O segundo dia em que tive o prazer de ir ao Gesto Orelhudo, foi o dia do encerramento.
Mais uma casa cheia e com direito à estreia de um novo projecto da D’Orfeu, os Mal-Empregados, e ao concerto dos Quempallou uma banda de música tradicional Galega que já faz 11 anos de carreira e que marcava também o início do Outonalidades, outra produção desta grande Associação Cultural.
Na estreia dos Mal-Empregados a minha expectativa era grande e não saiu defraudada, o público também me pareceu bastante agradado com o que viu.
O Ricardo Falcão e o Luís Fernandes, sem dizer uma única palavra, conseguiram dar o tal espectáculo “pseudo-sério, pseudo-cómico, absurdo qb e tendencialmente minimal” que vinha prometido no folheto de apresentação.
Depois de um intervalo com a animação musical do DJ Osga e do DJ Alexandre Pires, começou então o concerto dos Quempallou banda cujo nome que significa algo parecido com “Quem é que está no meio da Palha”.
Dos Quempallou fazem actualmente parte Roi Maceda no Acordeão, Guillerme Ignacio nas Gaitas, Flautas e voz, Isaac Millán no Bouzouki e Guitarra Acústica, Roi Adrio no Tamboril e Percussões e Xosé Maceda no Bombo e Percussões.
A música deles é fortemente inspirada nos sons tradicionais do seu País a Galiza, mas sempre com um toque de modernidade que também é comum à temática das suas letras que vão falando de coisas bem reais que vão acontecendo na sociedade que os rodeia, claro que sem nunca esquecer temas de festa, emigração e trabalho.
Mas gostava de destacar o tema que fechou o concerto que chama “Rosiña na Quinta” e fala da história de uma costureira (que representa muitas) que passou de costureira a operária fabril da Inditex, e acaba desgastada, explorada e muito mal paga
Umas vezes com temas que falam de assuntos tristes, outras com assuntos mais alegres, o que é certo é que este grupo dá muito bons concertos e só é pena que ainda não sejam melhor conhecidos aqui pelas nossas bandas.
Só espero que os Quempallou durem pelo menos mais onze anos e que eu os possa ainda ver muito mais vezes ao vivo, no lado de cá ou de lá da fronteira, tanto faz.
Para encerramento do Gesto Orelhudo ficou a excelente dupla de DJ’s que animou a festa até às tantas.
Parabéns à D’Orfeu por mais esta produção e que venha a Décima Primeira!
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