Foi no sábado passado que Sérgio Godinho veio apresentar o seu novo trabalho, “Mútuo Consentimento”, a um esgotadíssimo Centro Cultural de Ílhavo.As expectativas eram grandes e de maneira alguma, foram defraudadas.
O concerto começou, tal como começa o disco, ao som de “Mão na Música”, com o cantautor sentado a declamar uma bela descrição do que é a música. Depois, já de pé, veio um dos mais fortes temas deste novo disco, de nome “Bomba Relógio” uma bem ritmada e alegre descrição do que é sentir o amor de outra pessoa, “Vai Lá” foi outro dos novos temas que foi tocado e que já parecia um clássico SG.
Clássico mesmo foi o tema seguinte que continua com uma temática actualíssima, “Arranja-me Um Emprego", aqui com numa versão musical actualizada. Essa é também uma realidade nas canções de SG, é que as letras (algumas infelizmente) mantêm-se actuais e a as músicas foram reformuladas de tal maneira que parece que foram escritas ontem. “É Tão Bom” trouxe-nos à memória outras idades em que as preocupações do dia a dia eram bem mais simples. SG, introduzindo o tema seguinte, lá foi dizendo que “só neste País, é que se diz só neste País” que é o mote da canção do “Só Neste País” que pertence ao disco de 2006 “Ligação Directa”, nessa altura já eu estava a pensar nas saudades que tinha de ouvir novas canções deste grande músico.
O novo disco regressou com “Em Dias Consecutivos” uma valsa feita por Bernardo Sasseti que faz lembrar a música de filmes de terror e que conta o “Terror” de alguns quotidianos, logo seguido de “Mútuo Consentimento” uma música de curta duração, feita por Francisca Cortesão dos Minta & the Brook Trout e para a qual Sérgio fez uma letra lindíssima, a que se seguiu o forte “Eu Vou a Jogo” que fala de encontros e desencontros que muitos vão tendo ao longo da vida.
O tema “Liberdade” levou-nos a um passado cada vez mais presente e claro sempre com os arranjos modernos do Nuno Rafael, apresentado já há alguns anos, como o director musical dos Assessores, o grupo de excelentes músicos que acompanha Sérgio Godinho e que é composto pelo Nuno que toca guitarra eléctrica, acústica e outras coisas, o Miguel Fevereiro na guitarra, o José Cardoso nas teclas, o Nuno Espírito Santo no baixo, o Sérgio Nascimento na bateria, que em Ílhavo foi substituído pelo José Vilão, a Sara Corte Real nas vozes e o João Cabrita no Saxofone.
O “Velho Samurai” deu para acalmar um pouco a nível de ritmos, por pouco tempo, pois logo a seguir veio “O Acesso Bloqueado” o single do novo disco que fala da dificuldade de adivinhar o presente, e “Linhagem Feminina”, também das novas, que parece uma espécie de “lenga-lenga arockalhada”.
Daqui para a frente vieram aquelas canções que já todos conhecem, mas que sabe sempre bem ouvir, até pela quantidade de renovações que foram sendo feitas à música.
Assim ouvimos “Espectáculo”, “Primeiro Dia”, após este tema os Assessores foram saindo do palco, ao mesmo tempo que viravam uns painéis que continham algumas das imagens que se podem ver no inlay do disco, para deixar o Mestre sozinho a cantar “Lisboa que Amanhece”.
O “Elixir da Eterna Juventude” foi tocado já com todos de volta e foi logo seguido do festivo “Quatro Quadras Soltas” que encerrou o concerto.
Claro que exigir um encore era a obrigação do público que assim o fez e foi correspondido. Após uma pequena introdução musical de “Mão na Música” foi tocado o lindíssimo “Primeiro Gomo da Tangerina”, seguido do enérgico “Homem Fantasma” e rematou com “Democracia”.
Rapidamente foi exigido um segundo encore de dois temas “Brilhozinho nos Olhos” e “Noite Passada” que remataram mais uma noite inesquecível proporcionada por Sérgio Godinho e os seus Assessores.
Após o concerto ainda tivemos direito a contactar pessoalmente com o cantautor que “enfrentou” a enorme fila para autógrafos com grande simpatia.
Esta noite não me soube a pouco e espero ainda vir a ter muitas mais destas!
1 comentário:
Eu também adorei o concerto! Falei dele aqui
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