No segundo dia as actividades começaram, para os mais madrugadores, às nove da manhã com “La Ruta de is Celtas”, passeio guiado por vários pontos de interesse na região. A partir das 10h e 30m eram ministrados cursos de iniciação ao Mirandês que é a segunda língua do nosso País.
Ao almoço a tradição, para quase todos os que vêm ao Festival, tinha de se cumprir, degustando a bela da Posta Mirandesa, um dos ex-líbris gastronómicos da região.
Pela tarde decorreu na Casa do Pauliteiro, uma muito concorrida homenagem ao Gaiteiro Delfim de Jesus Domingues.No Largo da Igreja, quando o calor diminuiu, deu para assistir ao 6º Gaiteiricos – Convívio de jovens Gaiteiros do planalto Mirandês que deu para ver que não é por falta de músicos que se vai perder a tradição. Foi bonito ver miúdos, alguns mais pequenos que as gaitas que tocavam, a mostrar que a música de Miranda está viva e tem futuro!
Antes dos concertos da noite, veio um “lanche ajantarado” onde não faltou a alheira, o presunto e o queijo, tudo bem rematado no final, com um cálice de hidromel (bebida que vêm dos antigos celtas) – para nos lembrar que não é só a música que nos traz a Sendim. Depois do corpo alimentado, fui então tratar do “espírito”.A noite no recinto principal, começou com o concerto dos lisboetas Uxu-Kalhos que nos trouxeram a sua mistura de sons eléctricos contemporâneos com os sons de raiz tradicional.
O melhor momento da noite e talvez de todo o festival, veio dos fantásticos Oysterband, banda do Reino Unido que já conta com mais de trinta anos de carreira e que já tinha vindo ao primeiro intercéltico de Sendim, deu um concerto como se ainda tivessem todos 18 anos.Ao quarto tema, “Here comes the flood”, nas suas palavras “uma velha canção socialista”, já estavam John Jones (vocalista e acordeonista da banda) e Ray “Chopper” Cooper (violoncelista e baixista), a cantar no meio do público, que veio ainda em maior número que na sexta, talvez para ver precisamente uma actuação deste nível.A partir daqui o público ficou completamente rendido à categoria desta banda, seguiu-se um desfilar de temas que chegaram a ser cantados em simultâneo pelo público, como foi o caso de “Every Where I Go”. Não faltaram temas como “Meet You There”, “On The Edge”, “Blood Red Roses”, enfim, foi um concerto inesquecível para todos os presentes.A encerrar o palco do Festival estiveram os Garma, banda revelação da zona da Cantábria que trouxe a sua mais recente formação de excelentes músicos e que nos deu um concerto muito competente onde as atenções foram repartidas entra a beleza da música e da sua voz principal. A música deste grupo é caracterizada por ritmos bem dançáveis, onde não falta um “cheirinho” brasileiro, introduzido pela flautista Fernanda Freitas. Foi um belo fim de festa.O remate final veio de um grupo de pauliteiros (à civil) que conseguiu animar todos os que ficaram no recinto a adiar o fim desta grande noite, mais uma vez deu para ver que há uma grande massa de jovens na região que garantem que a tradição musical Mirandesa tem um Futuro risonho à sua frente.Agora que venha um 12º Intercéltico de Sendim ainda mais forte que os anteriores.
4 comentários:
Cá ficámos à espera que mais um ano passe! O artigo está muito bom!
Chamar degustação a uma posta mirandesa? Sai mais barato alimentar um burro a pão de ló...
Abraços
Amigo o termo degustação está correcto, pois foi comida a meias, ehehehe
Obrigado pela opinião Tiquitas,:)
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