segunda-feira, 9 de maio de 2016

Sumrrá nas Crechas – Report

Uma peregrinação há muito tempo prometida, a esta Meca do jazz, em Santiago de Compostela – A Casa das Crechas. Circunstância perfeita de fim-de-semana prolongado, (que calhou no 25 de Abril). Justificando, assim, uma longa jornada por essa estrada fora, até à capital da Galiza, para assistir ao vivo a uma das formações de maior prestígio no jazz Galego.

Os Sumrrá, trio formado por Manuel Gutiérrez no piano, L.A.R. Legido na bateria e Xacobe Martínez Antelo no contrabaixo, vagueiam nestas andanças desde o inicio do milénio, com cinco álbuns editados e concertos marcados um pouco por todo o mundo, fazendo do trio uma referência no jazz ibérico.



 Sendo o trio de Santiago, tocavam, desta vez, para a família e mais uns fãs ou, diria mesmo, groupies, num dos clubes mais carismáticos – a Casa das Crechas. Os Sumrrá tocam com frequência quase semanal, neste bar, exceptuando as vezes que estão em tournée, ou alguma pausa sabática.
Um grupo de jazz ganha muito em tocar num bar. A intimidade é maior com o público. Apesar de existir um cenário e iluminação, que diferencia a assistência dos músicos, as barreiras são facilmente quebradas numa pequena sala como esta.
 Os temas que ouvimos na primeira parte fazem parte de álbuns anteriores com maior incidência no quarto álbum. Após um breve intervalo, foi a vez de ouvirmos quatro temas do último registo lançado em 2015 – “5 Journeys”. Álbum com sete temas, fruto das viagens a sete cidades de cinco países, que o grupo percorreu nas várias tournées. Com sonoridades mais ousadas e uma construção rítmica brilhante. O concerto foi uma surpresa constante por parte dos músicos, que ousam transpor a zona do conforto, demonstrando não só muita maturidade musical, mas uma simbiose perfeita de quase duas décadas de convivência.
 Estava, há muito tempo,para agendar um concerto com eles e, finalmente, tive o privilégio de ouvir num clube de jazz, onde considero que é o melhor ambiente para se ouvir jazz. São uma formação incrível e que merece doses constantes de audição e, sendo possível, de visionamento.

Mais fotos aqui.

Texto e Fotos de Miguel Estima

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