quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Dead Combo no Luxemburgo - Report


"Da minha língua vê-se o Mar" é a frase de Vergílio Ferreira que inspirou os criadores do Atlântico Festival que decorreu de 11 a 15 de Outubro na Philharmonie do Luxemburgo.
Este novo Festival que celebra as tradições musicais dos países que falam português, foi uma boa ocasião para os Luxemburgueses e não só, descobrirem artistas e sons de toda a Lusofonia, que acaba por ser de onde vem 20% da população do Luxemburgo.
O Festival contou com nomes como Waldemar Bastos, António Zambujo e Marcello Gonçalves, Júlio Resende e Moreno Veloso, Mário Laginha Trio, Mayra Andrade, Fala Brasil Trio e Dead Combo.


Foi destes últimos que consegui ter a reportagem que vão poder ler, escrita pela minha amiga Cláudia Fernandes (actualmente a residir no Luxemburgo) e com fotos da Helena Ramos, a quem eu desde já agradeço a disponibilidade.
Quero também agradecer à organização o ter facilitado a entrada destas novas repórteres d'A Certeza da Música.
Espero que gostem de ler esta reportagem:


Os Dead Combo esgotaram a pequena mas acolhedora sala “Espace Découverte”. Trouxeram o seu imaginário com “Bunch of Meninos” e conseguiram que eu me estreasse na Philharmonie, cujo cartaz, até este dia, nunca me tinha cativado.
Ao fim da primeira música, o Tó Trips recebeu logo um sonoro “tás em casa” e a partir daí foi em português que maioritariamente se expressou e interagiu com um público sempre muito caloroso.
O cenário, as luzes, os cheiros e as projecções, pensados elegantemente ao pormenor como é sua característica, a alternância entre momentos intimistas, cinematográficos e de verdadeiro rasganço hipnotizaram por completo a audiência que não escondeu nem um pouco estar totalmente rendida.
 Deram o mote com “Povo que Cais Descalço”, “Waits” foi impossível de tirar da cabeça durante todo o resto da noite, levaram quase as lágrimas os desterrados presentes com “Esse olhar que era só teu” (com as projeções dos números dos eléctricos e autocarros da Carris) e “Lisboa Mulata” quase transformou a sala em salão de baile.
Esperemos que esta presença os faça voltar uma próxima vez, então a um espaço maior, que os rapazes bem merecem.

A verdade é que os Dead Combo são representantes do melhor que se faz em Portugal, exemplificam que somos capazes de estar entre os melhores e isso deve encher-nos de orgulho!

Texto: Cláudia Fernandes (a residir no Luxemburgo)
Fotos: Helena Ramos

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