Já há muito tempo que digo que a máquina do tempo já está inventada, ela é a Música. Com ela e as memórias que vêm a ela associadas qualquer um de nós muda de lugar e de tempo, chegamos a ganhar anos de vida.
Se dúvidas houvesse, no passado dia 30 de Junho, ao assistir ao concerto de Echo & The Bunnymen na Serra do Pilar em Vila Nova de Gaia, fiquei com mais uma prova desse facto inegável.
Muita gente encheu o recinto para possivelmente os ver em memória do passado ou por outra motivação qualquer.
O meu motivo foi o de ouvir música que gosto, em boa companhia e passar um bom bocado. Até porque já os tinha visto, há relativamente pouco tempo, a abrir para os Arcade Fire em Santiago de Compostela, e tinha-me agradado a sua actuação.
A abrir os ingleses deram-nos logo dois temas do seu primeiro álbum Crocodiles de 1980, foram eles Going Up e Rescue, para ao terceiro tema tocarem Stormy Weather, um tema do álbum Siberia de 2005, uma forma de dizerem que ainda estão vivos, para logo voltarem ao primeiro com Do it Clean e Villiers Terrace.
O som desde o início nunca esteve em grandes condições, mas da forma como o vento soprava contra, conseguir melhor som era impossível, os técnicos estão de parabéns porque foram conseguindo verdadeiros milagres.
Quase milagre também é, depois de tantos anos, a voz de Ian MucCulloch continuar em tão bom nível e a banda que o acompanha, juntamente com o sempre fiel Will Sergeant, foi competentíssima.
Com um saltinho até 1984 deu-se o encontro com o álbum Ocean Rain e o tema Seven Seas que por cá teve grande air play na época, e lhes deu grande notoriedade, entre os que na altura se ligavam aos grandes mestres da rádio. Pelo menos eu lembro-me bastante de ouvir este tema. Num encaixe perfeito veio Bring on the Dancing Horses, um single que fez parte da primeira compilação da banda o Songs to Learn and Sing de 1985.
As canções foram desfilando entre o passado mais ou menos conhecido e o presente quase desconhecido para a maioria dos presentes, mas a quem a banda ia conseguindo “impor” alguns temas novos, de vez em quando. A apetência do público ia claramente, para os temas do passado conhecido e mostravam-no aplaudindo estes com mais força.
Claro que o alinhamento estava preparado para agradar à maioria e quando Ian apresenta Killing Moon como “a melhor canção alguma vez escrita” (por ele próprio presumo), o aplauso foi estrondoso.
O concerto terminou com The Cutter, seguido demais uma grande ovação que os trouxe para o muito exigido encore que teve dois temas, Over the Wall e Nothing Last Forever que inclui um medley com o Take a Walk on the Wildside de Lou Reed, Don’t let me Down dos Beatles e In the Midnight Hour de Wilson Picket.
Posto isto, os aplausos foram mais que muitos e eles tiveram de voltar ao palco.
Também estava a falta Lips Like Sugar um dos temas fundamentais da banda que serviu para fechar com chave de ouro uma noite de boas memórias para muitos e de reencontros, como no meu caso, que foram um excelente complemento à música que ouvi.
Por tudo isso, valeu a pena ter ido até Gaia ver Echo & The Bunnymen, até fiquei mais novo…
Fotos(excepto Setlist) gentilmente cedidas por Ivo Aguiar Carvalho/Imagem do Som
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