Disco apreciado por Miguel Estima
Já escrevi sobre muitos discos, confesso que não é fácil. A
mim interessa-me sempre um lado mais de empatia ou não,
simplicidade/complexidade e orgânica. E depois vem sempre um dilema grande,
muitos dos discos que me aparecem para audição são de amigos, o que torna a
coisa mais complicada, ou simples.
O Pedro Oliveira, tem de algum tempo a esta parte,
fragmentos musicais que não encaixavam em nenhum dos projectos em que ele tem
vindo a tocar. Um lado de experimentalismo essencial a cada músico, coisa que
hoje felizmente anda a proliferar a cada canto e esquina, elementos de uma
banda que se soltam e juntamente com “alguma” eletrónica compõem um ambiente
sonoro próprio.
Krake começou a solo. Tem o lado da bateria forte e falando
agora no disco, tem esse lado mais do que vincado, juntamente com Jim Barr, a
inconfundível trompete de Pete Judge e ainda com Jake McMurchie saxofonista,
juntando à bateria própria e preparada para o improviso um toque mais melódico,
onde as sonoridades vão crescendo em camadas, de uma forma quase visceral, mas
ao mesmo tempo levando a uma imaginação visual e quase cinematográfica.
O disco de Krake é um disco para ir ouvindo, deixar a
tocar e ir fazendo outras coisas, e a determinado momento, parar e recomeçar a
ouvir, sentados no sofá e deixar que toda a atmosfera do universo de Krake
entre pelo nosso corpo.
Sem comentários:
Enviar um comentário