Aqui está mais um artigo da Maria João de Sousa, a quem eu agradeço a ajuda, que fala um pouco da carreira de Samuel Úria e conta como foi o concerto dele no Porto:
“Foram seis anos em que não previ qualquer tipo de reconhecimento, e aí o EP despertou-me a noção de que havia gente a despertar para mim.
Entre “O Caminho Ferroviário Estreito” e o “Em Bruto”, as minhas próprias prioridades musicais, dentro da Flor Caveira, sofreram grandes alterações. Durante algum tempo pensei, que seria aos “Ninivitas”, uma espécie de supergrupo, que congregava a malta dos vários projectos da editora, a que iria dedicar mais tempo; depois, com concertos e airplay do punk- rock das “Velhas Glórias”, julguei que fosse essa faceta a ocupar-me a maior fatia da concentração musical.
As coisas alteraram-se após um par de concertos no Frágil e uma primeira parte no Maxime, todos no início de 2008 e como Samuel Úria a solo.
De repente, comecei a receber uma chuva de mensagens elogiosas e interessadas, sobretudo no Myspace, com a parte inédita de não serem nem de conhecidos, nem sequer de amigos de amigos.”
Samuel Úria - http://www.myspace.com/samueluria
Em finais de 2009, edita “Nem Lhe Tocava”, beneficiando da aliança estabelecida entre a Flor Caveira e a Valentim de Carvalho.
“Samuel Úria é um homem do centro a viver no Sul…”
“Samuel Úria é um artista de corpo inteiro. Beirão da Beira Alta, vai enrolando as suas cantigas com as Velhas Glórias, os Ninivitas, ou sozinho, porque na verdade não precisa de ninguém…”
E foi sozinho que se apresentou no palco da Sala 2 da Casa da Música, no Clubbing Optimus a 26 de Fevereiro.
Uma sala ainda um pouco vazia à hora prevista, para o início do concerto e um palco que parecia demasiado grande, para uma só pessoa!
Aos poucos o público foi aumentando e Samuel Úria com as suas músicas e apenas 2 guitarras, conseguiu “encher” o palco.
As letras das suas cantigas aliadas a toda a introdução que lhes é feita, demonstram o bom cantor/contador de histórias, que está diante de nós.
Ao longo do concerto, consegue fazer-nos pensar, sorrir, aplaudir e até acompanhar as letras, em alguns casos como que a fazer coros.
Começou por fazer uma brincadeira na introdução da “Ossos do Oficio”, com o facto de ser de Lisboa, mais concretamente com o de viver em Lisboa, uma vez que é de Tondela. Depois foi com o ter-se enganado no transpositor que levou, porque demoraria imenso tempo a conseguir coloca-lo.
A dada altura por não ter som na guitarra, o que aliado aos 45 minutos de concerto, não lhe iria permitir tocar muita coisa.
Brincou também, com a beleza feminina, ou melhor, com a ausência dela e dedica a “Má Poesia Feia “ a todas as senhoras sem um único pingo de beleza”, tendo no entanto previamente referido que elas “têm tanto mais para oferecer “.
Naquele dia concluí que afinal era a 1ª vez que o via mesmo sozinho em palco, mas garanto que embora seja diferente, em nada deixa a desejar em relação aos outros formatos. São efeitos distintos, mas todos eles muito bons.
Julgo que o público conhecedor saiu satisfeito.
Eu saí de sorriso rasgado e algumas das pessoas que me acompanhavam, e que pouco ou nada conheciam do seu trabalho, saíram de lá surpreendentemente agradadas: com as suas músicas, voz e presença em palco.
Se após um excelente concerto, pouco depois do lançamento do “Nem lhe tocava”, se seguiu outro nas Noites Ritual, que de fraco, só teve a curta duração e depois mais um e único no Hard Club. Espero que depois deste: também curto, mas muito bom, me surja a oportunidade de estar presente em mais um longo e brutal concerto.
Os próximos concertos são:
Dia 12 de Março no Teatro Virgínia em Torres Novas
Dia 17 de Março no Teatro José Lúcio Da Silva em Leiria
Dia 19 de Março no Teatro Cine em Torres Vedras
Dia 23 de Março no Teatro Aveirense
Dia 31 de Março no Teatro Académico Gil Vicente em Coimbra
Estes 5 concertos integram a iniciativa “Roque Beat 2011” que arranca neste mês de Março com Os Golpes + Samuel Úria e continuará a apresentar parcerias entre músicos ao longo do ano.
02_Mar. ‘11_Maria João de Sousa
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