Já foi no longínquo mês de Maio que tive oportunidade de ir
a São João da Madeira para assistir à primeira edição do Indie.Frente. Um
festival alternativo que contava com as presenças de bandas nacionais no
primeiro dia e dos internacionais no segundo.
Ora das nacionais foi rever e reviver intensamente mais uma
vez, já que nunca é de mais repetir quando se gosta… Após muitas curvas e
alguma dificuldade para se estacionar lá demos com o sitio. Um auditório
pequeno mas mais que suficiente para criar o verdadeiro espírito de um festival
deste calibre.
Os conimbricenses Birds are Indie estavam a terminar a sua
actuação com casa cheia, ou diria mesmo com bar cheio. Num ambiente mais
informal, como eles próprios gostam criaram uma perfeita simbiose com o
público. Mas uma vez iguais a eles próprios fizeram aquilo que mais gozo lhes
dá -satisfazer de uma forma suave e leve todos os “amigos” da assistência.
Nunca considero como um concerto, mas sim um conjunto de canções de embalar
para os mais velhos.
Mudança para o auditório para ouvir o Tren Go SoundSystem
alter-ego efervescente de Pedro Pestana desta vez com a barba ainda maior desde
a ultima vez que o vi, mas mais apurado no som da guitarra. Talvez pela sala ou
pelas projecções que desta vez resultaram ainda melhor, já que a área era maior
do que a zona do mercado negro. Contudo este jovem madeirense merece um espaço
sem cadeiras onde o festivaleiro possa bater o pé à medida da tripante viagem.
Claro que voltei a sentir-me a viajar pela route 66, ou pela N-327 com chuva e
nessas curvas e contracurvas lá se foi desvendando o som característico do
mesmo Pestana. O concerto só pecou pela produção que forçou o término do
concerto, interagindo de forma frenética com um dos projectores do palco a lembrar
o artista para terminar a actuação.
Da Madeira para o Porto num ápice ou melhor a saber a
futebol. Os quatro rapazes marcaram a presença em palco para apresentar o seu
trabalho, eletro.acustico qualquer coisa fantástica. São sem duvidas uma das
grandes apostas de 2012 e isso fica claro mesmo antes do hit Fernanda. Os
Sensible Soccers, marcam presença pela tonalidade fria do cenário, e várias
vezes solicitaram para ficar na mais perfeita penumbra. Lindo de os ver de
novo, porque são um projecto que ganha a cada actuação. Desta vez não de forma
tão intimista, mas perfeito pelo espaço e margem de tempo por serem a ultima
banda a tocar.
Texto e Fotos de Miguel Estima
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