Na passada quinta-feira dia 23 de Junho decorreu em Albergaria-a-Velha, o primeiro de três concertos de Carlos Nuñez, integrado na programação do Festim – Festival Intermunicipal de Música do Mundo.
Para esta nova visita ao nosso país, este músico galego que “trata por tu!” tudo o que são flautas e gaitas, que mostrou que além de músico, é também um excelente contador de histórias e que trouxe até nós o seu mais recente disco, “Alborada do Brasil”, fruto de três anos de trabalho que começou com uma busca do seu próprio passado, pois suspeitava que o seu avô teria ido para lá, e no qual se dedicou a seguir o caminho musical de muitos galegos e portugueses naquele País descoberto em 1500.
O concerto abriu com “Nau Bretoa” e logo aí se provaram duas coisas, a influência que a música levada por estes povos, tem na música brasileira e a excelência musical de Carlos Nuñez e a sua banda que contou, como sempre, com o grande Pancho Alvarez na guitarra latina, com o seu irmão, Xurxo Nuñez nas percussões e com a irlandesa Niamh Ni Charra no violino e concertina. Carlos contou ainda com a preciosa colaboração de Jónatan que é o maestro do grupo de gaitas de S. Bernardo e César que também toca gaitas nesse grupo.
“Vou Vivendo”, “Y-Brazil” e “Feira de Mangaio” foram os temas do novo álbum que se seguiram. Mas quem tem uma carreira tão rica como a de Carlos não se pode restringir ao mais recente álbum e assim foram tocados temas de “Almas de Fisterra” o seu disco dedicado à música da Bretanha (região a que errada e desnecessariamente se referiu como o pais de Asterix e de Obelix), tais como “Tro Breizh” e “An Dro” que contou com a participação de vários elementos do público que dançaram da maneira tradicional da Bretanha e chegaram até a subir ao palco a convite de Carlos.
As ligações que tem com a Irlanda e aos Chieftains, lendário grupo irlandês que apelidou de “Rolling Stones da Irlanda”, não foram esquecidos e lá foram tocados “Reels” e um medley de temas desta banda.
Em momentos de mais introspecção tocou uma maravilhosa versão do “Bolero” de Ravel, o tema “Caminho de Santiago” e “Mar Adentro”, tema do filme com o mesmo nome que relata a vida de Ramon Sampedro, vítima de um acidente que o deixou tetraplégico e que levou anos a pedir para fazer eutanásia.
Estes momentos mais calmos eram logo seguidos de novas incursões pela música mais alegre da Irlanda, da Bretanha, do Brasil e da Galiza, tais como “Passacorredoiras”, “Xotes Universitários” e a rematar o excelente concerto “Aires de Pontevedra” que fechou com chave de ouro uma belíssima noite em que a excelência da música foi acompanhada pela qualidade da produção de som e luzes que ajudaram a esta noite fique sempre na memória de todos os que tiveram o prazer de assistir.
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