O segundo dia abriu com B Fachada que foi, provavelmente, a maior surpresa da noite. Começou logo por ter uma plateia bem composta, além disso já bastante conhecedora das suas músicas, não foram raros os temas em que o Bernardo cantou sozinho.Este B Fachada começa a ser um caso sério de popularidade, provavelmente impulsionado com o facto de ser fácil chegar às suas canções, pois mesmo quando não as pode oferecer por descargas gratuitas, o preço praticado quando as vende, é bastante acessível. A empatia entre ele e o público é enorme e genuína, a certa altura do concerto ouviu-se a frase “Eu sou donos dos meus discos e quando posso, gosto de oferece-los” que imediatamente arrancou vários aplausos da plateia.
O concerto foi composto maioritariamente por temas do seu primeiro álbum homónimo e no mais recente EP “Há festa na moradia” com descargas gratuitas ou numa edição limitada que se pode comprar em vinil, como ele nos lembrou.Deste último ouvimos canções como “Quem quer casar com B Fachada” e “As canções do Sérgio Godinho”, a seguir a este tema foi tocada uma versão de “Etelvina” que para os “puristas” é capaz de chocar mas que a mim e a muitos dos presentes agradou bastante. Antes disso já tinham sido tocadas “A Velha Europa” e aquela que provavelmente é a canção dele que mais passa na rádio: “ Estar à espera ou procurar”.O desfilar de canções continuou com algumas dedicadas às crianças presentes, no fim quando foi pedido um encore e dada a impossibilidade de o mesmo ser feito em palco, o Bernardo saltou do palco para o fosso e cantou sem microfone o excelente “Tempo para cantar” (canção que mais gosto do seu álbum), foi assim um final em apoteose que seguramente conquistou ainda mais admiradores para a sua música.No palco dois começava o concerto dos tirsenses Falei por Falar que apresentaram os seus temas originais em português e que mostrou já bastante maturidade, com um som bastante agradável e que possivelmente, em breve, os levará para maiores plateias.
Voltei ao palco um para assistir a mais um concerto dos Tiguana Bibles, finalmente eles começam a tocar para grandes audiências, é merecido, uma banda destas deve ser ouvida por muita gente.A abertura veio com o instrumental “Snake byte”, logo seguido da versão “fast” do single, do primeiro EP, “Lost Words”, ao terceiro tema “Child of the moon” já estavam todos mais atentos às qualidades desta banda. A beleza da voz de Tracy Vandal encantou os presentes e os temas foram desfilando, ainda se ouviu “Against the Law” “Don´t be to long” e claro, o single mais recente “Rebound”, também foi tocado.A sonoridade dos Tiguana leva-nos para paisagens inóspitas e põe-nos a pensar em amores e desamores, ilusões e desilusões, quedas e recuperações, enfim são uma excelente banda sonora para a vida. Com “Devil” e a versão lenta de “Lost Words” terminou mais um excelente concerto.
Voltei ao palco dois para mais uma bela surpresa, o concerto de Noiserv.No ano passado não consegui ver a sua actuação nas Noites Ritual, mas finalmente agora isso foi possível. Com um novo EP – “ A Day in Day of The Days” – para apresentar, o concerto foi bastante interessante e teve, seguramente, a maior assistência deste palco no conjunto dos dois dias, o que mostra bem da legião de fãs que David Santos já tem à sua volta. Larguei a ideia que esta música é só para recintos fechados e mais intimistas, aqui ao ar livre resultou muito bem, basta que no público estejam pessoas interessadas em ouvir. Por vezes tenho receio dos concertos gratuitos, pois acaba por não haver muito respeito por quem tocam, mas no St Culterra esse não foi o caso.
Vou continuar a seguir Noiserv com mais atenção, pois fiquei completamente conquistado pela força das melodias aparentemente simples e pela voz grave que nos descrevem “o dia no dia dos dias”.
No palco um ia iniciar-se o concerto mais esperado da noite, Rita Redshoes que trouxe na “bagagem” o novo e bastante aclamado “Lights & Darks”.Desde a primeira vez que a vi ao vivo fiquei fascinado, a aparência frágil de Rita desaparece em palco, ali ela fica “enorme” a comandar a banda competentíssima que a acompanha, não há uma falha, todo o concerto decorre como uma “máquina” muito bem afinada.
Claro que para dar bons concertos, além de bons músicos, é preciso ter boas canções e isso é coisa que não falta nos dois discos da cantora.
A abertura foi feita com “Jungle 81” seguido de “Hearted Man” a terceira canção foi “Beginning Song” de Golden Era e se dúvida houvesse, já estavam todos a cantarolar, fazendo prova do sucesso deste primeiro disco que pôs Rita no nosso “radar”. A partir daqui todo o concerto foi um triunfo, a rematar o tema “It’s a Honneymoon” lá se ouviu a frase ”I love you just the way you are” que sai duma maquineta que veio o ano passado dos Estados Unidos e que se ouviu pela primeira vez em Estarreja.
É verdade, gostamos da Rita da maneira como ela é, mesmo daquele lado mais escuro como canta em “Which one is the Whitch?” ou quando se refere aos sapatos da cantora da banda anterior, comentário que não fez muito sentido e foi um pouco despropositado.O desfile de bonitas canções foi continuando, no final tocou uma versão de “You Can’t Hurry Love” das Supremes que antecedeu o encore que com “Dream On Girl” e “Hey Tom”que encerrou “em grande” o concerto e este St Culterra.
Agora que venha o quinto e que seja pelo menos tão bom como este…
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