque tal como me aconteceu a mim, estavam embrenhados na descoberta do caminho – tão mal assinalado – para o novo recinto da Feira. Cheguei a recear que fosse um flop, mas com o aproximar da hora do início do concerto, a massa humana foi aumentando até o recinto ficar muito bem composto, ainda por cima com bastantes admiradores da banda de Braga que completou recentemente os 25 anos de carreira.
Vi-os pela última vez nas Noites Ritual de 2009, mesmo que não tivessem temas novos, ia vê-los à mesma, mas também estava curioso para ver ao vivo como ficavam encaixados os temas do “Pesadelo em Peluche”, álbum editado no ano passado.
Foi “Tiago Capitão”, tema que encerra o álbum, que abriu as hostilidades, de imediato o público foi-se chegando à frente para a noite que ia ser de celebração.
“Tu Disseste”, incluído no “Primavera de Destroços” de 2001, fez o seguimento perfeito, “Destilo Ódio” trouxe à memória “Corações Felpudos”, o segundo disco da banda, “Charles Manson” de “O.D., Rainha do Rock & Crawl”, disco de 91, mostrou ter ainda uma enorme actualidade. “Véus Caídos” incluído na primeira cassete do grupo fez a sua aparição e continuou a remexer nas agradáveis memórias musicais de muitos dos presentes. “Fazer de Morto” e “Novelos de Paixão”, trouxeram-nos de volta ao álbum de 2010, logo seguidos de “Berlim” e "Paris”, curiosamente as capitais da Europa que nos têm tramado ultimamente, representaram “Mutantes S.21”, provavelmente o álbum que mais popularizou a banda. “Teoria da Conspiração”, próximo single a ser extraído de “Pesadelo em Peluche”, surgiu como que a adivinhar futuros acontecimentos nalgumas cidades da Europa e do Mundo.
Ainda tivemos direito a “Escravos do Desejo” tema que faz parte de “Vénus em Chamas”, álbum de 1994 que surgiu na ressaca do sucesso de “Mutantes”, “Vamos Fugir” veio lembrar o álbum que mais gosto (caso fosse obrigado a escolher só um) desta banda – “Há já Muito Tempo que o ar Nesta Latrina se Tornou Irrespirável”.
“E Se Depois” fez-me voltar novamente às primeiras memórias que tenho do grupo, já lá vão alguns anos. A fechar com chave de ouro veio “1º de Novembro” com o público a acompanhar o “lalala” que abre a canção e que também serviu para ajudar a exigir o encore que veio com “Tetas da Alienação” que fechou um excelente concerto cuja única falha que se pode apontar é ter sido curto.
Mais um concerto de Mão Morta que vai ficar para sempre na minha memória, é incrível como esta banda que acompanho há tantos anos, consegue manter o meu interesse e o interesse de tantos outros.
Só espero ter o prazer de os ver ainda mais vezes, uma banda assim não pode acabar, nunca.
Que venham mais 25!
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