A vida é feita de escolhas e na passada sexta, 20 de Maio, a primeira escolha óbvia era que tinha de ir ao Porto. A “cidade da moda” apresentava três magníficas opções para qualquer amante de música portuguesa, a saber: havia a apresentação do novo disco de Minta & The Brook Trout, no Passos Manuel, o PZ, no Plano B e a estreia mundial das Señoritas, no Café Au Lait.
Sem desprimor para as duas opções anteriores, senti-me “obrigado” a ir ver Señoritas, elas ainda só tinham apresentado uma canção (Nova de seu nome), mas esse “pequeno aperitivo” despertou-me totalmente a curiosidade.
A sala foi ficando bem composta e, tal como eu, havia mais “almas” curiosas com o que a Sandra Baptista (Sitiados, a Naifa) e a Maria Antónia (a Naifa), tinham para nos mostrar.
Sentia-se um, natural, nervosismo no ar, que após uma troca de olhares entre elas, como que a dizerem: “É agora!”, foi imediatamente sanado.
Assim que começou a soar o baixo da Sandra e os ritmos do seu computador, a guitarra da Mitó e a sua voz quente e doce, fiquei com a certeza de ter feito a melhor opção e o meu coração deu um “baque”.
“ Acho Que é Meu Dever Não Gostar”, foi a canção de abertura e cujo título me soube bem contrariar, pois afinal o dever é o de gostar.
Sem grandes palavras de interregno, logo desfilaram mais duas ou três canções, todas dignas herdeiras do legado d’A Naifa e, ao mesmo tempo, mostrando os novos caminhos que as Señoritas decidiram percorrer.
Tal como vem bem descrito no texto que as apresenta, as suas canções “giram em torno de um universo feminino e tendencialmente urbano. Com uma atmosfera densa, feminina e bem portuguesa, numa abordagem singular, canta-se a vida, mas de uma forma crua e direta”, é exactamente disto que se trata a sua música.
Já mais soltas, foi ao quinto tema que apresentaram “Funerais”, como a origem das Señoritas, “Medo” foi dedicado a quem sabe o que é um ataque de pânico e “Ciática” descreve “uma coisa que acontece depois dos 40”. Por aqui, se houvesse alguma pessoa mais renitente, já estavam todos rendidos ao universo musical destas mulheres. Universo este que chega a aproximar-se de sonoridades mais punk ou “PJ Harveyescas”. O desfile de belas canções continuou a encantar e a dar a sensação de estarmos a viver uma noite histórica.
Tal como era (uma boa) tradição nos concertos d’a Naifa, remataram com a verdadeira “cereja no topo do bolo”, nada mais, nada menos que “Amanhã”, uma canção mítica do primeiro álbum dos Sitiados.
E de repente, o que era “apenas” uma estreia de um novo projecto, transformou-se imediatamente num valor seguro que nos deixa ansiosos pelo disco que só vai ver a luz do dia em Setembro.
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Eis aqui o Alinhamento completo:
Acho Que é Meu Dever Não Gostar
7 Pragas
Solta-me
Confissão
Confesso
Funerais
Medo
Ciática
Mão Armada
Alice
Nova
Amanhã
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