terça-feira, 25 de outubro de 2016

Júlio Resende no Teatro da Vista Alegre - Report


Acorda à Tarde é o nome do ciclo de concertos de cordas que começou com Júlio Resende, às 16h da tarde do dia 16 de Outubro, no renovado e lindíssimo, Teatro da Vista Alegre.

Como o próprio disse, “era raro tocar àquela hora” e muito mais terá sido para uma sala completamente esgotada, digo eu. Se dúvidas houvesse, bastava olhar para a plateia, para perceber que foi uma “aposta ganha”.


Como era em nome próprio e não do seu disco “Amália”, Júlio Resende começou por nos mostrar a sua música com Carolina, um original de Chico Buarque, canção que, como indicou “nunca tinha sido utilizada para abrir um concerto seu”.

Partindo de uma base que faz lembrar as canções que vai anunciando, a sua maestria vai divagando por improvisações que encantaram todos os presentes. Conhecido como já é, Júlio Resende já não surpreende, apenas encanta e cativa a cada dedilhar do teclado.
Mariquinhas e Foi Deus, foram os temas que se seguiram. Depois de uma pequena pausa em que se apresentou, falou da sua música e do chá e bolinhos para o qual estávamos convidados, arrancou com um magnífico Blowin In The Wind que lembrou na perfeição o recém Prémio Nobel.
Com Barco Negro, voltou a Amália e ao caminho pelo fado que ele escolheu. A sua técnica é de um sobredotado, mas como ele depois do concerto nos disse “A técnica não serve de nada, se não tivermos nada cá dentro!”.

Noutra pausa para conversar com o público e depois de se declarar “feliz por ter casa ceia num domingo à tarde”, falou da importância que o fado e até o futebol têm, ao levar o nome de Portugal, pelas melhores razões, a todas as partes do mundo. “O Futebol é apaixonante, é tal como a música que passa alegria e maravilha a quem a recebe. Ora o Fado também é assim”.

Não usou apenas o teclado, pois a certa altura já usava o piano como percussão e as suas cordas como se de uma harpa se tratasse. A verdade é que manteve toda gente maravilhada e colada no que ia fazendo.
Por fim veio o Dueto com Amália, cuja voz soou em Medo, a que se seguiu um encore com Leãozinho de Caetano Veloso.
 Após o concerto veio uma belíssima conversa e os tão prometidos Chá e Bolinhos, onde deu para ver que a humildade e a inteligência fazem parte do génio.
 Foi mesmo uma tarde bem passada.É sem dúvida uma experiência a repetir.

Foto-Reportagem completa na página de Facebook deste blog.

Os próximos Acorda à Tarde serão:
Dia 30 de Outubro – Marco Luz 
Dia 27 de Novembro – Norberto Lobo 
Dia 11 de Dezembro – Filho da Mãe

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