Texto e Fotos de Miguel Estima
Decorreu na cidade berço de cinco a 19 de Novembro a
vigésima quinta edição do festival de Jazz. Um dos melhores certames de jazz da
península ibérica, o que satisfaz e muito aos jazzistas do norte de Portugal e
sul da Galiza, principalmente.
Como habitualmente, existiam mais de uma mão cheia de
propostas para os três fins de semana em que decorreu o certame. Na falta de
oportunidade de ir a todos os concertos, a escolha passou por ver três
excelentes concertos. No dia dez o San Francisco Jazz Collective, no dia 17
AmbroseAkinmusire e no dia 18 o DonnyMcCaslin.
Comecemos, então, pelo colectivo de San Franscisco, que
vieram a Guimarães tocar uns temas próprios e mais umas reinterpretações de
Miles Davis. Desta última parte pouco parecida com o original, de tal
transformação que sofrera. O colectivo fundado por Joshua Redman, um músico
quase residente do festival de Guimarães, veio abrir as hostilidades para um
bom serão de jazz com toque americano.
Se existe uma tendência mais ou menos casual nos concertos
que assisto é a qualidade dos “metálicos”. A minha segunda oportunidade em
Guimarães foi com o quarteto de Ambrose Akinmusire. O nova-iorquino considerado
uma das novas referências do jazz americano, dotou o grande auditório do Centro
Cultural Vila Flor de dinâmica mais rejuvenescida do jazz contemporâneo.
No final deste concerto ainda me desloquei até ao
Café-Concerto para assistir à JAM ou diria concerto da americana JamieBaum em
formato quarteto. Refiro-me a concerto, já que tocaram mais de uma hora, temas
da própria Jamie. Findo do qual a invasão do palco fez-se por excelentes
músicos da Ibéria com o Iago Fernandez na bateria, Ricardo Toscano no saxofone
e Mané Fernandes na guitarra.
A terminar de forma mais radical a minha experiência deste
certame, fui ao concerto do Donny McCaslin Quartet. Quarteto que esteve na
gravação do último disco de David Bowie – Black Star. Para além de um tema
deste disco, a brilhante actuação ficou marcada pelo esotérico jazz, com toque de eletrónica/rock ao longo de todo o concerto, num misto de duelo/rivalidade entre o saxofone e
os teclados, a misturar o baixo elétrico com pedais de efeitos e a bateria. Uma
fusão que deixou a assistência em apoteose.
Um certame a ter em conta anualmente, que nos brinda com o
melhor do jazz que é feito internacionalmente e que dificilmente o encontramos
por estes lados. Que venham pelo menos mais vinte e cinco edições deste
festival de Jazz.
Foto-reportagem completa na página de facebook d'A Certeza da Música
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