quarta-feira, 30 de março de 2011

Roque Beat 1 no Teatro Aveirense

Foi na passada quarta feira que passou por Aveiro a primeira série do Roque Beat, uma excelente iniciativa da lado b que vem ajudar a divulgar muita da boa música que se vai fazendo em Portugal.
Infelizmente a sala do Teatro Aveirense não esgotou, talvez por ser um dia de semana a meio do mês ou por causa dos PEC’S desta vida que têm atormentado cada um de nós.
Mas como tristezas não pagam dívidas, quem quis esquecer esse tipo de problemas, acabou por ter direito a uma noite de bom humor e de muito boa música.

 Samuel Úria, acompanhado pela sua banda composta pelo lesionado e "Ponto Negro", Filipe “este rapaz mete-se em cada uma, enfim…” Sousa, no baixo, o outro "Ponto Negro", Jónatas Pires na guitarra, Miguel Sousa no órgão e Tiago Ramos na bateria, deu aquilo que se pode chamar de excelente concerto.
Bastou que não faltassem o Folk, o Blues o Pop e o Rock, as belas letras e as tiradas bem-humoradas fizeram o resto.
 O Samuel é um daqueles músicos que vou descobrindo e gostando cada vez mais, com novas audições do disco “Nem Lhe Tocava” que o lançou para o “público em geral” e assistindo aos concertos. A ver pelas reacções que fui sentindo da audiência, tenho a certeza que não sou o único.
Após “Segreguei-te ao ouvido” que abriu o concerto, veio logo “Teimoso” arrancar a primeira grande ovação da noite. A tocar pela primeira vez em Aveiro que fica perto da sua Tondela natal, não foi esquecida a sua morada nessa cidade com “Rua da Fonte Nova 171”, depois veio “Something” excelente versão de uma canção escrita por “um dos Beatles que já não está vivo (George Harrison).
A melhor apresentação da noite veio quando ele se mostrou feliz por finalmente estar “numa terra onde se diz ovelhas, em vez de oveilhas, como dizem os (lisboetas) companheiros da banda”, na introdução de “Ovelha Perdida”. A introdução de “Má Poesia Feia”, canção que enaltece as Mulheres Bonitas que sabem escrever, também não lhe ficou atrás. “Império” fechou “em grande” o concerto.
O alinhamento completo foi este:
1 - Segreguei-te ao Ouvido
2 - Teimoso
3 - Rua da Fonte Nova 171
4 - Something
5 - Água-de-colónia da Babilónia
6 - Ovelha Perdida
7 - Má Poesia Feia
8 - Não Arrastes O Meu Caixão
9 - Rock Desastre
10 - Canção Ulterior
11 - O Diabo
12 - Barbarella e Barba Rala
13 – Império

Depois de um pequeno intervalo e do meio de uma enorme nuvem de fumo, vieram Os Golpes que também se estreavam em Aveiro.
 Abriram, como também abre o primeiro álbum, ao som de “Cruz Vermelha” a que se seguiu “Território Justo” e “Embarcadiço” que fazem parte de “G” (agora reeditado com dois temas novos, “A Brasileira” e a versão de “Paixão” dos Heróis do Mar). As apresentações das canções iam sendo alternadas entre todos os elementos da banda, o apelo à dança foi uma constante, mas a “opressão” das cadeiras, não permitiu que a dança passasse do firme bater o pezinho e abanar a cabeça sentado.
 O tema “4 Bandidos” que faz parte de “Depósito de Inúteis” a colectânea da Amor Fúria para a Optimus Discos, não faltou, nem a lindíssima versão que fizeram para a canção do Zeca, “Tenho Barcos Tenho Remos”, seguida do já famosíssimo “Vá Lá Senhora” que arrancou uma grande ovação no final.
A surpresa da noite veio de “Dias de Cão” uma canção que era para ser uma versão de “Dog Days Are Over” da Florence and The Machine e que acabou transformada, e bem, numa canção d’Os Golpes.
Um dos ídolos musicais da banda e de grande parte do público, não foi esquecido e o “aportuguesamento”, só do título, de “Love Will Tear Us Apart” para “O Amor Separar-nos-á”, não deixa de ser uma bonita homenagem a Ian Curtis e aos Joy Division.
 “Fogo Posto” rematou a noite, só faltou a versão de “Paixão” e o público a dançar para ser uma noite perfeita.
Este foi o alinhamento do concerto:
Os Golpes vão regressar a 28 de Maio, desta vez para um concerto que vai contar com a participação especial de Rui Pregal da Cunha, e que vai decorrer no Centro Cultural de Ílhavo.

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