Festival Rádio Faneca – Ílhavo - 3 Junho
A transmitir alegria desde a primeira edição, eis que à quinta, o Festival Rádio Faneca chegou à idade adulta. O que esta edição teve de diferente e me cativou ainda mais que nas edições anteriores, foi o prazer de ir à descoberta. Apenas conhecia três nomes dos que estavam agendados para sábado e, confesso, que me deu a sensação de que estaria perante um “albergue espanhol”. Mas o que me aconteceu ao ver, foi sentir que tudo fazia sentido. Estranhamente, ou não, todos as escolhas se encaixaram na perfeição e me fizeram a afirmar que esta foi a melhor edição de sempre.Cheguei já com os The Oafs a mostrarem o seu, por agora pouco conhecido, álbum “My Scars and Stories”. Disco fruto de uma edição de autor que prova o quanto eles acreditam no que estão a fazer. Alegria não faltou durante a actuação e ao desfilar de cada canção, foram conquistando novos admiradores. Acabaram por não me surpreender, pois já os tinha tido a animar uma noite no Auditório do Mercado Negro, e o que notei foi que com os concertos que já fizeram desde aí, ainda não pararam de evoluir e me fazem adivinhar um bom futuro para eles.
O nome seguinte, Mû Mbana, na Viela do Professor, foi a grande surpresa e, provavelmente, o responsável pelos momentos mais intimistas de todo o festival. O guineense fez-nos participar numa verdadeira viagem, cheia de boas sensações. Os seus temas não estão sujeitos aos tempos a que estamos habituados no mundo da música, de repente estávamos noutra dimensão. Numa dimensão em que o desfrutar se sobrepõe a todas as outras obrigações e durante o seu concerto, o tempo parou. Não havia nada mais importante que ficar ali a ouvi-lo e a sentir o contágio da sua música.
Ainda fomos brindados com um tema em que o “nosso” Rui Oliveira participou e ajudou ao encantamento. No fim soube a pouco e fiquei com vontade de o rever o mais rapidamente possível.
Pela tarde, enquanto petiscava e ia conhecendo a cidade de Ílhavo como turista, outra das funções muito bem conseguidas pelo conceito da Faneca, avisaram-me que não podia perder Palankalama.
Respeitando a sugestão, voltei à Travessa da Filarmónica Ilhavense (onde tinham tocado os The Oafs) e deixei-me enredar, tal como todos os outros, pelo Jazz com “laivos” de tradicional português e fui sentindo as maravilhas da sua música que não precisa de palavras. Divertiram-se e divertiram-nos com a genialidade que deles ia saindo como algo muito natural. Como diz o povo: “Até parece fácil!”. Mas não deve ser nada fácil chegar ao nível que eles já têm.
(mais fotos de Palankalama)
Enquanto fui contactar com mais um pouco da gastronomia local, apreciei à distância, no Jardim Henriqueta Maia, a fusão de dança moderna com o folclore do grupo “Os Arrais” e fiquei com a sensação que nunca gostei tanto de folclore na minha vida.
A abrir a noite foram os Memória de Peixe a proporcionar mas uma viagem musical, desta vez com guitarra(s) (tal a profusão de sons que saem das pedaleiras) e a frenética bateria. Muitos eram os que não conheciam e ficaram quase deslumbrados com o som do duo.
(mais fotos de Memória de Peixe)
Para fechar a noite, no que a bandas dizia respeito, veio o, já enorme, Samuel Úria e a sua banda que, mais uma vez, deixaram tudo em palco e mostraram a razão de serem os cabeças de cartaz e estarem a conquistar cada vez mais admiradores.
(mais fotos de Samuel Úria)
Para os mais resistentes ainda houve o DJ Set de Colorau Som Sistema que foi contrariando o frio que já se fazia sentir, neste quase fim de Primavera. Faneca já só há para o ano, mas ao ritmo que “os” 23 Milhas trabalham, prevejo muitas visitas a concelho de Ílhavo, até à sexta edição.
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