O Theatro Circo de Braga, foi construído em 1915 para entrar para a história, por ter a sala de espectáculos mais glamourosa de Portugal e pela qualidade excepcional de sua programação; passados longos anos foi minuciosamente reformado e reabriu em 2006.
No passado dia 22 de Outubro, em fim-de-semana que antecedia a comemoração do 5º aniversário de reabertura do mesmo, este uma vez mais, recebe uma grande banda e proporciona uma noite fantástica.
Tó Trips (Guitarras), Pedro Gonçalves (Contra Baixo, Guitarras, Melódica e Theremin): apenas dois homens e vários instrumentos em palco, pouca luz e a mistura de vários elementos peculiares, desde flores, malas, rádios e Tv’s antigas, onde o theremin se confunde com as antenas de um dos rádios, tudo isto, juntamente com a sua indumentária, criam um cenário único e capaz de levar o nosso imaginário a ambientes um pouco distintos.
Esta dupla que forma os Dead Combo comunica através da música e pouco usa as palavras.
Tó Trips fala essencialmente na apresentação dos temas e desta vez Pedro Gonçalves, para além de agradecer ao público, também tomou a palavra no mínimo por três vezes, para apresentar os músicos que a eles se juntaram em vários temas durante o concerto: Ana Araújo, Alexandre Frazão, João Marques, João Cabrita e Jorge Ribeiro (um piano, um saxofone, um trompete, um trombone e uma bateria), são eles a Royal Orquestra das Caveiras, que os acompanhou por diversas vezes desde 2009.
Este concerto como que misturou o encerramento do ciclo de “Lusitânia Playboys” (álbum de 2008), com a apresentação do seu 4º álbum recém-editado: “Lisboa Mulata”.
Este álbum conta com as colaborações de: Sérgio Godinho (escreveu uma letra), Camané que diz essa mesma letra e Marc Ribot com a participação em quatro temas.
O nome do álbum, surgiu aliado ao facto de fazerem questão de referir que são de Lisboa sempre que tocam no exterior e pela coincidência da existência de uma guitarra acústica mais pequena que o normal e que pertencia à mãe do Pedro,
Guitarra essa usada na maioria dos temas e que descobriram que foi fabricada em 1969, por Duarte Costa, senhor este, que teve uma escola de guitarra clássica, em Lisboa e Coimbra, entre os anos 50 e 60, e criou este modelo chamado: Mulata (guitarras acústicas, mas mais pequenas por serem para os miúdos).
“Em Lisboa Mulata, os Dead Combo regressam às "raízes da banda": composições com poucos arranjos e melodias simples, numa mescla de fado, música de westerns, blues e world music, para partir em busca de uma "Lisboa africana". (…) a dupla troca a melancolia pela sensualidade, quais cowboys no encalço de uma Lisboa com rosto e corpo de mulher mulata.”
E foi assim que a belíssima sala do Theatro Circo, com a plateia praticamente lotada, se “transformou” numa Lisboa Mulata, recheada de beleza de ritmos e sensações.
Texto e Fotos gentilmente cedidas por Maria João de Sousa, conteúdo de http://www.fenther.net/
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