Disco apreciado por Miguel Estima
Foi neste inverno cinzento, que Pedro Viana gravou o
primeiro disco a solo. Aquele que dá mais gosto de criar, por ser o primeiro e
por ter o mais genuíno dos sons. Apesar do Pedro ter feito parte dos Mandrágora
e mais recentemente pelos aCordaPele foi tempo de criar de raiz este álbum a
solo e com a produção e colaboração num dos temas de Nuno Silva.
Marcado pelo
tradicional e pela raiz, com fortes influências do Carlos Paredes e de PC
Cabral, é muito sensorial como de um sonhar acordado, sentir o cheiro a terra
molha, essa nossa terra, seja em que região for. Sabendo das múltiplas
influências contemporâneas que foi assumindo ao longo do disco, é na base do
folk, utilizando a viola braguesa, violão e sanfona que assenta a sonoridade do
tradicional do disco.
Uma dúzia de temas que o Pedro criou para este belíssimo
trabalho que agora apresenta, não descuidando as raízes do tradicional e do
folk, aquele que hoje em dia é difícil de encontrar, como diz uma amiga minha
galega “a gente da nossa idade não ouve destas coisas”. Mas estou cada vez mais
convicto que vamos valorizar ainda mais quem pesquisa, e cria na base do que
fizeram os nossos antepassados.
É um belíssimo disco para ouvir repetidamente,
seja com um cheirinho de terra molhada ou mesmo numa noite de verão, tendo
claro um braseiro por perto para aquecer ainda mais a nossa alma e coração.
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